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terça-feira, 26 de dezembro de 2023

O Triunfo da Pequena Burguesia

Francisco Martins Rodrigues
1984

"A pequena burguesia é a caixa de ressonância de todas as modas lançadas pela burguesia. Transporta para o seio das massas proletárias e semiproletárias a ideologia burguesa e imperialista mascarada numa versão “popular” atraente."

 



    O traço característico do último meio século é pois a apropriação do marxismo-leninismo pela nova burguesia e pequena burguesia de “esquerda”, que o transformou numa arma suplementar de acorrentamento do proletariado. O reformismo completou a obra de terror.

    O “marxismo” burguês dos nossos dias, primeiro centrista com o 7º congresso da Internacional, depois abertamente revisionista com o 20º congresso do PCUS, despojou o marxismo da sua natureza proletária, crítica, revolucionária, para o desfigurar num dogma utópico-reformista, consolador dos explorados e oprimidos com esperanças numa revolução que se afasta cada vez mais.

terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Não Alimentem os Inimigos do Proletariado!

Ney Nunes

15/12/2023

Você tem uma assinatura ou adquire com regularidade algum produto do oligopólio midiático brasileiro (Globo, Record, Band, SBT, CNN, Jovem Pan e etc.)?



Vamos refletir um pouco sobre isso.

Esse oligopólio está na linha de frente contra qualquer luta do povo trabalhador, ao mesmo tempo em que apoia todas as medidas que visem garantir ou aprofundar a exploração em favor da burguesia.

Além disso, é o porta-voz do sistema imperialista em nosso país, respaldando sempre seus interesses econômicos e geopolíticos. O exemplo mais atual é a cobertura cretina que estão fazendo da invasão israelense na faixa de Gaza, quando tentam de todas as maneiras justificar os crimes contra humanidade que Israel vem cometendo, ao assassinar, com seus bombardeios diários, milhares de civis desarmados, principalmente idosos, mulheres e crianças palestinas.

Em princípio, a sua mensalidade pode parecer pouco, mas somada a milhares de outras, ela contribui para manter e fortalecer essa verdadeira máquina de propaganda do capitalismo e da guerra imperialista.

Precisamos refletir e agir. Boicotar quem nos açoita diariamente é o mínimo que podemos fazer em prol da nossa causa.

Não alimentem os inimigos do proletariado!

Boicotem a máquina de propaganda capitalista!

Cancelem suas assinaturas!


segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

Morte e Destruição em Gaza

John Mearsheimer*

13/12/2023

"Os Estados Unidos não só foram o único país a votar contra uma recente resolução do Conselho de Segurança da ONU que exigia um cessar-fogo imediato em Gaza, mas também têm fornecido a Israel as armas necessárias para levar a cabo este massacre."

Não creio que nada do que eu diga sobre o que está a acontecer em Gaza vá afetar a política israelense ou americana nesse conflito. Mas quero que fique registado para que, quando os historiadores olharem para trás e para esta calamidade moral, vejam que alguns americanos estavam do lado certo da história.


O que Israel está a fazer em Gaza à população civil palestina – com o apoio da administração Biden – é um crime contra a humanidade que não serve nenhum propósito militar significativo. Como afirma a J-Street, uma importante organização de lobby de Israel: “A dimensão do desastre humanitário e das vítimas civis que estão a ocorrer é quase incompreensível.”[1]

Permitam-me explicar.

Primeiro, Israel está a massacrar propositadamente um grande número de civis, dos quais aproximadamente 70% são crianças e mulheres. A alegação de que Israel está a fazer todo o possível para minimizar as vítimas civis é desmentida por declarações de altos funcionários israelenses. Por exemplo, o porta-voz das FDI disse em 10 de outubro de 2023 que “a ênfase está nos danos e não na precisão”. Nesse mesmo dia, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, anunciou: “Eu aliviei todas as restrições: mataremos todos os que combatermos; Usaremos todos os meios"[2].

Além disso, os resultados da campanha de bombardeamento mostram claramente que Israel está a matar civis indiscriminadamente. Dois estudos detalhados da campanha de bombardeamento das FDI – ambos publicados nos meios de comunicação israelitas – explicam detalhadamente como Israel está a assassinar um grande número de civis. Vale citar os títulos dos dois artigos, que resumem sucintamente o que diz cada um deles:

"Uma fábrica de assassinatos em massa: por dentro do bombardeio calculado de Israel em Gaza"[3].

"O exército israelense abandonou a contenção em Gaza e os dados mostram uma carnificina sem precedentes"[4].

sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

Conflito Venezuela-Guiana: por uma posição internacionalista!

Lucha de Clases (CMI/Venezuela) 12/12/2023


No dia 3 de dezembro, foi realizado na Venezuela um referendo público consultivo, convocado pela Assembleia Nacional, sobre a disputa territorial da região de Essequibo, na Guiana. A escalada do conflito nesta região tem implicações profundamente reacionárias para ambos os povos. É imperativo que os comunistas adotem uma posição internacionalista.

O referendo assumiu a forma de cinco perguntas, que (em ordem) perguntavam aos eleitores se eles: 1) rejeitavam o despojo “fraudulento” da Venezuela de Essequibo na Arbitragem de Paris de 1899; 2) apoiavam o Acordo de Genebra de 1966 para resolver a questão; 3) concordavam com a recusa histórica da Venezuela em reconhecer a “jurisdição do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ)” sobre a questão; 4) rejeitavam a reivindicação territorial da Guiana; e 5) concordavam com o desenvolvimento de um “plano acelerado” para restabelecer a soberania venezuelana.

Essequibo: petróleo e outras riquezas minerais atiçam cobiça capitalista.

A votação ocorreu em meio a relatos de baixa participação nas seções eleitorais. Segundo os dados oficiais, os percentuais de aprovação foram: 97,83% para a primeira questão; 98,11% para a segunda; 95,40% para a terceira; 95,94% para a quarta; e 95,93% para a quinta. A participação oficial foi de 10,5 milhões, o que representa 50% do censo eleitoral.

Embora todos antecipassem uma vitória do “Sim”, o governo do PSUV esperava uma maior participação, dada a sua intensa campanha chauvinista, ao custo de US$ 1 milhão, o que reflete uma apatia geral em relação a todos os processos e instituições políticas, enquanto os trabalhadores e os pobres lutam pelos fundamentos básicos da vida e enfrentam ataques contínuos aos seus direitos.

domingo, 10 de dezembro de 2023

A Economia Brasileira no Final de 2023

Coletivo Cem Flores

05.12.2023

Depois de um primeiro semestre com crescimento acima do esperado, a economia brasileira desacelera nesse final de ano. Para os/as trabalhadores/as, tem sido mais um ano de exploração e carestia.

O crescimento econômico em 2023

No ano passado, o Brasil cresceu 2,9%. Foi mais um ano de recuperação econômica após a enorme crise em 2020. E tal crescimento se deu, dentre outros fatores como a demanda internacional pelas commodities brasileiras, pelo novo patamar de exploração que os patrões têm imposto às classes trabalhadoras do país.

Seguindo a tendência internacional, a expectativa era que, em 2023, o Brasil desacelerasse e “crescesse” em torno de 1%. Ou seja, estagnação. Afinal, o cenário geral era de agravamento das contradições interimperialistas, de persistente inflação surgida em 2021 e de grande aumento das taxas de juros.

No entanto, alguns fatores levaram à economia brasileira ter um desempenho muito acima do esperado no primeiro semestre. Lá fora, a desaceleração não foi tão forte como esperado, e o maior parceiro comercial do Brasil, a China, cresceu a ritmo maior, apesar de enfrentar sérios problemas econômicos. Já os preços das commodities, principais produtos exportados pelo Brasil, estiveram em alta no primeiro semestre.

sábado, 2 de dezembro de 2023

Classe / identidades

João Bernardo*

20/03/2019

João Bernardo Maia Viegas Soares



A classe trabalhadora pode ser definida no plano econômico ou no plano sociológico. É indispensável não confundir estes dois planos.

Eu defino o tempo como a substância do capitalismo, porque a mais-valia, ou seja, o processo de exploração, ocorre no tempo e resulta de contradições operadas no tempo. Aqueles que controlam o seu próprio tempo de trabalho, ou participam nesse controle, e simultaneamente controlam o tempo de trabalho alheio constituem as classes exploradoras (burgueses e gestores). Aqueles que não controlam o seu próprio tempo de trabalho nem o tempo de trabalho alheio constituem a classe trabalhadora. Aqueles que controlam o seu tempo de trabalho e não controlam o tempo de trabalho de mais ninguém são exteriores ao modo de produção capitalista, com o qual se relacionam apenas através do mercado (artistas, artesãos individuais e o que resta das velhas profissões liberais).

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Eleições Presidenciais na Argentina

Seção de Relações Internacionais do CC do Partido Comunista do México (PCM)
 21/11/2023




Durante o segundo turno das eleições presidenciais na Argentina, foi eleito Javier Milei, representante das forças reacionárias e anticomunistas, que nos últimos anos têm sido promovidas na Europa e na América, por exemplo, com Verastegui no México, Gloria Álvarez em Guatemala, ou o Partido VOX na Espanha. Um exemplo desses governos foi a presidência de Bolsonaro no Brasil. Em essência, é um ataque mais aberto da gestão do capital contra a força de trabalho, os sindicatos e os direitos trabalhistas; redução dos orçamentos sociais e promoção de ideias obscurantistas, retardadas e anticientíficas. Não temos dúvidas de que a classe trabalhadora e o povo argentino aumentarão a sua infelicidade, continuarão a viver no sistema de exploração, de superlucros para monopólios e pauperização, insalubridade, barbárie.

terça-feira, 28 de novembro de 2023

Fundada a Ação Comunista Europeia

DISCURSO INTRODUTÓRIO DO PARTIDO COMUNISTA DA GRÉCIA (KKE) NA REUNIÃO DOS PARTIDOS COMUNISTAS EM ATENAS PARA A FUNDAÇÃO DA “AÇÃO COMUNISTA EUROPEIA”

"Através do estudo da experiência histórica e do desenvolvimento coletivo de nossa visão de mundo, esclarecemos ainda que é crucial para um Partido Comunista defender a sua independência organizativa, ideológica e política, seguir firmemente o caminho revolucionário e rejeitar qualquer participação ou apoio aos governos burgueses." 

Plenária de fundação da Iniciativa Comunista Europeia

Damos-vos as boas-vindas e desejamos-vos sucesso nas lutas dos vosso partidos pelos interesses da classe operária e das camadas populares nos vossos países.

Agradecemos a manifestação de solidariedade para com o nosso Partido e as lutas do movimento operário-popular contra a política antipopular do governo da Nova Democracia, que está a ser implementada com o acordo dos partidos sociais-democratas, SYRIZA e PASOK, mas também das formações de extrema-direita e fascistas.

Agradecemos o vosso apoio ao KKE nas recentes batalhas político-eleitorais travadas pelo nosso Partido, que obtiveram resultados positivos numa correlação geral de forças negativa

quinta-feira, 23 de novembro de 2023

Marx, Lênin, Gramsci e a Imprensa

Altamiro Borges
29 de agosto de 2013



Diante do poder alcançado pela mídia hegemônica e das ilusões ainda existentes sobre seu papel, revisitar as ideias de intelectuais marxistas sobre o tema é de maior importância e causa surpresa por sua enorme atualidade. Marx, Lênin e Gramsci, entre outros pensadores revolucionários, sempre destacaram o papel dos meios de comunicação. Exatamente para entender a importância da luta de idéias, do fator subjetivo na transformação da sociedade, fez questão de desmascarar o que chamavam, sem meias palavras, de “imprensa burguesa” e de realçar a necessidade da construção de veículos alternativos dos trabalhadores.

domingo, 19 de novembro de 2023

Breves respostas sobre questões político-ideológicas relativas ao ataque de Israel e ao massacre na Faixa de Gaza contra o povo palestino

Artigo da Seção de Relações Internacionais do CC do Partido Comunista da Grécia (KKE)

10/11/2023


Desde as primeiras horas do ataque militar do Estado israelita e o massacre contra o Povo palestino na Faixa de Gaza, o KKE tomou uma posição de classe e de princípio ao lado do povo palestino e organizou dezenas de mobilizações solidárias. Os comunistas lideraram muitas manifestações de trabalhadores e populares em toda a Grécia.

Em Atenas, manifestantes marcharam até a embaixada israelita e também protestaram frente a embaixada dos EUA. O KKE denunciou o governo da ND e outros partidos (SYRIZA, PASOK, nacionalistas) por apoiarem Israel em nome dos interesses nacionais. Exigiu a retirada da Grécia dos planos EUA-OTAN   na região, o regresso das fragatas gregas da OTAN em missões no estrangeiro, o encerramento das bases EUA-OTAN e a implementação da decisão do parlamento grego no sentido de reconhecer o Estado palestino nas fronteiras estabelecidas antes de 4 de junho de 1967, com Jerusalém Oriental como sua capital.

sexta-feira, 17 de novembro de 2023

Quando Jornais se Convertem em Partidos

Por Dênis de Moraes*

19/09/2020

A imprensa partidarizada a serviço do poder

Em memória de Carlos Nelson Coutinho, presente nos oito anos de ausência.


 

Nos estudos que realizo, há uma década, sobre Antonio Gramsci, a imprensa e o jornalismo, uma temática se insere entre aquelas de atualidade incontornável. O filósofo marxista italiano percebeu laços e conexões – sejam eles dissimulados, cinicamente encobertos ou mesmo assumidos – entre empresas jornalísticas (ou seja, a mídia de seu tempo: a imprensa escrita) e as esferas de poder, em distintas conjunturas históricas.

Neste texto, retomo algumas premissas e busco examinar a contribuição de Gramsci ao enquadramento de grupos empresariais que controlam os processos de produção e difusão informativas como verdadeiros partidos. Resultam daí abusivas interferências nos embates político-ideológicos e na conformação de linhas de força do imaginário coletivo, traduzidas em estratégias discursivas que se ajustam ao propósito de afirmação de valores e ideários alinhados à ordem do capital.

terça-feira, 14 de novembro de 2023

Os Jornais e os Operários*

Antonio Gramsci

12/1916




É a época da publicidade para as assinaturas. Os diretores e os administradores dos jornais burgueses arrumam as suas vitrines, passam uma mão de tinta pela tabuleta e chamam a atenção do passante (isto é, do leitor) para a sua mercadoria. A mercadoria é aquela folha de quatro ou seis páginas que todas as manhãs ou todas as tardes vai injetar no espírito do leitor os modos de sentir e de julgar os fatos da atualidade política que mais convém aos produtores e vendedores de papel impresso. Estamos dispostos a discorrer, com os operários especialmente, sobre a importância e a gravidade daquele ato aparentemente tão inocente que consiste em escolher o jornal que se pretende assinar?

sexta-feira, 10 de novembro de 2023

Milei e Massa Não São Iguais, mas Representam os Mesmos Interesses de Classe

Nota do Comitê Central do Partido Comunista Argentino (PCA)* sobre as eleições de 2023.


Onda de saques precedeu as eleições argentinas.


No domingo (22) ocorreram as eleições gerais em plena crise que atravessa o nosso país, com uma inflação mensal de 12% e uma inflação anual de 138%; mais de 20 milhões de argentinos em situação de pobreza, quase 60% de crianças pobres, ou seja, 6 em cada 10 crianças vivem na pobreza, e com 10% da nossa população em situação de extrema pobreza; com o aprofundamento do plano de ajuste levado a cabo pelo governo nacional de Alberto Fernández, Cristina Kirchner e Sergio Massa, através da criação de um novo dólar e da corrida cambial, que se traduziu em especulação financeira e no aumento da inflação; aumento no preço dos combustíveis e das necessidades básicas; etc.

Como nós do Partido Comunista Argentino já vínhamos denunciando desde o anúncio das candidaturas, o período eleitoral foi marcado por uma agenda de extrema direita, alinhada ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e aos organismos financeiros. A Embaixada dos Estados Unidos colocou “um ovo em cada cesta”, já que tanto Javier Milei, Sergio Massa ou Patricia Bullrich são personagens alinhados aos interesses monopolistas e pretendem claramente continuar apoiando o modo de produção capitalista.

As Crianças de Gaza

Patrick Howlett-Martin

10.11.23

"Por que é que as crianças também devem sofrer? Dir-se-á que elas carregam na carne os pecados dos seus pais e, portanto, são cúmplices? Alguns podem  gracejar dizendo que a criança vai crescer e pecar por sua vez, quando chegar a hora. Mas este menino de 8 anos não teve a possibilidade de crescer;  foi dilacerado por cães. Nenhuma quantidade de harmonia futura redimirá uma única lágrima derramada por esta criança mártir. Se as lágrimas das crianças são necessárias para aperfeiçoar a quantidade de sofrimento que serve de resgate para a verdade, afirmo categoricamente que não merece ser pago tal preço."

– Dostoievski, Os Irmãos Karamazov

A Faixa de Gaza foi alvo de quatro ataques israelitas desde 2009: em 2009, 2012, 2014 e 2021. Desde 2000, as forças armadas israelitas mataram 7 759 palestinos em Gaza, incluindo 1 741 crianças e 572 mulheres, de acordo com a organização humanitária israelita B'Tselem. Nesta quinta ofensiva militar israelita desde 09 de outubro de 2023, em retaliação pela morte de 1 400 israelitas, a grande maioria civis, e pelo rapto de 200 reféns, dos quais 30 crianças, por elementos armados do Hamas a partir de Gaza, morreram mais de 7 028 pessoas, incluindo 2 913 crianças e 1 709 mulheres, sob 7 000 bombas de Israel (até 26 de outubro) [Edição Página 1917: dados atualizados em 10/11 registram um total de 11 mil palestinos mortos pelos ataques israelenses.]


Em apenas 18 dias, os bombardeamentos israelitas mataram mais crianças palestinas em Gaza do que nos últimos 23 anos. Os hospitais de Gaza relataram 18 484 feridos. Quando irá acabar essa contabilidade macabra? As crianças israelitas e palestinas são responsáveis pela atual situação na Palestina? Como é que as crianças palestinianas podem ser responsáveis pela intervenção militar levada a cabo pelo braço armado do Hamas, que é brandido pelas autoridades israelitas para justificar a destruição de Gaza? Com que finalidade estas crianças estão a ser mortas? A morte de crianças palestinas em anteriores bombardeamentos e ataques israelitas em Gaza, contribuiu, de alguma forma, para preservar a segurança do Estado israelita?

Otto Ohlendorf, um dos líderes dos Einsatzgruppen [esquadrões da morte nazis], admitiu durante os Julgamentos de Nuremberga ter executado 90 000 pessoas na Ucrânia, incluindo judeus e comunistas, sem qualquer necessidade militar, não poupando crianças por medo de que elas se vingassem quando crescessem. Justificando a execução das crianças, Ohlendorf afirmou:

"Acredito que é muito fácil explicar se partirmos do fato de que essa ordem não estava apenas a tentar garantir segurança temporária, mas segurança permanente. Por essa razão, essas crianças cresceriam e, com os seus pais mortos, certamente representariam um perigo tão significativo como os seus pais" ("Die jüdischen Kinder von heute unsere Gegner von morgen seien")

terça-feira, 7 de novembro de 2023

A Nossa Revolução*

Ney Nunes

09/11/2017

             Um acontecimento que, decorrido um século, ainda provoca análises, debates e paixões ao redor do mundo, não pode de forma alguma ser desprezado, ou corre-se o risco de ficar prisioneiro da ignorância sobre o passado e da cegueira em relação ao presente e ao futuro. A Revolução Russa de 1917 nasceu das profundezas de uma crise terminal do sistema autocrático vigente na Rússia, combinada e potencializada pelas disputas interimperialistas que resultaram na Primeira Guerra Mundial. O componente mais especificamente russo dessa crise já tinha se manifestado com força na revolução derrotada de 1905, quando a tirania do regime dos Czares foi colocada em xeque pela mobilização dos camponeses e operários. Apesar da derrota da revolução, o regime dos Czares não teria longa sobrevida, os reveses militares da Rússia na guerra iniciada em 1914 e a situação miserável da maioria esmagadora do povo forneceram o combustível que reacendeu a chama que fora apagada pela repressão em 1905.


Manifestação na Rússia em 1917.

          Mas nem só de revolta popular é tecida uma revolução vitoriosa, é preciso bem mais. A indignação e a disposição das massas para lutar necessitavam de uma base sólida, essa base foi construída pela teoria marxista, pela estratégia e táticas elaboradas e levadas a prática por um disciplinado partido revolucionário que soube se ligar de forma orgânica ao proletariado russo. Esse partido nasceu da cisão no interior da social-democracia, então a corrente política majoritária no movimento operário internacional, ela se deu a partir das divergências sobre as concepções de construção e funcionamento do partido e também do posicionamento diante da Primeira Guerra Mundial. No entendimento da maioria da sua direção, o partido russo não deveria ficar limitado as disputas eleitorais e as lutas por reformas no interior do capitalismo, pelo contrário, compartilhavam a compreensão de que a violência da ditadura do capital só poderia ser derrotada por um partido centralizado e inserido em todas as lutas do proletariado, preparado para operar nas mais difíceis condições. Iniciada a guerra, Lenin e seus camaradas denunciaram o oportunismo da social-democracia que capitulava diante das suas burguesias nacionais, ao apoiar no parlamento créditos para sustentar a guerra interimperialista.

domingo, 5 de novembro de 2023

Israel é uma Força de Ocupação Militar

Ney Nunes

05/11/2023


Soldado israelense agride palestino durante protesto na  Cisjordânia, 20/10/2022.
 Crédito: EFE/ABED AL HASHL AMOUN


Há 75 anos, Israel se constituiu como força invasora e de ocupação militar sobre o território palestino, fundamentada pela ideologia sionista e graças ao respaldo político, econômico e militar que recebe dos Estados Unidos, Alemanha, França e Inglaterra.

Os apoiadores da ocupação na Palestina e das barbaridades ali cometidas tentam, de forma cínica, confundir sionismo com judaísmo. Quando sabemos que judaísmo é uma religião milenar com todo o direito de existir, da mesma forma que o catolicismo, budismo, islamismo e outras. Já o sionismo, não passa de uma ideologia política burguesa elaborada para legitimar a expulsão dos palestinos das suas terras, objetivando  a construção de um Estado racista no território ocupado.

A Perseguição Política em Curso na Ucrânia e na Rússia é Inaceitável

Eurodeputados do Partido Comunista da Grécia (KKE)

COMUNICADO DE IMPRENSA - 02/11/2023

 

Deputados do KKE no Parlamento Europeu

As 88 semanas em que decorre a “fase quente” do conflito imperialista nos territórios da Ucrânia, levaram a grandes perdas de civis e soldados em ambos os lados do conflito, para os lucros dos capitalistas; um conflito que está sendo travado pelos interesses das classes burguesas da Ucrânia e da Rússia, e no qual estão envolvidos os EUA, a OTAN, a UE, bem como a China e outros.

A intenção clara da liderança política de ambos os lados é impor uma submissão completa das forças políticas aos objetivos da burguesia, em nome da “defesa da pátria”. Assim, entre as vítimas da guerra imperialista estão aquelas forças e atores políticos que, de uma forma ou de outra, se opuseram ao derramamento de sangue dos dois povos.

O KKE denuncia a dura perseguição política que foi imposta em ambos os países contra os comunistas, socialistas e outras forças de esquerda que ousaram questionar as decisões dos governos burgueses.

Independentemente das suas opiniões, expressamos a nossa solidariedade a Maxim Goldarb, chefe do partido “União das Forças de Esquerda – Por um Novo Socialismo” na Ucrânia, bem como ao escritor e jornalista socialdemocrata russo Boris Kagarlitsky, ambos sendo perseguidos pelas autoridades repressivas dos seus países com base em acusações forjadas e inaceitáveis.

Exigimos o fim da sua perseguição e o levantamento de todas as restrições e proibições políticas impostas em ambos os países desde o início da guerra imperialista.

Não estamos do lado dos imperialistas, estamos do lado dos povos!


Fonte: https://inter.kke.gr/en/articles/The-ongoing-political-persecution-in-Ukraine-and-Russia-is-unacceptable/   


Edição: Página 1917

 



 

Israel e EUA aprofundam o massacre ao povo palestino

Não devemos ter dúvidas de que o lado das classes trabalhadoras nesse conflito é o lado da resistência palestina contra a ocupação israelense.

Gaza destruída pelos bombardeios do Estado terrorista israelense.


Cem Flores

03.11.2023


UM CONFLITO QUE NÃO COMEÇOU COM OS ATAQUES DE 7 DE OUTUBRO


Como toda a mídia tem noticiado, o conflito entre Israel e Palestina está vivendo mais um período extremamente violento. Segundo essa mesma mídia e o governo de Israel, tudo começou quando, no dia 7 de outubro, diversas forças de resistência palestinas realizaram ataques militares com milhares de foguetes e rompimento de cercos contra esse país. Uma ação militar que, ao longo desse conflito de mais de 75 anos, atingiu profundamente o sionismo israelense instaurando o pânico nas forças de dominação.

Parece assim que os/as palestinos/as são terroristas, que escolheram a violência por livre e espontânea vontade; que seu objetivo é atacar civis inocentes etc. Mas isso é uma distorção ideológica da verdade que os opressores sempre fazem para difamar a resistência dos oprimidos. Quando uma população da periferia do Brasil se revolta com as frequentes chacinas da polícia, a televisão sempre acusa a população pobre de baderneira, quando não bandida ou coisa pior. A mesma coisa acontece com a luta palestina!

O 7 de outubro foi uma reação dos/as palestinos/as contra a violência contínua que seu povo sofre nas mãos de Israel. Há décadas os/as palestinos/as são removidos/as de suas terras, vivem em verdadeiras prisões a céu aberto e são presos/as, torturados/as e mortos/as aos milhares. Toda tentativa de acordo de paz foi rompida por Israel nos últimos anos, levando os/as palestinos/as a resistir como podem.

terça-feira, 31 de outubro de 2023

O Conflito Militar Israel-Palestina

Dimitris Koutsoumbas

21/10/23

Gaza bombardeada pelo Estado sionista israelense. 

A ofensiva terrestre de Israel na Faixa de Gaza desencadeará uma conflagração geral na região e, de um modo mais geral, à escala global. Esta questão foi corretamente abordada na recente reunião plenária do CC do KKE. O CC reafirmou as posições públicas do Partido, tal como se refletiram nos comunicados de imprensa do Gabinete de Imprensa, nas intervenções dos seus deputados nos Parlamentos Grego e Europeu, bem como nas suas ações no movimento de massas.

As potências regionais e internacionais – estados capitalistas envolvidos no conflito no Médio Oriente

Eles podem ser agrupados aproximadamente nas seguintes categorias:

segunda-feira, 30 de outubro de 2023

Genocídio e Imperialismo

Ney Nunes

30/10/2023

 Criança atingida em Gaza (© AP Photo / Hatem Ali)

     O chefe do Estado terrorista Israelense, o sionista Benjamin Netanyahu, declarou hoje que não vai parar os bombardeios sobre os dois milhões e trezentos mil habitantes de Gaza, na Palestina. O genocida conta com aval político e militar da principal potência imperialista, os Estados Unidos, para prosseguir com o massacre que já ceifou a vida de 8,3 mil palestinos, entre os quais, mais de 3 mil são crianças.(1) Netanyahu, também recebe apoio de um outro bloco imperialista, a União Europeia, para prosseguir com a carnificina.

    O genocídio praticado por Israel contra os palestinos é parte integrante desse sistema de exploração e opressão dos povos pelas potências capitalistas, o capitalismo na sua fase imperialista, e a História nos mostra que esse sistema nos levou até duas guerras mundiais. Hoje, a gravidade dos conflitos bélicos em curso no mundo indicam que a terceira guerra pode estar bem mais próxima do que poderíamos imaginar.

    O propalado mundo multipolar, por si só, não oferece nenhuma perspectiva de resolução desses conflitos e de garantia da paz. A multipolaridade sob a égide do sistema imperialista se constitui, na verdade, em mais um fator de acirramento das disputas interimperialistas e nunca é demais lembrar que duas Guerras Mundiais foram deflagradas justamente no contexto de um mundo multipolar. A paz duradoura entre os povos não tem chance de viabilidade enquanto perdurar a hegemonia dos interesses dos oligopólios empresariais, característica determinante da época imperialista.

    O genocídio em Gaza é prenúncio da barbárie que aguarda a humanidade. A única forma de evitá-la é avançarmos decididos no combate pela imediata suspensão do morticínio praticado por Israel na Palestina e na luta estratégica pela derrocada do capitalismo no mundo.


(1)https://ansabrasil.com.br/brasil/noticias/ultimo_momento/2023/10/30/numero-de-mortos-em-gaza-ultrapassa-marca-de-83-mil_69f1297e-d28b-4fba-b80a-5b0580b078dc.html


Edição: Página 1917



sábado, 28 de outubro de 2023

Como os Regimes Árabes Financiam a Guerra de Israel em Gaza

Os estados árabes que normalizaram as relações com Tel Aviv estão entre os principais contribuintes em dinheiro para o complexo militar-industrial de Israel. Estes bilhões de dólares árabes estão agora a fluir para a guerra absurda do Estado de Ocupação contra os palestinos em Gaza, Jerusalém e na Cisjordânia.

Mohamad Hasan Sweidan

20/10/23

Gaza: crime contra a humanidade. (foto: Mahmud HAMS / AFP)

Ao longo da sua curta história, Israel praticou atrocidades tanto contra o povo palestino como contra os Estados árabes vizinhos, utilizando frequentemente produtos químicos proibidos internacionalmente, como o fósforo branco , que foi utilizado contra Gaza e o Líbano nos últimos dias.  

No meio da sua guerra em curso contra a Faixa de Gaza, o Estado de ocupação tem desfrutado de uma variedae de meios considerável, graças em grande parte ao apoio ocidental, nomeadamente de Washington, que orgulhosamente se autodenomina um defensor dos direitos humanos globais. Os flagrantes padrões duplos desta política ocidental são exemplificados por décadas de abusos e crimes de guerra documentados em países como o Iraque, o Afeganistão, o Viet, a Síria, o Líbano e outros.

Mas não são apenas os Estados ocidentais que sustentam hoje as capacidades militares de Israel. Uma análise aprofundada revela que uma parte significativa do financiamento para a indústria militar de Israel vem agora de países árabes que normalizaram recentemente as relações com o Estado de ocupação. Quem são, então, os financiadores das guerras de Israel?

quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Do Eurocomunismo à Participação no Governo Burguês*

Raúl Martínez, membro do Burô Político do Partido Comunista dos Trabalhadores da Espanha (PCTE)


MARINA GINESTA – Comunista revolucionária ficou eternizada na luta contra o fascismo na Espanha.


A longa viagem do eurocomunismo:

No dia 13 de janeiro de 2020 constituiu-se o primeiro governo de coalizão desde a II República, do qual formam parte os ministros do PSOE e a coalizão Unidas Podemos, da qual formam parte, por sua vez, a Esquerda Unida e o Partido Comunista da Espanha. Com isso, dois militantes do PCE passam a ocupar o Conselho de Ministros: a ministra do trabalho, Yolanda Díaz, e o ministro do consumo, Alberto Garzón.

A longa viagem empreendida pela direção revisionista do PCE, encabeçada por Santiago Carrillo, chega a seu fim. O objetivo traçado pelo eurocomunismo foi cumprido. Estão agora no governo. Chegou a hora da verdade, a hora que a prática confirme, ou não, a tese que outrora conduziu a direção comunista espanhola ao abandono de toda estratégia revolucionária, abrindo uma crise no movimento comunista que perdura até hoje.

O Burô Político do PCTE se pronunciou publicamente sobre o novo governo de coalizão. Em nossa resolução, advertimos que esse governo não faria outra coisa além de gerir a exploração capitalista. Advertimos sobre as falsas ilusões que importantes setores do movimento operário estavam semeando, com base em uma série de propostas simbólicas. Convidamos a não depositar nem um pingo de confiança no governo social-democrata, que chegava para conter a mobilização das massas, frente a um incipiente estalar de uma nova crise capitalista.

segunda-feira, 23 de outubro de 2023

Intensificação da Luta pelo Fim da Ocupação Israelense*

Solidariedade com o povo palestino, pela desvinculação da Grécia dos planos dos EUA e da OTAN

Giorgos Marinos

Membro do Bureau Político do CC do Partido Comunista da Grécia (KKE)

20/10/2023

Manifestação em apoio à causa palestina na Grécia


Neste momento na Palestina, na Faixa de Gaza, está a ser cometido outro crime imperialista. O Estado de Israel e o governo de extrema-direita de Netanyahu, sob a forma de um governo de “unidade nacional”, continuam os massacres dos anos anteriores, golpeando o povo, civis e crianças com a sua máquina militar, causando milhares de mortes. Impõe um bloqueio total, privando a população de água, alimentos, medicamentos, material médico e eletricidade, preparando uma invasão terrestre e um genocídio.

Devemos agora condenar a barbárie das forças de ocupação e expressar massivamente a solidariedade popular para com o povo sofredor da Palestina.

A classe trabalhadora, as camadas populares, a juventude, com a ação avançada dos comunistas, podem abrir o caminho para a verdade rompendo a barreira das inúmeras mentiras e falsidades sem base histórica que são deliberadamente utilizadas para apoiar a ocupação israelense.

sábado, 21 de outubro de 2023

Uma Visão Marxista do Conflito Palestina-Israel e a Guerra Imperialista

 Chico Aviz

 20/02/2020

O Estado não representa uma força imposta a partir do exterior, muito menos trata-se de uma “imagem e realidade da Razão”, como acreditava Hegel. Esta entidade é produto da própria sociedade em certa fase do desenvolvimento da luta de classes. Isto é, surgiu historicamente com o antagonismo insolúvel entre as classes. Tal força emerge como o poder de uma classe sobre a outra, mas falseia-se ideologicamente como uma estrutura acima das classes para manter a ordem. Como parte dessa formulação de suposta isenção do Estado, nutrindo-se de aspectos culturais, busca afirmar-se como sentinela das tradições, nacionalidades, crenças, costumes e culturas. Porém, nada mais é do que uma imposição de força e controle da classe dominante.

Vítimas dos bombardeios israelenses em 2023 - Foto: Mahmud Hams/AFP


A partir desta definição encontrada em “A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado”, escrita por Engels em 1884, conquistamos mais clareza não apenas quanto ao Estado de Israel, como todos os Estados burgueses.

quarta-feira, 18 de outubro de 2023

O Caráter de Classe Burguês do Governo Lula-Alckmin

Por Coletivo Cem Flores

Lira e Lula: parceiros da gestão burguesa.
O governo burguês de Lula-Alckmin busca cumprir essa sua função de duas formas fundamentais:

  1. A consolidação dos avanços do programa hegemônico da burguesia obtidos nos últimos anos (“reformas” previdenciária, trabalhista, privatizações, concessões entre outros) e a busca por avanços nessa ofensiva de classe (novo teto de gastos do PT, “reforma” tributária, concessões, PPPs etc.) e
  2. A conciliação de classes, na verdade subordinação das massas trabalhadoras à burguesia, seja via cooptação dos movimentos sindicais/populares (inclusive com cargos, grupos de trabalho e verbas públicas), seja pela sabotagem direta das lutas das massas.

Diante desse cenário, a única conclusão possível às/aos comunistas é que não nos cabe qualquer tipo de ilusão com esse governo burguês. Formulações oportunistas e/ou eleitoreiras como as de “apoio incondicional”, “apoio crítico”, “independência” ou semelhantes são apenas diferentes formas de abdicar da luta de classes contra a burguesia, seus governos e seu estado, expressando a conciliação/subordinação aos seus interesses, ainda que buscando disfarçá-la sob o manto das “frentes amplas” e/ou do combate ao “fascismo” (sob hegemonia burguesa).

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

O KKE Segue na Luta com Mais Força!

Por Partido Comunista da Grécia (KKE)




Em 15 de outubro de 2023, foi realizada o segundo turno das eleições locais na Grécia. Com base no resultado dos dois  das eleições locais, as listas apoiadas pelo KKE foram votadas por centenas de milhares de populares, registando uma percentagem superior a 10% a nível nacional (de 6,86% nas eleições regionais 2019).

sábado, 14 de outubro de 2023

Guerra é Guerra

Antonio Gramsci

31 de janeiro de 1921


Brigada operária nas ocupações de fábrica, Turim, 1920.


    Compreender o inimigo e saber avaliá-lo com precisão significa possuir uma condição necessária para a vitória. Compreender e saber como avaliar suas próprias forças e sua posição no campo de batalha significa possuir outra condição muito importante para a vitória.

    Os fascistas querem realizar claramente e em pleno vigor, em Turim, um plano geral que lhes garantiu vitórias fáceis em outras cidades. Contingentes estrangeiros foram convocados (de Bolonha, as tropas foram escolhidas e treinadas). O número de espetáculos de desfile foi acelerado, com as forças alinhadas em fileiras, no típico estilo militar.

quinta-feira, 12 de outubro de 2023

Da ilusão de uma "Internet Livre" aos Caminhos da Cibercensura

Manuel Gouveia

28-09-23


    

Existe ainda um espaço de liberdade real na internet. Onde uma diferente perspectiva do mundo pode ser e é apresentada. De uma forma não massificada, mas acessível, na teoria, por todos. É aqui que agora os poderes políticos estão a intervir para colocar – de forma mais clara – mecanismos de censura.

Há muitos, muitos anos, uma geração foi levada a acreditar que a Internet representava o acesso livre e universal de todos os cidadãos à produção, publicação e consulta de informação. A quantidade de disparates que então se escreveu dava uma excelente obra cômica.

Quem alertava para a realidade material, e para as implicações dessa realidade material, foi taxado de "Velho do Restelo"*, e antevia-se a sua rápida descredibilização pela vertiginosa liberdade provocada pela Internet. Como sempre, a materialidade impôs-se.

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