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domingo, 26 de janeiro de 2020

O Que é Reformismo e Oportunismo?

August Thalheimer
2 de Dezembro de 1928

Um leitor desta revista solicitou, em carta enviada à Redação, uma resposta à pergunta. A Redação achou proveitoso que a resposta viesse a público.

Foram duas as questões colocadas: sobre a natureza do reformismo e sobre a essência do oportunismo. Seria melhor, em primeiro lugar, tratar cada uma por si e, depois, determinar as relações entre o reformismo e o oportunismo, até que ponto eles se equiparam e até que ponto não.

Certamente que quem fez a pergunta entende por reformismo a tão conhecida direção política dentro do movimento operário. Por isso, podemos abstrair de tratar o reformismo sob outros aspectos.

Reformismo é, literalmente, a luta por reformas. Reformas são, em relação ao Estado burguês e ao modo de produção capitalista, mudanças em favor das classes dominadas e exploradas que não alteram de modo fundamental as relações de troca entre as classes. Permanece, assim, o fato de que a sociedade se divide em duas classes principais — capitalistas e trabalhadores assalariados — e que os capitalistas exploram os trabalhadores assalariados. Permanece também o fato de que a classe economicamente dominante, simultaneamente, domina o Estado e, além disso, emprega os meios de poder do Estado para conservar e regular as relações de exploração e para oprimir as classes não capitalistas.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Para Vencer a Burocracia, o Revisionismo e o Dogmatismo.

Mao Tsé-Tung*

   É necessário manter o sistema de participação dos quadros no trabalho coletivo de produção. Os quadros do nosso Partido e Estado são trabalhadores comuns e não senhores que cavalgam às costas do povo. Ao participarem no trabalho coletivo de produção, os quadros mantêm os laços mais amplos, permanentes e estreitos com o povo trabalhador. Essa é uma medida maior e de fundamental importância num sistema socialista; ela contribui para vencer a burocracia e impedir o revisionismo e o dogmatismo.

* O Livro Vermelho.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Pós-modernismo: A Ideologia da Derrota (I)

   Ellen Meiksins Wood*

   O significado do jargão pós-modernista ficará mais claro nos artigos que seguem. Mas a essa altura, deve estar óbvio que o fio principal que perpassa todos esses princípios pós-modernos é a enfase na natureza fragmentada do mundo e do conhecimento humano. As implicações políticas de tudo isso são bem claras: o self humano é tão fluido e fragmentado (o "sujeito descentrado") e nossas identidades, tão variáveis, incertas e frágeis que não pode haver base para solidariedade e ação coletiva fundamentadas em uma "identidade" social comum (uma classe), em uma experiência comum, em interesses comuns.

   Mesmo em suas manifestações menos extremas o pós-modernismo insiste na impossibilidade de qualquer política libertadora baseada em algum tipo de conhecimento ou visão "totalizantes". Até mesmo uma política anticapitalista é por demais "totalizante" ou "universalista". Não se pode sequer dizer que o capitalismo, como sistema totalizante, exista no discurso pós-moderno, o que impossibilita a própria crítica do capitalismo. Na verdade, a "política", em qualquer um dos seus sentidos tradicionais da palavra, ligando-se ao poder dominante de classes ou Estados e à oposição a eles, é excluída, cedendo lugar a lutas fragmentadas de "política de identidades" ou mesmo ao "pessoal como político". Embora haja projetos mais universais que, de fato, pareçam atraentes para a esquerda pós-moderna, tal como a política ambiental, é difícil entender como eles, ou, na verdade, qualquer ação política, podem ser coerentes com os princípios mais fundamentais do pós-modernismo: um ceticismo epistemológico e um derrotismo político profundos.

*Ellen Meiksins Wood (1942-2016) historiadora e editora marxista.  
   O que é a agenda "pós-moderna"?
   Em Defesa da História; p.13; Jorge Zahar Editor; 1999.


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