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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

As posições revisionistas (oportunistas) do marxismo, o reformismo burguês e a situação no Brasil de hoje.

Anita Leocadia Prestes [*]
Publicado em 2015. [**]
Anita Leocádia acompanhando seu pai, Luiz Carlos Prestes.


O revisionismo e o reformismo burguês no Brasil

V. I. Lenin, em sua época, mostrou que as tendências revisionistas do marxismo, embora reconhecessem formalmente a teoria do socialismo cientifico, na realidade constituíam uma forma da luta da ideologia burguesa contra as ideias revolucionárias. Segundo o grande artífice da Revolução Russa de 1917, isso revelava a força do marxismo. "A dialética da história é tal – escrevia Lenin – que o triunfo teórico do marxismo obriga seus inimigos a disfarçar-se de marxistas. O liberalismo apodrecido internamente, tenta renascer sob a forma de oportunismo socialista" [1] .

 As palavras de Lenin revelam-se de uma atualidade surpreendente, quando se observa o panorama político da sociedade brasileira de hoje. Uma sociedade, cujas classes dominantes, representadas pelas elites políticas - ou seja, seus "intelectuais orgânicos", segundo A. Gramsci (Gramsci, 2001:15-25), - tiveram sempre sua atuação marcada pelas soluções de conciliação entre os distintos grupos de interesses dos setores privilegiados. As massas populares, os trabalhadores, os oprimidos e explorados permanecendo alijados dessas soluções de cúpula. Ao referir-se ao "homem cordial", Sérgio Buarque de Holanda (Holanda, 1981) registrou esse traço manifesto das elites brasileiras, herança da nossa formação histórica, caracterizada pela permanência de quatro séculos de escravidão e da grande propriedade territorial.

Tais tradições da vida política brasileira, em que as soluções de compromisso entre grupos e/ou partidos representativos de distintas facções das classes dominantes constituíram uma forma de sobrevivência diante do aguçamento da luta de classes, determinaram um constante afastamento das massas populares de qualquer atuação significativa na resolução dos problemas nacionais. Condicionaram uma permanente impossibilidade de que protagonistas de perfil popular exercessem influência significativa nas decisões políticas adotadas pelos intelectuais orgânicos dos setores dominantes. Nesse sentido, tornou-se emblemática a frase pronunciada em 1930 por Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, um dos grandes oligarcas de Minas Gerais: "Façamos a revolução antes que o povo a faça" (Abreu, 2001:1115).

Os antecedentes apontados, presentes no universo político nacional, formaram o caldo de cultura propício ao advento no meio dos setores de esquerda e dos movimentos populares e dos trabalhadores de tendências oportunistas, ou seja, revisionistas do marxismo – uma teoria revolucionária em sua essência, segundo a qual seus adeptos não devem apenas interpretar o mundo, mas transformá-lo, [2] assim como de correntes contaminadas pelo reformismo burguês.

sábado, 22 de fevereiro de 2020

Crônicas e Reminiscências

                         Os Invencíveis
    Ney Nunes
   Nos anos sessenta do século passado, Vila Isabel era um bairro em acelerada transformação. A grande fábrica de tecidos da região, Companhia Confiança Industrial, onde meu avô e minhas tias trabalharam por décadas, encerrava as atividades, os bondes deixaram de circular, casarões antigos davam lugar aos edifícios de apartamentos, os armazéns e quitandas encolhiam diante dos supermercados. Mas, com tudo isso, suas ruas ainda eram o espaço para encontros e brincadeiras da criançada do bairro. Na rua Silva Pinto, onde morava, não era diferente, logo após o almoço começávamos a nos reunir nas calçadas, um bando de meninos descalços, de short e sem camisa, sentados junto ao meio fio, onde combinávamos as travessuras do dia.
   As possibilidades eram muitas, sobrava criatividade na molecada, entre elas, a tradicional pelada, as pipas, os carrinhos de rolimã, o jogo de bola de gude, o pique-esconde e as violentas batalhas travadas com a farta munição fornecida pelas muitas oitizeiras que dominavam nossas calçadas. Mesmo com todas essas alternativas, eu e três amigos mais próximos, Julio, Ozires e Darci, todos nós com idade entre 7 e 10 anos, resolvemos empreender mais uma, a ronda pelos quarteirões próximos para descobrir quintais com árvores frutíferas passíveis de serem “visitados”.
   Talvez por ser o mais velho do grupo, fui alçado à condição de líder e para que não sobrassem dúvidas quanto nossa disposição, nos autodenominamos, sem nenhuma modéstia, “Os invencíveis”. Para fazer jus ao nome tratamos de nos organizar para as empreitadas, municiados de atiradeiras, cabos de vassoura ou qualquer pedaço de pau. Fazíamos rondas para identificar possíveis alvos, os quintais com goiabeiras, jabuticabeiras, abacateiros, laranjeiras e mangueiras estavam entre nossos preferidos. Em pouco tempo já tínhamos todos os alvos devidamente mapeados e logo passamos a realizar os ataques furtivos.
   Reunida a guarnição, organizávamos a divisão de tarefas, o vigia, o distraidor de cães e os coletores que escalavam muros e árvores. Muitas vezes, apesar do nome do grupo, éramos obrigados a bater em retirada, pelo alerta do vigia ou da reação mais aguerrida dos moradores e seus vira-latas. Mas não pensem que desistíamos facilmente, passados alguns dias, retornávamos para nova tentativa. Com o tempo fomos acumulando experiência, ficamos cientes das épocas de cada fruta, dos quintais vulneráveis, daqueles guarnecidos por cães dóceis ou intratáveis e etc., nada escapava das nossas atentas observações.
   Decorridos mais de cinquenta anos, essas boas lembranças não se apagaram, um tempo de amizade, companheirismo e descobertas. A infância era pobre de bens materiais, mas rica em experiências e aprendizados. Ficou também na memória o delicioso sabor dessas frutas conquistadas nas investidas heroicas dos “Invencíveis” e uma certeza: goiaba com bicho alimenta e não faz mal.  

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Sobre o Desvio de Direita no Partido Comunista*

Antonio Gramsci   


   O perigo da criação de uma tendência de direita está ligado a situação geral do país. A própria compressão exercida pelo fascismo tende a alimentar a opinião de que, estando o proletariado na impossibilidade de abater rapidamente o regime, é melhor a tática que conduz, se não a um bloco burguês-proletário para a eliminação constitucional do fascismo, a uma passividade da vanguarda revolucionária, a uma não intervenção ativa do Partido Comunista na luta política imediata, para permitir que a burguesia se sirva do proletariado como massa de manobra eleitoral contra o fascismo. Este programa apresenta-se com a fórmula de que o Partido Comunista deve ser "a esquerda" de uma oposição de todas as forças que conspiram para abater o regime fascista. Isto é a expressão de um profundo pessimismo acerca das capacidades revolucionárias da classe trabalhadora.
   O próprio pessimismo e os próprios desvios levam a interpretar de modo errado a natureza e a função histórica dos partidos sociais-democratas no momento atual, a esquecer que a social-democracia embora tenha a sua base social, em grande parte, no proletariado, em relação à sua ideologia e à função política que exerce, deve ser considerada não como a direita do movimento operário, mas como uma esquerda da burguesia e como tal deve ser desmascarada perante as massas.

* Trecho  das teses "A Situação Italiana e as Tarefas do PCI", aprovadas pelo III Congresso do Partido Comunista Italiano que se realizou clandestinamente, em janeiro de 1926, em Lyon. O documento foi redigido por Gramsci com a colaboração principal de Togliatti e do grupo dirigente presente no Congresso. 
(Escritos Políticos, Antonio Gramsci, Vol. IV, p.222, Seara Nova, 1978.)

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

A "via desarmada" para o socialismo é suicida (pelo menos na América Latina).

Sirio López Velasco

Na América Latina, a “via armada” rumo ao socialismo resultou no século XX na derrota militar de quase todos os guerrilheiros (com exceção de Cuba e, na época, do FSLN na Nicarágua), às custas de muitas vidas jovens. O mais conhecido e lembrado dessas derrotas é o que culmina no assassinato de Che. Desde então, outros movimentos de guerrilha aceitaram integrar a legalidade capitalista e, de fato, renunciaram à luta não desarmada pelo socialismo, e algumas vezes renunciaram ao próprio socialismo (embora às vezes possam mencioná-lo retoricamente em alguma declaração). A suposta esquerda eleitoral e os movimentos sindicais e sociais que seguem suas diretrizes compartilham as duas demissões há décadas.

Ao mesmo tempo, confirma-se que a "via desarmada" para o socialismo é suicida (pelo menos na América Latina).

Na primeira quinzena de janeiro de 2020 (ou seja, pouco mais de dois meses após sofrer o golpe de estado), Evo Morales disse à estação de rádio boliviana dos plantadores de coca que havia cometido o "grande erro" de não organizar milícias populares armadas (como fez a Venezuela), que constituiria o "Plano B" para defender seu governo, quando a polícia se rebelou e o Alto Comando Militar se dobrou ao golpe, "aconselhando-o" a renunciar à Presidência.

O trágico é que essa declaração é dada 46 anos após o sangrento golpe de estado que foi implementado no Chile com o bombardeio por quase oito horas, por aviões, tanques e infantaria, do Palácio Presidencial, onde Allende  suicidou-se heroicamente.
Chile, 1973, o Palácio bombardeado pelos golpistas.
Allende proclamou diversas vezes que seu governo estava iniciando o caminho pacífico para o socialismo. No entanto, o golpe que o derrubou custou a vida, o desaparecimento, a tortura ou o exílio de dezenas de milhares de chilenos. E, no início de 2020, o povo chileno luta para reconquistar algum progresso feito nesse governo e para ter uma vida melhor (que alguns setores definem como socialista) após a longa noite de Pinochetista-Neoliberal. Ele quer uma soberania popular plurinacional efetiva (que começa com uma Assembléia Constituinte que elabora uma nova Magna Carta que substitui o legado de Pinochet) e uma vida decente (com, entre outras coisas, ocupações produtivas que relatam salários e pensões decentes, estudo e qualidade, saúde pública qualificada e moradia decente disponível para todos).

Para entender a amarga experiência alendista e o título dessas linhas muito curtas, recomendo assistir no YouTube o documentário de pouco menos de uma hora intitulado "A última decisão de Salvador Allende", em que vários protagonistas diretos dos acontecimentos falam sobre os eventos do dia do golpe de Estado de 11 de setembro de 1973. Desse modo, destacamos, em particular, os seguintes pontos:

O embaixador dos EUA no Chile até 1970 (ano em que Allende venceu as eleições presidenciais), diz: a) que na campanha presidencial chilena de 1964, o governo ianque e a CIA recolheram na Europa (inclusive no Vaticano e com os reinos da Bélgica e Holanda), milhões de dólares para se opor a Allende e apoiar a candidatura de Frei, que venceu e b) que, quando Allende triunfa em 1970, o mesmo embaixador participou da Casa Branca em uma conversa com o então presidente Nixon e seu secretário de Estado, Henry Kissinger, em que o primeiro disse que acabaria com o filho da puta do Allende.

O adido militar da Embaixada dos EUA em Santiago em 1970 diz que seu governo, imediatamente após a vitória de Allende, decidiu impedi-lo de assumir a Presidência, implementando um golpe de estado que seria desencadeado pelo sequestro do então comandante em chefe da Exército, General Schneider. E que Attaché esclarece que ele se reuniu com comandantes militares chilenos para realizar esse plano e que as armas para esse sequestro foram introduzidas no Chile na bolsa diplomática ianque. Essa ação terminou com o assassinato de Schneider, mas o golpe não poderia acontecer naquele momento.

Allende planejava anunciar um referendo sobre sua política em 10 de setembro de 1973, com a promessa de renunciar se ele a perdesse. E Pinochet, promovido a comandante em chefe do Exército há pouco mais de duas semanas, o convenceu a adiar esse anúncio até 11 de setembro.

Quando o golpe ocorre em 11 de setembro de 1973, não mais de trinta pessoas, lideradas por Allende, resistem no palácio presidencial (La Moneda).

Um dos defensores do Palácio diz que Allende não foi apenas traído pelos militares, mas também pela esquerda, que não foi defender seu governo. Outro defensor diz que Allende (que quase até o fim conseguiu se comunicar com o país pela rádio Magallanes) não quis convocar uma mobilização popular para evitar um massacre (o que, como sabemos, acabou ocorrendo).

Durante os primeiros tiros no palácio, um dos defensores pergunta a Allende o que faz Pinochet, e o presidente responde: "Neste momento, o pobre Pinochet deve ser preso"; Com todo o respeito que a coragem exemplar demonstrada por Allende merece, notamos que essa resposta revela uma não menor ingenuidade do que a demonstrada por Evo Morales perante os militares treinados e doutrinados pelos EUA.
Pinochet e Allende, o futuro ditador foi promovido pelo presidente. 
Uma das comunicações militares transmitidas pelas rádios durante o golpe diz que os trabalhadores são proibidos de deixar seus empregos e que, se o fizerem, serão atacados pelas forças armadas por terra e ar. E outra declaração (não sei se é interna ou pública) diz que, para cada soldado que morrer, cinco oponentes do golpe serão mortos.

Um dos generais do golpe (Palacios, que comandava os veículos blindados que atacavam La Moneda) diz que esperava uma forte resistência dos Cordões Industriais (as áreas de fabricação de Santiago, onde haveria trabalhadores organizados e supostamente armados), mas essa resistência não teve a amplitude que os golpistas temiam. É preciso lembrar que, pouco antes do golpe, Allende, pressionado pela direita, proclamou a Lei de Controle de Armas, que permitiu à Polícia e às Forças Armadas desarmar esses trabalhadores enquanto preparava o golpe. E Palacios também diz, referindo-se ao golpe, que "o soldado chileno não é alemão, mas sabe combater" (sic !!!).

Não é necessário lembrar os milhares de assassinatos (alguns dos quais flutuaram no rio Mapocho, que atravessa Santiago) ou desapareceram e os outros milhares que sofreram os horrores da tortura nos muitos campos de concentração (o primeiro dos quais foi o Estádio Nacional) e os outros milhares de exilados, em um pesadelo que começou em 11 de setembro de 1973 e durou décadas (de fato, em vários aspectos da vida chilena, até hoje).

À luz da recente experiência boliviana e alendista, espera-se que os povos da América Latina saibam tirar suas conclusões e evitar cair em becos sem saída quando pretendem caminhar em direção ao socialismo.

Para concluir essas breves linhas, observo que, se em 2020 os bolivarianos conseguirem permanecer no governo da Venezuela (que, segundo Chávez desde 2005, estava caminhando para o socialismo do século 21, coisa que duvidamos, pela não adoção nesse país de vários medidas básicas que caracterizam qualquer projeto de superação do capitalismo com um horizonte socialista-ecomunitário), porque, além de ter vencido todas as eleições presidenciais realizadas desde 1998, Chávez criou a chamada "união cívico-militar", depois tendo mudado a doutrina militar das Forças Armadas e colocando quadros que eram fiéis a ele em seu alto comando; e enfatizo que uma parte não negligenciável dessa reestruturação militar também foi a criação das Milícias Populares (que, segundo se diz, agrupa entre um e dois milhões de pessoas). Esses fatos mostram que a “via popular não desarmada” não implica no exercício efetivo da violência contra o imperialismo e seus títeres locais, mas sim, a existência de uma sólida capacidade armada latente, capaz de dissuadir ou neutralizar os golpes pró-imperialistas (na medida e, pelo tempo em que isso seja possível, até que se consolide o socialismo ecomunitarista que os torna, ao menos teoricamente, impossíveis).

Fonte: Rebelion.org







quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

O Comunismo Hoje e Amanhã.

Álvaro Cunhal*

Senhoras e senhores:

O tema proposto para esta palestra – “o comunismo hoje e amanhã” – no ciclo promovido pela Câmara Municipal, cujo convite agradeço, sugere a necessidade de, perante as profundas alterações da situação mundial, nomeadamente a derrocada da URSS e de outros países do leste da Europa, responder a legítimas interrogações que certamente muitos de vós colocam ao refletir sobre a questão: afinal o que é ser comunista hoje? Existem de facto hoje objetivos para os comunistas? Se existem quais são?

Nesta palestra procurarei dar resposta a estas interrogações. Desde já adianto em síntese, como ideia introdutória, que a história, os factos, a vida mostram e justificam que afinal o comunismo continua a responder às necessidades e mais profundas aspirações dos trabalhadores e dos povos.

Procurarei, nas breves palavras que uma palestra consente justificar esta afirmação.
    
Álvaro Cunhal
      
A apreciação certa da época em que vivemos

Para quem queira ajuizar com segurança do significado dos grandes acontecimentos tanto à escala mundial, como à escala nacional, e das perspectivas da evolução da sociedade, torna-se necessária uma apreciação segura da época atual.

Neste findar do século XX, multiplicam-se as interpretações e caracterizações do que o século significou e significará na história da humanidade. Considerando a derrocada da URSS e dos regimes do leste da Europa, a mudança daí resultante da correlação mundial de forças e a nova pretensão de restabelecimento do domínio, exploração e hegemonia mundial pelo imperialismo, espalha-se a ideia de que o projeto comunista fracassou, de que “o comunismo morreu”, de que “o comunismo não tem futuro” e de que afinal o capitalismo mostrou ser um sistema capaz de resolver os problemas da humanidade, um sistema superior e melhor que um sistema socialista.

Temos opinião diferente.

Nem o projecto comunista de uma sociedade nova e melhor, deixou de ser válido, nem o capitalismo se mostrou ou mostra capaz de resolver os grandes problemas da humanidade e se pode considerar um sistema definitivo.

O capitalismo sofreu, é certo, alterações ao longo do século XX nas suas estruturas econômicas e sociais. Desenvolveram-se a internacionalização dos processos econômicos e sistemas de cooperação e integração. As forças produtivas receberam poderoso impulso com a revolução científico-técnica.

Mas o capitalismo manteve e mantém as suas características essenciais, como sistema de exploração, opressão e agressão, marcado por injustiças, desigualdades e flagelos sociais. O capitalismo é um sistema em que há classes que exploram e classes que são exploradas, classes que dominam e outras que são dominadas, classes que governam em seu proveito e outras que para seu mal são governadas, classes que constituem uma minoria da população que concentra a riqueza e a usufrui em excesso e classes que constituem a maioria esmagadora da população que vive com graves carências e que, em vastíssimos sectores, vive numa zona social sombria de pobreza e miséria.

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