Índice de Seções

terça-feira, 26 de dezembro de 2023

O Triunfo da Pequena Burguesia

Francisco Martins Rodrigues
1984

"A pequena burguesia é a caixa de ressonância de todas as modas lançadas pela burguesia. Transporta para o seio das massas proletárias e semiproletárias a ideologia burguesa e imperialista mascarada numa versão “popular” atraente."

 



    O traço característico do último meio século é pois a apropriação do marxismo-leninismo pela nova burguesia e pequena burguesia de “esquerda”, que o transformou numa arma suplementar de acorrentamento do proletariado. O reformismo completou a obra de terror.

    O “marxismo” burguês dos nossos dias, primeiro centrista com o 7º congresso da Internacional, depois abertamente revisionista com o 20º congresso do PCUS, despojou o marxismo da sua natureza proletária, crítica, revolucionária, para o desfigurar num dogma utópico-reformista, consolador dos explorados e oprimidos com esperanças numa revolução que se afasta cada vez mais.

terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Não Alimentem os Inimigos do Proletariado!

Ney Nunes

15/12/2023

Você tem uma assinatura ou adquire com regularidade algum produto do oligopólio midiático brasileiro (Globo, Record, Band, SBT, CNN, Jovem Pan e etc.)?



Vamos refletir um pouco sobre isso.

Esse oligopólio está na linha de frente contra qualquer luta do povo trabalhador, ao mesmo tempo em que apoia todas as medidas que visem garantir ou aprofundar a exploração em favor da burguesia.

Além disso, é o porta-voz do sistema imperialista em nosso país, respaldando sempre seus interesses econômicos e geopolíticos. O exemplo mais atual é a cobertura cretina que estão fazendo da invasão israelense na faixa de Gaza, quando tentam de todas as maneiras justificar os crimes contra humanidade que Israel vem cometendo, ao assassinar, com seus bombardeios diários, milhares de civis desarmados, principalmente idosos, mulheres e crianças palestinas.

Em princípio, a sua mensalidade pode parecer pouco, mas somada a milhares de outras, ela contribui para manter e fortalecer essa verdadeira máquina de propaganda do capitalismo e da guerra imperialista.

Precisamos refletir e agir. Boicotar quem nos açoita diariamente é o mínimo que podemos fazer em prol da nossa causa.

Não alimentem os inimigos do proletariado!

Boicotem a máquina de propaganda capitalista!

Cancelem suas assinaturas!


segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

Morte e Destruição em Gaza

John Mearsheimer*

13/12/2023

"Os Estados Unidos não só foram o único país a votar contra uma recente resolução do Conselho de Segurança da ONU que exigia um cessar-fogo imediato em Gaza, mas também têm fornecido a Israel as armas necessárias para levar a cabo este massacre."

Não creio que nada do que eu diga sobre o que está a acontecer em Gaza vá afetar a política israelense ou americana nesse conflito. Mas quero que fique registado para que, quando os historiadores olharem para trás e para esta calamidade moral, vejam que alguns americanos estavam do lado certo da história.


O que Israel está a fazer em Gaza à população civil palestina – com o apoio da administração Biden – é um crime contra a humanidade que não serve nenhum propósito militar significativo. Como afirma a J-Street, uma importante organização de lobby de Israel: “A dimensão do desastre humanitário e das vítimas civis que estão a ocorrer é quase incompreensível.”[1]

Permitam-me explicar.

Primeiro, Israel está a massacrar propositadamente um grande número de civis, dos quais aproximadamente 70% são crianças e mulheres. A alegação de que Israel está a fazer todo o possível para minimizar as vítimas civis é desmentida por declarações de altos funcionários israelenses. Por exemplo, o porta-voz das FDI disse em 10 de outubro de 2023 que “a ênfase está nos danos e não na precisão”. Nesse mesmo dia, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, anunciou: “Eu aliviei todas as restrições: mataremos todos os que combatermos; Usaremos todos os meios"[2].

Além disso, os resultados da campanha de bombardeamento mostram claramente que Israel está a matar civis indiscriminadamente. Dois estudos detalhados da campanha de bombardeamento das FDI – ambos publicados nos meios de comunicação israelitas – explicam detalhadamente como Israel está a assassinar um grande número de civis. Vale citar os títulos dos dois artigos, que resumem sucintamente o que diz cada um deles:

"Uma fábrica de assassinatos em massa: por dentro do bombardeio calculado de Israel em Gaza"[3].

"O exército israelense abandonou a contenção em Gaza e os dados mostram uma carnificina sem precedentes"[4].

sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

Conflito Venezuela-Guiana: por uma posição internacionalista!

Lucha de Clases (CMI/Venezuela) 12/12/2023


No dia 3 de dezembro, foi realizado na Venezuela um referendo público consultivo, convocado pela Assembleia Nacional, sobre a disputa territorial da região de Essequibo, na Guiana. A escalada do conflito nesta região tem implicações profundamente reacionárias para ambos os povos. É imperativo que os comunistas adotem uma posição internacionalista.

O referendo assumiu a forma de cinco perguntas, que (em ordem) perguntavam aos eleitores se eles: 1) rejeitavam o despojo “fraudulento” da Venezuela de Essequibo na Arbitragem de Paris de 1899; 2) apoiavam o Acordo de Genebra de 1966 para resolver a questão; 3) concordavam com a recusa histórica da Venezuela em reconhecer a “jurisdição do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ)” sobre a questão; 4) rejeitavam a reivindicação territorial da Guiana; e 5) concordavam com o desenvolvimento de um “plano acelerado” para restabelecer a soberania venezuelana.

Essequibo: petróleo e outras riquezas minerais atiçam cobiça capitalista.

A votação ocorreu em meio a relatos de baixa participação nas seções eleitorais. Segundo os dados oficiais, os percentuais de aprovação foram: 97,83% para a primeira questão; 98,11% para a segunda; 95,40% para a terceira; 95,94% para a quarta; e 95,93% para a quinta. A participação oficial foi de 10,5 milhões, o que representa 50% do censo eleitoral.

Embora todos antecipassem uma vitória do “Sim”, o governo do PSUV esperava uma maior participação, dada a sua intensa campanha chauvinista, ao custo de US$ 1 milhão, o que reflete uma apatia geral em relação a todos os processos e instituições políticas, enquanto os trabalhadores e os pobres lutam pelos fundamentos básicos da vida e enfrentam ataques contínuos aos seus direitos.

domingo, 10 de dezembro de 2023

A Economia Brasileira no Final de 2023

Coletivo Cem Flores

05.12.2023

Depois de um primeiro semestre com crescimento acima do esperado, a economia brasileira desacelera nesse final de ano. Para os/as trabalhadores/as, tem sido mais um ano de exploração e carestia.

O crescimento econômico em 2023

No ano passado, o Brasil cresceu 2,9%. Foi mais um ano de recuperação econômica após a enorme crise em 2020. E tal crescimento se deu, dentre outros fatores como a demanda internacional pelas commodities brasileiras, pelo novo patamar de exploração que os patrões têm imposto às classes trabalhadoras do país.

Seguindo a tendência internacional, a expectativa era que, em 2023, o Brasil desacelerasse e “crescesse” em torno de 1%. Ou seja, estagnação. Afinal, o cenário geral era de agravamento das contradições interimperialistas, de persistente inflação surgida em 2021 e de grande aumento das taxas de juros.

No entanto, alguns fatores levaram à economia brasileira ter um desempenho muito acima do esperado no primeiro semestre. Lá fora, a desaceleração não foi tão forte como esperado, e o maior parceiro comercial do Brasil, a China, cresceu a ritmo maior, apesar de enfrentar sérios problemas econômicos. Já os preços das commodities, principais produtos exportados pelo Brasil, estiveram em alta no primeiro semestre.

sábado, 2 de dezembro de 2023

Classe / identidades

João Bernardo*

20/03/2019

João Bernardo Maia Viegas Soares



A classe trabalhadora pode ser definida no plano econômico ou no plano sociológico. É indispensável não confundir estes dois planos.

Eu defino o tempo como a substância do capitalismo, porque a mais-valia, ou seja, o processo de exploração, ocorre no tempo e resulta de contradições operadas no tempo. Aqueles que controlam o seu próprio tempo de trabalho, ou participam nesse controle, e simultaneamente controlam o tempo de trabalho alheio constituem as classes exploradoras (burgueses e gestores). Aqueles que não controlam o seu próprio tempo de trabalho nem o tempo de trabalho alheio constituem a classe trabalhadora. Aqueles que controlam o seu tempo de trabalho e não controlam o tempo de trabalho de mais ninguém são exteriores ao modo de produção capitalista, com o qual se relacionam apenas através do mercado (artistas, artesãos individuais e o que resta das velhas profissões liberais).

Caro leitor, ajude a divulgar o Página 1917, compartilhe nossas publicações nas suas redes sociais.