Partido Revolucionário Comunista* (França)
01/04/2024
O desenvolvimento da guerra imperialista no território da Ucrânia que inicia o seu terceiro ano é marcado por uma escalada nas políticas de rearmamento, preparação das populações para uma extensão do conflito, para uma militarização das atividades sociais e econômicas e uma tendência acentuada para restringir as liberdades.
O editorial do jornal Les Echos de 6 de março dá o tom ao afirmar: “Por mais horrível que seja, devemos fazer da guerra uma oportunidade da qual retiraremos dividendos”. Tudo é dito em poucas palavras nesta curta frase: a guerra deve ser um meio para os capitalistas aumentarem as taxas de lucro em detrimento, é claro, do trabalho assalariado. Esta realidade não é nova, está na própria lógica do capitalismo para o qual a guerra é um meio de destruir o excesso de capital, empobrecer os trabalhadores e abrir um novo período de crescimento dos lucros e acumulação de capital. O que Jean Jaurès resumiu na sua época com a famosa fórmula: “O capitalismo carrega dentro de si a guerra como a nuvem carrega a tempestade”.
Macron, como representante dos interesses capitalistas, não faz nem diz mais nada quando impõe um fardo de mais de 400 bilhões à nação para aumentar os orçamentos militares e quando afirma a necessidade de enviar tropas terrestres para a Ucrânia. Certamente, cada um dos comentadores midiáticos ao serviço do capital tem a sua hipótese: elas já estão lá (segredo de Polichinelo), é uma hipótese de médio e/ou longo prazo e devemos falar sobre isso para preparar as mentes para um compromisso mais avançado da França na guerra imperialista! Por falar nisso, é significativo que um dos verbos preferidos nos discursos de Macron hoje seja o de rearmar e isto em todas as áreas, em vez de responder às necessidades da população.
No sistema imperialista, esta palavra de ordem de rearmamento torna-se geral. Nos Estados Unidos os Bidens (e/ou Trump), no Reino Unido Rishi Sunak, na Alemanha Olaf Scholtz, na Itália Georgia Meloni...na Rússia Vladimir V. Putin, na China Xi Jin Ping, no Japão Fumio Kishida, todos pressionam a favor de políticas de rearmamento em detrimento do seu povo.
Relativamente a esta situação, qual deverá ser a nossa linha de batalha política? Alinhar-nos com o nosso imperialismo ou com o oposto? Nas condições complexas da ascensão ao confronto armado dentro do imperialismo, muitos trabalhadores questionam-se sobre o que deveriam fazer nesta situação. Dizemos-lhes que não têm nada a ganhar tomando um lado em detrimento de outro, seguindo as suas forças dominantes. Pelo contrário, devem denunciar a guerra imperialista que se aproxima, exigir a saída da França da aliança imperialista que é a OTAN e a sua destruição, ampliar a batalha de classes pela paz e pelo socialismo.
*Parti Révolnairutione Communistes
https://www.sitecommunistes.org/
Edição: Página 1917
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