Seção de Relações Internacionais do CC do Partido Comunista do México (PCM)
21/11/2023
Durante o segundo turno das eleições presidenciais na Argentina, foi eleito Javier Milei, representante das forças reacionárias e anticomunistas, que nos últimos anos têm sido promovidas na Europa e na América, por exemplo, com Verastegui no México, Gloria Álvarez em Guatemala, ou o Partido VOX na Espanha. Um exemplo desses governos foi a presidência de Bolsonaro no Brasil. Em essência, é um ataque mais aberto da gestão do capital contra a força de trabalho, os sindicatos e os direitos trabalhistas; redução dos orçamentos sociais e promoção de ideias obscurantistas, retardadas e anticientíficas. Não temos dúvidas de que a classe trabalhadora e o povo argentino aumentarão a sua infelicidade, continuarão a viver no sistema de exploração, de superlucros para monopólios e pauperização, insalubridade, barbárie.
As eleições argentinas colocaram um falso dilema, entre o mal pior e o mal muito pior. O medo da reação foi utilizado para empurrar uma parte importante da classe trabalhadora para a candidatura de Massa, o peronismo e seus subordinados, o que ofereceu a continuidade e o reforço das políticas antipopulares do governo da Frente de Todos. Apesar das diferenças de métodos, ambas as opções procuraram gerir o capitalismo, apoiando-se num ou outro bloco monopolista, e garantir a exploração capitalista.
Não faltarão vozes que pretendem responsabilizar a quem se rebela contra este falso dilema pelo seu próprio fracasso. Que acusem a quem não se submete ao triunfo do “mal maior”, quando a total responsabilidade de um voto majoritário pela reação é o fracasso da gestão socialdemocrata do progressismo, que está atada aos próprios limites do capital. Não existe nenhum programa social ou de caridade estatal que possa resolver os graves problemas que afligem a classe trabalhadora. A fraude do progressismo leva os setores populares ao desespero e à desilusão, terreno fértil que as forças da reação aproveitam para assumir o governo. Entrando num ciclo bem conhecido no nosso continente, onde o progressismo e a reação se tornam governos: algumas coisas mudam para que tudo siga igual.
E esta agonia, este labirinto sem saída, tem que acabar, com uma alternativa da classe trabalhadora, de todos os explorados e oprimidos.
A melhor forma de combater a reação não é alinhar-se cada vez mais com o “centro”, subordinando-se as correntes socialdemocratas, inclusive as abertamente liberais. Pelo contrário, a primeira pré-condição é a independência de classe, política e organizacional que abre o caminho para a verdadeira satisfação dos problemas populares dos trabalhadores, independência não apenas das expressões reacionárias, mas de todas as forças burguesas, incluindo a sua versão socialdemocrata.
Saudamos aqueles que, na Argentina, já estão dando esse passo para construir a alternativa dos trabalhadores.
Proletários de todos os países, uni-vos!
Edição: Página 1917
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