Não devemos ter dúvidas de que o lado das classes trabalhadoras nesse conflito é o lado da resistência palestina contra a ocupação israelense.
Gaza destruída pelos bombardeios do Estado terrorista israelense.
Cem Flores
03.11.2023
UM CONFLITO QUE NÃO COMEÇOU COM OS ATAQUES DE 7 DE OUTUBRO
Como toda a mídia tem noticiado, o conflito entre Israel e Palestina está vivendo mais um período extremamente violento. Segundo essa mesma mídia e o governo de Israel, tudo começou quando, no dia 7 de outubro, diversas forças de resistência palestinas realizaram ataques militares com milhares de foguetes e rompimento de cercos contra esse país. Uma ação militar que, ao longo desse conflito de mais de 75 anos, atingiu profundamente o sionismo israelense instaurando o pânico nas forças de dominação.
Parece assim que os/as palestinos/as são terroristas, que escolheram a violência por livre e espontânea vontade; que seu objetivo é atacar civis inocentes etc. Mas isso é uma distorção ideológica da verdade que os opressores sempre fazem para difamar a resistência dos oprimidos. Quando uma população da periferia do Brasil se revolta com as frequentes chacinas da polícia, a televisão sempre acusa a população pobre de baderneira, quando não bandida ou coisa pior. A mesma coisa acontece com a luta palestina!
O 7 de outubro foi uma reação dos/as palestinos/as contra a violência contínua que seu povo sofre nas mãos de Israel. Há décadas os/as palestinos/as são removidos/as de suas terras, vivem em verdadeiras prisões a céu aberto e são presos/as, torturados/as e mortos/as aos milhares. Toda tentativa de acordo de paz foi rompida por Israel nos últimos anos, levando os/as palestinos/as a resistir como podem.
O TERROR DE ISRAEL EM GAZA
O verdadeiro terrorista nesse conflito é o estado de Israel e suas classes dominantes. Desde 7 de outubro, com o apoio financeiro e militar dos EUA, ele já obrigou mais de 1 milhão de palestinos/as se refugiarem; matou quase 10 mil pessoas, principalmente civis (inclusive mais de 3,6 mil crianças e 2,3 mil mulheres); bombardeou hospitais, escolas, campos de refugiados e casas; cortou água, luz e internet de milhões em Gaza, fechou as fronteiras em Gaza e na Cisjordânia. Contra os/as palestinos/as tem se cometido todos crimes de guerra e humanitário imagináveis!
E Israel e os EUA, que também lucram com a guerra, ainda querem mais. Enquanto se fingem de vítimas. Estão realizando invasões terrestres em Gaza, cada dia mais arrasada. No final, querem anexar ainda mais esse pedaço de terra, como tem sido a política israelense há décadas: matar e remover palestinos/as e colonizar suas terras.
A CAUSA PALESTINA E A LUTA DOS TRABALHADORES
Os/as trabalhadores/as lutam por um mundo sem exploração. Lutam para sua escravidão assalariada ter fim. Para que a riqueza gerada por sua classe seja coletiva, e não apropriada pelos patrões. Os/as trabalhadores/as lutam, portanto, por uma nova sociedade para todos/as de sua classe, independentemente de qual nação, crença, etnia pertençam. Somos todos/as irmãos e irmãs trabalhadores/as!
Acontece que essa luta ocorre em meio a inúmeras contradições. Seja nas contradições no meio do povo (muitas posições diferentes, umas mais atrasadas, outras mais justas), seja contradições provindas do próprio sistema de exploração capitalista (por exemplo, países dominantes e países dominados). E é sempre sobre essas contradições concretas que devemos buscar as posições justas e os lados certos em lutas concretas.
A luta palestina hoje não é dirigida por grupos revolucionários com a posição proletária. Mas nem por isso sua luta não é justa. Ela se opõe a uma opressão real, de uma potência capitalista e colonial que quer tomar terras de um povo e explorar sua população considerada por Israel uma “raça inferior”. Como no passado os/as trabalhadores/as fizeram, devemos apoiar e participar das lutas contra as ocupações coloniais. Sempre defendendo os interesses dos/as trabalhadores/as nessa luta. E lembrando que só destruindo esse sistema de exploração e de guerra que os povos poderão enfim viver em paz.
SOLIDARIEDADE À LUTA PALESTINA
Nesse momento de mais um brutal massacre de potências capitalistas contra um povo pobre e oprimido, as classes trabalhadoras de todo o mundo não devem ter dúvida: o seu lado é o lado da luta palestina. A luta palestina é uma luta de um povo oprimido contra um invasor, que ocupa militarmente e explora uma nação. Esse é o lado das classes trabalhadoras, que lutam pelo fim da dominação de qualquer povo.
Por isso é fundamental exercer concretamente o apoio e a solidariedade aos/às palestinos/as. Participar de atos e campanhas contra a política assassina de Israel; denunciar a distorção da mídia e dos governos sobre o conflito; organizar-se em comitês de solidariedade. Assim como outros povos oprimidos na história, enfrentando inimigos momentaneamente mais poderosos, os/as palestinos/as só poderão resistir e vencer com a solidariedade ativa de outros povos, com o internacionalismo proletário!
Esse processo de solidariedade tem ocorrido já em vários lugares do país e no mundo. Inclusive enfrentando a repressão de vários governos apoiadores de Israel. Nos EUA, na França, em vários países árabes, nas ruas, nos estádios de futebol… muitos levantam a bandeira da PALESTINA LIVRE, contra a opressão colonial de Israel, contra o massacre do povo palestino.
Pela terra e dignidade daquele povo e de todos os povos oprimidos do mundo!
Fonte:https://cemflores.org/2023/11/03/israel-e-eua-aprofundam-o-massacre-ao-povo-palestino/
Edição: Página 1917
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