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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Os 174 Anos do Manifesto do Partido Comunista*

 

Karl Marx e Friedrich Engels

   O Manifesto do Partido Comunista, redigido por Karl Marx e Friedrich Engels em 1848, completa 174 anos da sua primeira edição neste 21 de fevereiro de 2022. Ao longo dessa existência, o Manifesto não deixou de guardar atualidade e se revelar um poderoso guia para a ação das massas exploradas em todo o mundo capitalista. Infelizmente, o manifesto, assim como a estupenda obra dos seus autores, é muito mais objeto de saudações em datas comemorativas, do que um efetivo guia prático para a ação política revolucionária de muitos daqueles que o reivindicam.

      Essa ação deletéria do reformismo e do revisionismo, há muito foi dissecada por Lenin e outros grandes desenvolvedores do marxismo em termos de teoria e prática revolucionária. Nos dias atuais, quando as contradições do capitalismo em sua fase imperialista explodem à vista de todos e nos aproximam cada vez mais da barbárie, é decisivo prosseguirmos o combate de Lenin na denúncia implacável dos deturpadores e falsificadores do marxismo. E nada melhor do que confrontarmos seus escritos e discursos eloquentes nos dias festivos, com o cotidiano da sua nefasta prática social e política de meros auxiliares da dominação burguesa.

                                                                                                             Ney Nunes

   "[...]De todas as classes que hoje em dia defrontam a burguesia só o proletariado é uma classe realmente revolucionária. As demais classes vão-se arruinando e soçobram com a grande indústria; o proletariado é o produto mais característico desta.

     As camadas médias: o pequeno industrial, o pequeno comerciante, o artesão, o camponês, todos eles combatem a burguesia para assegurar, face ao próprio declínio, a sua existência como camadas médias. Não são, pois, revolucionárias, mas conservadoras. Mais ainda, são reacionárias, procuram fazer retroceder a roda da história. Se são revolucionários, são apenas quando da sua iminente passagem para o proletariado, e assim não defendem os seus interesses presentes, mas os futuros, e assim abandonam a sua posição própria para se colocarem na do proletariado.

     O lumpenproletariado, esta parcela passiva das camadas mais baixas em decomposição da velha sociedade, pode, eventualmente, ser arrastada para o movimento por uma revolução proletária, mas pelas suas condições de vida estará mais disposta a deixar-se comprar para objetivos reacionários.

     As condições de sobrevivência da velha sociedade estão aniquiladas já nas condições de vida do proletariado. O proletário está desprovido de propriedade; a sua relação com a mulher e os filhos já nada tem de comum com a relação familiar burguesa; o trabalho industrial moderno, a subjugação moderna ao capital, que é a mesma na Inglaterra e na França, na América e na Alemanha, tirou-lhe todo o carácter nacional. As leis, a moral e a religião são para ele outros tantos preconceitos burgueses, atrás dos quais se escondem outros interesses burgueses.

     Todas as classes anteriores que conquistaram a dominação procuraram assegurar a posição já alcançada, submetendo toda a sociedade às suas condições de apropriação. Os proletários só podem se apoderar das forças produtivas sociais abolindo o modo de produção existente. Os proletários nada têm de seu a assegurar, têm sim, que destruir todas as garantias da propriedade privada. 

     Todos os movimentos até aqui foram movimentos de minorias ou no interesse de minorias. O movimento proletário é o movimento autônomo da imensa maioria no interesse da imensa maioria. O proletariado, a camada mais inferior da sociedade atual, não pode elevar-se, não pode colocar-se de pé, sem fazer ir pelos ares toda a superestrutura das camadas que formam a sociedade oficial.

     Pela forma, embora não pelo conteúdo, a luta do proletariado contra a burguesia começa por ser uma luta nacional. O proletariado em cada um dos países tem naturalmente que derrotar sua própria burguesia.

     Ao traçarmos as fases mais gerais do desenvolvimento do proletariado, expomos a guerra civil mais ou menos oculta no seio da sociedade existente até ao ponto em que rebenta numa revolução aberta e o proletariado inaugura sua dominação por meio da derrubada violenta da burguesia.[...]"

* Trecho do Manifesto do Partido Comunista de Karl Marx e Friedrich Engels, Capitulo I, Burgueses e Proletários.

Edição: Página 1917

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