Declaração do CC do Partido Comunista da Grécia (KKE)
Em 22/02/2022
O Partido Comunista da
Grécia (KKE) e a Juventude Comunista da Grécia (KNE) juntamente com as
organizações pró-paz e anti-imperialistas estão a reforçar a luta contra o
envolvimento do país nos planos militares do trio EUA-OTAN-UE para que o
território grego não seja utilizado para operações na Ucrânia, para que não se
ratifique o acordo grego-norte-americano sobre a extensão das bases militares
dos EUA na Grécia e que se fechem todas as bases e infraestruturas militares da
OTAN.
Manifestação em Atenas pelo fechamento das bases da OTAN |
Neste contexto, ontem, 21 de
Fevereiro, o Comitê de Luta contra o Acordo de Bases Militares Grécia-EUA
organizou uma manifestação diante do Ministério dos Negócios Estrangeiros em
Atenas com a participação de delegações do Comitê Grego de Distensão
Internacional e Paz (EEDYE), sindicatos, associações estudantis, associações de
Mulheres (OGE), associações de trabalhadores autônomos e outras. Da mesma
forma, houve uma manifestação em Salônica, na sequência de um apelo do EEDYE às
organizações de massas da cidade.
Ao mesmo tempo, o serviço de
imprensa do CC do KKE emitiu uma declaração sobre o reconhecimento da
"independência" das "repúblicas populares" do Donbass:
"A decisão da Federação Russa de proceder ao reconhecimento das
"repúblicas populares" de Donetsk e Lugansk na região do Donbass, que
se separou da Ucrânia em 2014, é um novo passo que complica ainda mais a
situação nesta região e conduz à escalada da competição imperialista, no
contexto do confronto entre o trio EUA-OTAN-UE e a Rússia. Está sem dúvida
ligada à intervenção do trio EUA-OTAN-UE na Ucrânia, bem como ao ataque armado
desencadeado nos últimos dias pelo governo ucraniano (armado pelos EUA e OTAN)
contra a população de Donbass. Estes perigosos acontecimentos são uma das
consequências da situação trágica para os povos surgida após a derrubada do
socialismo e a dissolução da União Soviética.
Em seu discurso, Putin
tratou de justificar a sua atual posição com uma escalada anticomunista, um
ataque contra os bolcheviques, a Lenin e a União Soviética. No entanto, nada
pode manchar a contribuição do socialismo e da União Soviética, que era uma
união multinacional de Estados iguais, nem pode ocultar os malefícios da restauração capitalista, na qual Putin
desempenhou seu papel. Na prática, este ataque utiliza como pretexto os
perigosos planos estratégicos da liderança russa na região.
O "reconhecimento"
pela Rússia das "repúblicas populares" de Donetsk e Lugansk não
resolve os problemas existentes, mas reproduz os impasses do modo de produção
capitalista que conduzem às guerras imperialistas e à exploração de classe.
Além disso, dificultará ainda mais a luta comum dos povos contra o ódio
nacionalista fomentado pela burguesia e pelos estados imperialistas para
defender seus interesses na região.
O
KKE opõe-se à guerra imperialista e exige que se detenha a participação da
Grécia nos planos EUA-OTAN-UE na Ucrânia. Exige o fechamento das bases
militares da OTAN e dos EUA. Que nenhuma
força militar grega deve ser enviada à Ucrânia ou para outras missões
imperialistas. Convoca também ao povo para fortalecer a luta pela retirada das
alianças imperialistas, com o povo tendo soberania na sua própria terra.
Ao mesmo tempo, o KKE
expressa sua solidariedade com os comunistas e os povos da Rússia e da Ucrânia.
Chama a intensificar a luta contra o nacionalismo e o chauvinismo, que lutem
para evitar que milhões de trabalhadores fiquem presos num conflito de base
étnica que oculta as verdadeiras causas do conflito. Reforçar sua luta pela única alternativa que
existe para os trabalhadores e que está em outro caminho de desenvolvimento, o
socialismo".
Edição: Página 1917
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