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sábado, 7 de outubro de 2023

Holocausto Palestino em Gaza*

Fidel Castro 

08/2014



[...] "A Inglaterra foi a primeira real potência colonial que usou seus domínios sobre grande parte da África, do Oriente Médio, da Ásia, Austrália, América do Norte e muitas das ilhas antilhanas, na primeira metade do século 20.

Não falarei, nesta ocasião, das guerras e dos crimes cometidos pelo império dos Estados Unidos ao longo de mais de cem anos, mas só registrarei o que quis fazer com Cuba, o que fez com muitos outros países no mundo e só serviu para provar que “uma ideia justa desde o fundo de uma caverna pode mais do que um Exército”.

A história é muito mais complicada do que tudo o que foi dito, mas foi assim, em grandes traços, como a conheceram os habitantes da Palestina e, é lógico, igualmente, que nos meios modernos de comunicação se reflitam as notícias que diariamente chegam; assim ocorreu com a vexatória e criminosa guerra na Faixa de Gaza, um pedaço de terra onde vive a população do que restou da Palestina independente até apenas meio século atrás.

A agência francesa AFP informou, no sábado (2): “A guerra entre o movimento islamita palestino Hamas e Israel causou a morte de cerca de 1.800 palestinos (…), a destruição de milhares de lares e a ruína de uma economia já debilitada”, ainda que não assinale, à partida, quem iniciou a terrível guerra.

Depois adiciona: “(…) no sábado, ao meio-dia, a ofensiva israelense havia matado 1.712 palestinos e ferido 8.900. As Nações Unidas puderam verificar a identidade de 1.117 mortos, majoritariamente civis. (…) A Unicef contabilizou ao menos 296 menores [de idade] mortos”.

“As Nações Unidas estimaram (…) (cerca de 58.900 pessoas) sem casas na Faixa de Gaza.”

“Dez dos 32 hospitais fecharam e outros 11 foram afetados.”

“Este enclave palestino de 362 quilômetros quadrados não dispõe tampouco das infraestruturas necessárias para os 1,8 milhão de habitantes, sobretudo em termos de distribuição de eletricidade e de água.”

“Segundo o Fundo Monetário Internacional, a taxa de desemprego ultrapassa 40% na Faixa de Gaza, território submetido, desde 2006, a um bloqueio israelense. Em 2000, o desemprego afetava cerca de 20% e, em 2011, cerca de 30%. Mais de 70% da população depende da ajuda humanitária em tempos normais, segundo o Gisha [Centro Legal para a Liberdade de Movimentação].”

O governo de Israel declara uma trégua humanitária em Gaza às 07h00 (hora de Greenwich) desta segunda-feira (4), entretanto, às poucas horas rompeu a trégua ao atacar uma casa em que 30 pessoas, em sua maioria mulheres e crianças, foram feridas e, entre elas, uma menina de oito anos, que morreu.

Na madrugada deste mesmo dia, 10 palestinos morreram como consequência dos ataques israelenses em toda a Faixa e já subiu a quase dois mil o número de palestinos assassinados.

A matança chegou a tal ponto que o “ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, anunciou nesta segunda-feira que o direito de Israel à segurança não justifica o ‘massacre de civis’ que está perpetrando”.

O genocídio dos nazistas contra os judeus colheu o ódio de todos os povos da terra. Por que acredita o governo desse país que o mundo será insensível a este macabro genocídio que hoje está cometendo contra o povo palestino? Por acaso se espera que ignore quanto há de cumplicidade por parte do império norte-americano neste massacre desavergonhado?

A espécie humana vive uma etapa sem precedentes na história. Um choque de aviões militares ou aeronaves de guerra que se vigiam estreitamente ou outros fatos similares podem desatar uma contenda com o emprego das sofisticadas armas modernas que se converteria na última aventura do conhecido Homo sapiens."

*A íntegra deste artigo foi publicada no Granma. 

Edição: Página 1917

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