Ney Nunes
É muito significativo que apenas alguns dias após o aniversário da Petrobrás (dia 03 de outubro a empresa completou 68 anos da sua fundação), num movimento claramente articulado, o presidente Bolsonaro, seu ministro da economia, Paulo Guedes e o presidente da Câmara, Arthur Lira, em locais e ocasiões distintas, anunciassem a intensão de levar a cabo a privatização do que resta da Petrobrás, completando assim, a entrega do petróleo brasileiro para os grupos empresariais que dominam a exploração e o refino no mundo.
Vendilhões da pátria a serviço da burguesia e do imperialismo. |
O que levaria um governo, há um ano das eleições, ostentando baixíssimos índices de aprovação popular, acossado por denúncias escabrosas de corrupção, conduta genocida durante a pandemia e com a maioria da população amargando desemprego e subemprego, cometer mais esse crime de lesa-pátria?
Só mesmo um presidente acovardado diante do poder dos grandes monopólios empresariais, ameaçado de terminar o mandato às voltas com processos na justiça que podem comprovar, entre outras coisas, o enriquecimento ilícito do seu clã familiar, poderia se colocar de forma tão servil e descarada como um aríete a serviço dos interesses da burguesia e do imperialismo.
Percebendo que sua tentativa de impor uma ditadura de cunho pessoal e militarista não encontrou respaldo suficiente nas classes dominantes (de quem é um mero serviçal), acabou tendo que se render integralmente às negociações e determinações das facções políticas hegemônicas da burguesia brasileira e do capital estrangeiro. Tudo indica que, apesar do conjunto de medidas tomadas pelo seu governo em benefício dos exploradores, Bolsonaro, entregando de bandeja a Petrobrás, busca obter um salvo conduto definitivo para si mesmo e sua camarilha, oferecendo em troca o que resta do patrimônio público à sanha dos capitalistas.
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