Partido Comunista da Grécia (KKE)
Notícias e análises sobre temas históricos e da atualidade, abordando história, economia, política e relações internacionais a partir da perspectiva marxista-leninista e das lutas dos trabalhadores contra a exploração capitalista.
quinta-feira, 31 de julho de 2025
Governo grego reprime mobilizações populares contra os crimes de Israel
segunda-feira, 21 de julho de 2025
“O Imperialismo é Crise, Exploração, Destruição e Guerra!”.
Seus coveiros serão as classes trabalhadoras e os povos oprimidos de todos os países!
Cem Flores
11/07/2025
“sob o capitalismo não se concebe outro fundamento para a partilha das esferas de influência, dos interesses, das colônias, etc., além da força de quem participa na divisão, a força econômica geral, financeira, militar, etc.”
Lênin. O Imperialismo, Fase Superior do Capitalismo (1916).
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Irã respondeu com seus misseis aos ataques israelenses. |
(1ª parte)
- As agressões imperialistas dos EUA, potência imperialista hegemônica, porém em declínio relativo.
Neste primeiro quarto do século 21, o mundo vive permanentemente sob guerras imperialistas e sob constantes ameaças de guerras imperialistas. O principal agressor, de longe, é o imperialismo dos EUA – principal potência imperialista mundial sob todos os aspectos (econômico, financeiro, tecnológico, militar, ideológico etc.), mas em declínio relativo, especialmente diante da ascensão do imperialismo chinês.
Apenas neste século, os EUA participaram da guerra do Afeganistão (2001-21), encerrada com a vitória do Talibã; guerra do Iraque (2003-11), que resultou na derrubada do governo e destruição do país, seguida de intervenção militar (2014-21); guerra da Líbia (2011), igualmente destruindo o país e derrubando o governo, com nova intervenção (2015-19); e guerra civil da Síria (2014 até hoje), com o mesmo objetivo de derrubar o governo ao custo de destruir o país. Uma operação militar dos EUA, iniciada em 2007, afetou de uma só vez Argélia, Chade, Mali, Mauritânia, Níger, Senegal, Nigéria e Marrocos. Também ocorreram intervenções militares nas Filipinas (2002-17) e no Paquistão (2004-18); em Uganda, Congo, Sudão do Sul e República Centro-Africana (2011-17); na Nigéria (2013-24), nos Camarões (2015), na Somália (2007 até hoje) e no Iêmen (2002 até hoje).
Os EUA são o principal país fornecedor de armas e financiador da Ucrânia na guerra interimperialista com a Rússia (2022 até hoje). Muito embora Trump minta dizendo que esses gastos chegariam a quase R$2 trilhões (US$350 bilhões), o número oficial do departamento de defesa dos EUA é algo como metade disso (R$ 1 trilhão, ou US$ 183 bilhões). Institutos independentes reduziram esse valor para menos de R$ 700 bilhões (US$ 120 bilhões), enquanto estudo que considera o real valor presente das armas fornecidas (muitas já fora de uso pelas forças armadas dos EUA) e a destinação direta para a Ucrânia reduziram ainda mais esse valor para R$ 280 bilhões (US$ 51 bilhões).
terça-feira, 15 de julho de 2025
Carga letal destinada a continuar o massacre em Gaza foi bloqueada no Pireu
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Manifestação liderada pelos estivadores de solidariedade ativa aos palestinos. |
Vivendo o inimaginável: um testemunho sobre Gaza
Dr. Yasser Abu Jamei *
"Não é aceitável que os líderes da comunidade internacional estejam apenas a observar e a falar. Eles não fazem nada além de anúncios ou declarações ou enviar relatórios e não tomam nenhuma atitude séria."
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Crianças palestinas nas ruas de Deir al Balah. Foto: UNICEF. |
Como você oferece cuidados de saúde mental a pessoas que estão sendo aniquiladas? É uma pergunta que me fazem constantemente como psiquiatra em Gaza, e que assombra todas as interações que eu e outros clínicos temos com as crianças e famílias que atendemos. A resposta, aprendi após 20 meses de genocídio, é ao mesmo tempo mais simples e mais complexa do que qualquer um imagina.
Nos meus 20 anos como profissional de saúde mental em Gaza, pensei que entendia o trauma. Então, chegou outubro de 2023, e tudo o que eu sabia sobre cura, resiliência e esperança foi testado contra uma máquina de aniquilação que opera 24 horas por dia, 365 dias por ano.
sexta-feira, 11 de julho de 2025
Uma verificação da realidade sobre Trump e o fascismo
Stansfield Smith*
11.07.25
Milícia fascista na Itália de Mussolini, os Camisas Negras.
Com o segundo mandato de Trump, muita gente que exibe credenciais de esquerda proclama novamente que o fascismo está de volta, depois de termos votado contra o fascismo (!) em 2020. A cada quatro anos, ouvimos a história repetir-se: "esta eleição é a mais importante da nossa vida". Os republicanos são o novo fascismo, os democratas são o mal menor. Não importa que interesses monopolistas financiem ambos os partidos e ditem as suas políticas. Não importa que o democrata Biden tenha dado sinal verde para o massacre em curso em Gaza. Não importa que Biden tenha deportado mais do que Trump. Não importa que todos os anos a polícia tenha matado mais sob Biden do que sob Trump. Trump é a figura de Hitler, não Biden.
Então, mais uma vez , é hora de uma verificação da realidade do fascismo efetivamente existente.
O fascismo realmente existente na Alemanha de Hitler
O governo de Hitler começou em 30 de janeiro de 1933 mas, mesmo antes disso, o clima político da Alemanha não se assemelhava ao nosso. No verão de 1932, a Alemanha, então com 66 milhões de habitantes, tinha 30% de desemprego, acima dos 8,5% de 1929; a produção industrial tinha caído 42% e 40% dos trabalhadores estava desempregado ou a trabalhar com jornada reduzida.
Os três partidos concorrentes às eleições de julho de 1932 eram o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães [nazis], os sociais-democratas e os comunistas – cada um conquistando milhões de votos. O Partido Comunista Alemão, o maior da Europa, contava com 360 000 membros e possuía as suas próprias organizações paramilitares. O Partido Social-Democrata tinha um milhão de membros, muitos no seu próprio grupo paramilitar. Os nazis somavam 1,5 milhão de membros, com 445 000 paramilitares, os camisas-castanhas.
Claramente, essa realidade não tem relação com os EUA de hoje: não temos desemprego em massa, muito menos partidos fascistas, comunistas e social-democratas como principais candidatos ao poder. Na Alemanha, socialismo ou fascismo – ou três versões de "socialismo" – apresentaram-se como alternativas nas eleições. Aqui, podemos escolher um partido tradicional dos monopólios comandado pelo 1% e escolher outro "do outro lado do corredor".
quinta-feira, 10 de julho de 2025
Ofensiva imperialista e burguesia subalterna
Ney Nunes
Ofensiva imperialista e burguesia subalterna
A mais recente ameaça, enviada através de uma carta do Presidente dos EUA, Donald Trump, ao governo Lula, comunicando a imposição da tarifa de 50% aos produtos brasileiros, agitou os meios políticos, empresariais e midiáticos em todo o país. Ela se insere no contexto da persistente crise da economia capitalista que se arrasta desde 2008 com o estouro da bolha imobiliária norte-americana e das suas consequências, entre as quais, a mais determinante é a crescente e acirrada disputa interimperialista entre as principais potências mundiais.
A imposição de sanções econômicas e o protecionismo desenfreado fazem parte do arsenal da disputa pela hegemonia no sistema imperialista. A União Europeia e os EUA vêm fazendo uso desse arsenal com cada vez mais intensidade, configurando a antessala do conflito bélico mundial que se desenha no horizonte geopolítico. Não por acaso, os gastos militares das grandes potências apresentaram vertiginosa subida nos últimos anos e os planos são de continuarem aumentando, num claro preparativo para a próxima etapa da disputa interimperialista.
quarta-feira, 9 de julho de 2025
A posição do KKE em relação aos governos burgueses
Uma ferramenta valiosa para as nossas lutas atuais
Aleka Papariga, membro do Comitê Central do KKE (Secretária-Geral do Comitê Central do KKE de 1991 a 2013)
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Aleka Papariga |
Em todos os sistemas sociais que se sucederam — o comunal primitivo, o escravista, o feudal, o capitalista e o socialista que vivenciamos no século XX — o fator decisivo foi e continua sendo o processo produtivo, as relações entre as pessoas nele presentes, a divisão do trabalho e a propriedade dos meios de produção. Os sistemas de poder estatal e político são fundamentalmente determinados pela economia. Portanto, sob o capitalismo, a participação do Partido Comunista nos governos é incompatível com sua postura de que a luta do povo e da juventude, baseada na experiência adquirida, deve ser direcionada para a derrubada do poder político da burguesia, a destruição de seu Estado e a abolição da propriedade capitalista em favor do poder dos trabalhadores e da exploração do homem pelo homem.
sexta-feira, 4 de julho de 2025
O cinismo do governo burguês de Lula-Alckmin e seus aliados
Coletivo Cem Flores
Boletim Que Fazer – Julho de 2025
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Lula e seus parceiros do Congresso: Hugo Motta e Davi Alcolumbre |
O atual conflito entre governo e congresso
Em 25 de junho, o congresso derrubou, por ampla maioria de 383 deputados (75%), o aumento no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) decretado pelo governo. Esse fato desfez semanas de acordões e conchavos entre os dois poderes, que buscam mais medidas para cumprir a meta fiscal deste ano, e revelou a fragilidade da base de apoio do governo.
Desde então, os atritos entre governo e congresso se intensificaram. De um lado, o governo recorre ao STF, na tentativa de reverter o veto do congresso e, juntamente com seus aliados de “esquerda”, lança-se em uma cínica campanha de crítica ao parlamento por defender o interesse dos mais ricos. De outro, os presidentes do legislativo e outros líderes parlamentares reagem publicamente e ameaçam mais retaliações caso o governo siga nessa linha.
Essa disputa já antecipa a briga eleitoreira que veremos no ano que vem, com cada partido e facção burguesa buscando manter ou ampliar sua influência na máquina estatal capitalista. O governo e o PT usam o episódio para tentar diminuir a queda de popularidade e tentar mobilizar sua base militante e eleitoral. Já o congresso, liderado pelos partidos de direita, busca reforçar seu poder, visando mais grana de emendas parlamentares e resultados eleitorais positivos como nas eleições municipais de 2024.