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terça-feira, 12 de novembro de 2024

O derrotismo social-liberal

Ney Nunes

12/11/2024

"O curioso, é que desde a campanha eleitoral de 2002, quando Lula obteve seu primeiro mandato presidencial, essa política derrotista vem sendo posta em prática e, transcorridos vinte e dois anos, o resultado é justamente o avanço da direita"

 

Ney Nunes

   

Os carcomidos sociais-liberais, variante mais à direita do reformismo (no Brasil representados pelo Partido dos Trabalhadores e seus sócios menores), não se cansam de repetir argumentos falaciosos e contraditórios para defender a democracia burguesa, ou seja, a ditadura das classes exploradoras. De tanto repetirem, é provável que até já acreditem nas suas próprias invencionices.

Mas, não estamos aqui nos dirigindo a esses infelizes personagens, até porque, seria a mais pura perda de tempo. Queremos, isto sim, alertar aos jovens trabalhadores que começam a participar da luta de classes e a se interessar pelos debates políticos. Esses jovens, devido a pouca experiência que têm, correm o sério risco de caírem no pântano da confusão e do derrotismo, face ao bombardeio das concepções sociais-liberais que, não por acaso, são tão bem acolhidas pelo oligopólio midiático.

No cerne das ideias pantanosas do social-liberalismo está a tese de que vivemos uma etapa não-revolucionária e, portanto, não restaria mais nada a fazer do que respaldar a institucionalidade burguesa, disputando eleições em aliança com setores "progressistas" das classes dominantes e, assim, barrar o "avanço da direita". Nada mais enganoso, justamente numa situação adversa, não revolucionária, de ofensiva burguesa para arrochar e retirar mínimas conquistas sociais, é necessário e decisivo investir na organização independente da classe trabalhadora e das massas populares, em frontal oposição aos governos e instituições da decadente democracia burguesa.

O curioso, é que desde a campanha eleitoral de 2002, quando Lula obteve seu primeiro mandato presidencial, essa política derrotista vem sendo posta em prática e, transcorridos vinte e dois anos, o resultado é justamente o avanço da direita, sendo que, a partir de 2016, no bojo do golpe articulado por segmentos da base parlamentar do próprio governo Dilma, pudemos observar o rápido crescimento da extrema direita, o denominado "bolsonarismo". 

Mesmo desmascarados pelos resultados desastrosos da sua prática política, os sociais-liberais continuam apregoando essa política de submissão dos trabalhadores à classe exploradora. Agem como auxiliares devotados da burguesia, tratando o proletariado como se fosse uma massa estúpida, incapaz de refletir sobre a realidade e tirar suas próprias conclusões. 

Se quisermos sair do atoleiro desse pântano derrotista promovido pelos auxiliares menores do poder burguês e marcharmos adiante na luta contra a ofensiva reacionária, não podemos, de forma alguma, ficar reféns do social-liberalismo.


Edição: Página 1917


 

   

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