Nota do Partido Comunista do México - PCM
03/03/2023
"Hoje, como há 100 anos, a unidade com os oportunistas significa, de fato, a subordinação da classe operária à "sua" burguesia nacional e a aliança com ela para oprimir outras nações e lutar pelos privilégios de todas as grande potências, a qual representa a divisão do proletariado revolucionário de todos os países."
Advertimos a classe operária e os comunistas do continente sobre a perigosa linha política subjacente à "Plataforma". Embora a palavra "anti-imperialista" figure no seu nome, o seu objetivo é convencer a classe operária a tomar o lado do bloco imperialista da China e da Rússia face a uma guerra iminente em Taiwan e na Coreia do Sul, como evidenciado por declarações suas em Paris e Belgrado no final do ano passado.
Para sustentar essa ideia, eles retomaram dois postulados dos social-chauvinistas da Segunda Internacional que serviram de base para justificar o seu apoio às suas respectivas burguesias durante a Primeira Guerra Mundial. Primeiro, reduzir as causas das guerras atuais a um "impulso" do imperialismo norte-americano de manter a sua hegemonia; escondendo as contradições reais que existem entre as principais economias do mundo para o controle dos recursos naturais, meios de transporte, posições geoestratégicas ou instituições financeiras locais. Em segundo lugar, justificar a guerra mantendo as áreas de influência de países capitalistas como a Rússia ou a China, sob o manto da "libertação nacional".
A manobra ideológica para chegar a essas conclusões perigosas é negar o caráter imperialista da China e da Rússia. Uma vez que não é possível esconder o seu caráter capitalista, rejeita-se que a segunda e décima primeira maiores economias do mundo, com oligarquias financeiras muito sólidas e monopólios de transportes, comércio e energia, sejam imperialistas. Na sua declaração de Paris, afirma-se que esses países "não vivem de superexploração ou pilhagem do mundo", como se a classe trabalhadora dos países pertencentes à Comunidade de Estados Independentes, para não mencionar a Rússia e a própria China, não fizessem parte do mundo, ou a política selvagem de exportar capital chinês para a África fosse inexistente.
Embora nem todas as organizações na reunião concordem com as declarações de Paris e Belgrado, objetivamente a Plataforma está a servir para introduzir na classe operária a ideia nociva de tomar partido por um lado imperialista na guerra que já tem um primeiro cenário na Ucrânia e que se vai espalhar e generalizar. Não há espaço para uma política anti-imperialista, quando se procura a subordinação a um polo imperialista, e não dar combate ao imperialismo nas suas raízes, como a fase mais elevada do capitalismo. Hoje, como há 100 anos, a unidade com os oportunistas significa, de fato, a subordinação da classe operária à "sua" burguesia nacional e a aliança com ela para oprimir outras nações e lutar pelos privilégios de todas as grande potências, a qual representa a divisão do proletariado revolucionário de todos os países.
Além desses elementos, queremos alertar para o caráter provocador por parte do Partido Socialista Unificado da Venezuela, ao realizar esta iniciativa em Caracas, uma vez que durante os últimos meses intensificou o seu ataque contra o Partido Comunista da Venezuela. Nas últimas semanas, a liderança do PSUV tentou uma manobra contra o PCV, que visa a sua ilegalização. A política anticomunista do PSUV que procura proibir e intervir no PCV não pode ser apoiada por nenhum partido que se orgulhe de ser comunista, ao contrário, deve ser denunciada e combatida.
Para o Partido Comunista do México, é claro que tal "plataforma anti-imperialista" é um fantoche que tem utilidade para branquear um dos lados dos países capitalistas que participam na atual guerra imperialista e semear confusão entre o proletariado internacional, da mesma forma que aqueles que procuram branquear os EUA, a OTAN ou o governo Zelensky.
Proletários de todos os países, uni-vos!
Seção Internacional do Comité Central do Partido Comunista do México
Edição: Página 1917
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