Ney Nunes*
16/03/2023
Li
Qiang, o segundo nome na hieraquia do politburo do Partido Comunista da China (PCCh), foi eleito para o cargo de Primeiro-Ministro na 14ª
Assembleia Popular Nacional da China. Após o encerramento da
Assembleia, no dia 13/03, que também reelegeu o presidente Xi
Jinping para o seu terceiro mandato, o primeiro-ministro participou
de uma coletiva de imprensa publicada pela Xinhua (Agência de
notícias oficial do governo chinês).
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Xi Jinping e Li Qiang |
Destacamos
aqui os trechos onde o novo primeiro-ministro celebra os rumos
adotados pelas reformas pró-mercado iniciadas em 1978, assim como reafirma o apoio às empresas privadas e à abertura aos investidores
estrangeiros.
“Este
ano marca o 45º aniversário da reforma e abertura da China, que não
apenas desenvolveu a China, mas também influenciou o mundo, observou
Li.”
“Ele
também prometeu criar condições equitativas para todos os tipos de
entidades empresariais e apoiar ainda mais as empresas privadas no
crescimento e na prosperidade.
O
setor privado desfrutará de um ambiente melhor e de um espaço mais
amplo para o desenvolvimento, disse ele, enfatizando que o
compromisso da China com o desenvolvimento do setor privado é
inequívoco e firme.”
"A abertura é uma política básica de Estado da China, e não importa como a situação externa evolua, a China seguirá essa política com firmeza", disse Li à imprensa, dizendo que a China recebe investidores de todo o mundo."
"A China continua sendo um destino favorito para o investimento global, disse Li, citando estatísticas de que o investimento estrangeiro direto na parte continental da China, em uso real, atingiu um recorde de mais de US$189 bilhões em 2022."
Não
se trata de afirmações emitidas por qualquer “burocrata de
terceiro escalão”, mas sim, de um membro da alta direção do PCCh
e do governo chinês, apontado, inclusive, como um provável sucessor
do presidente Xi Jinping.
Por
mais que a trajetória, as ações e os discursos dos líderes
chineses demonstrem de forma cabal que o processo restauracionista, iniciado há 45 anos, está mais do que concluído, vozes do
oportunismo político continuam a semear confusão, tentando mascarar
a realidade da China, hoje uma potência capitalista exportadora de
capitais e plenamente integrada ao sistema imperialista mundial. E o
mais grave, neste momento em que a humanidade se encontra ameaçada pela
possibilidade da eclosão de uma Tereira Guerra Mundial, consequência
da crise capitalista e da disputa interimperialista, esses cretinos
falam que na China dos Bilionários estaria em vigor um tal
“socialismo de mercado”.
Os campeões do cinismo preparam o terreno para aderir a um dos blocos
imperialistas em conflito, ou seja, repetem a vergonhosa traição ao
proletariado mundial perpetrada pela socialdemocracia na Primeira
Guerra Mundial, que apoiando suas burguesias transformaram
trabalhadores em buchas de canhão a serviço dos seus exploradores.
Contra esses renegados, precisamos resgatar o caminho vitorioso da
Revolução de 1917 na Rússia e da Revolução de 1949 na China,
travadas durante as guerras mundiais, em oposição à burguesia e ao
imperialismo, sem subordinação as potências em guerra, levantando
as bandeiras da paz, do socialismo e do poder proletário!
Abaixo
reproduzimos a matéria publicada pela agência de notícias oficial
do governo Chinês:
"Primeiro-ministro
chinês, Li Qiang, se reúne com a imprensa após o encerramento da
primeira sessão da 14ª Assembleia Popular Nacional (APN) no Grande
Palácio do Povo em Beijing, capital da China, em 13 de março de
2023. (Xinhua/Xing Guangli)
Beijing,
13 mar (Xinhua) -- O novo primeiro-ministro da China expressou nesta
segunda-feira plena confiança na perspectiva econômica do país,
apesar dos desafios, e prometeu expandir ainda mais a abertura,
independentemente de mudanças externas.
Citando
os muitos fatores de incerteza e instabilidade que a economia mundial
enfrenta, o primeiro-ministro, Li Qiang, disse aos jornalistas que
estabilizar o crescimento econômico é uma tarefa desafiadora não
apenas para a China, mas para todos os países do mundo este ano.
"Não
é uma tarefa fácil e requer esforços redobrados" para
alcançar a meta de crescimento econômico de cerca de 5% em 2023 em
uma alta base de produção econômica e em meio a novos desafios,
disse Li em uma coletiva de imprensa realizada após o encerramento
da primeira sessão da 14ª Assembleia Popular Nacional, a
legislatura nacional.
No
entanto, o primeiro-ministro disse que o desenvolvimento da China é
apoiado por múltiplas vantagens, incluindo um vasto mercado, um
sistema industrial completo, recursos humanos abundantes, base sólida
para o desenvolvimento e, o mais importante, notável força
institucional.
"Acredito
que a economia chinesa superará o vento e as ondas e navegará em
direção a um futuro mais brilhante. Estou cheio de confiança
nisso", disse ele, observando que a economia chinesa vem se
estabilizando e se recuperando nos últimos dois meses.
BUSCAR
PROGRESSO ENQUANTO GARANTE ESTABILIDADE
A
China seguirá os princípios gerais de priorizar a estabilidade e
buscar progresso enquanto mantém a estabilidade e pressionará por
uma reviravolta no desempenho econômico geral do país este ano,
disse Li aos jornalistas.
Em
termos da estabilidade, a ênfase será colocada em garantir
crescimento, emprego e preços estáveis, e a chave para buscar o
progresso reside em fazer novos avanços no desenvolvimento de alta
qualidade, disse ele.
A
China fará bom uso de uma série de combinações de políticas na
alavancagem de macropolíticas, expansão da demanda, promoção da
reforma e inovação, assim como prevenção e mitigação de riscos,
segundo o primeiro-ministro.
Ele
também prometeu criar condições equitativas para todos os tipos de
entidades empresariais e apoiar ainda mais as empresas privadas no
crescimento e na prosperidade.
"O
setor privado desfrutará de um ambiente melhor e de um espaço mais
amplo para o desenvolvimento", disse ele, enfatizando que o
compromisso da China com o desenvolvimento do setor privado é
inequívoco e firme.
Enquanto
isso, o premiê rejeitou as preocupações com a mudança demográfica
da China, dizendo que o "dividendo demográfico" do país
não desapareceu e que seu "dividendo de talentos" está em
formação.
"Ao
avaliar o dividendo demográfico, não devemos apenas olhar para o
tamanho da população, mas também olhar para a escala da força de
trabalho de alto calibre", disse ele aos jornalistas,
acrescentando que mais de 240 milhões de pessoas receberam ensino
superior na China, e a duração média da educação recebida pelos
recém-chegados à força de trabalho aumentou para 14 anos.
DESENVOLVIMENTO
CENTRADO NO POVO
Li
disse que o objetivo final do trabalho do Partido e do governo é
melhorar o bem-estar do povo, prometendo esforços em vários setores
relativos à subsistência do povo, desde o emprego até o
desenvolvimento rural.
Com
a expectativa de que 11,58 milhões de graduados universitários
entrem no mercado de trabalho este ano, a China continuará buscando
uma estratégia de colocar o emprego em primeiro lugar e elevará o
apoio em termos de serviços de emprego e treinamento técnico, disse
o primeiro-ministro.
Li
disse que a vitalização rural deve ser avançada de forma
abrangente e que diferentes localidades devem desenvolver o campo com
base em suas condições locais.
O
país aumentará ainda mais sua capacidade de produção de grãos,
concentrando-se em terras aráveis e sementes, disse Li, observando
que a segurança alimentar da China está "bem garantida em
geral".
"O
governo garantirá que as tigelas de arroz de 1,4 bilhão de chineses
sempre sejam firmemente mantidas em nossas próprias mãos",
disse ele à imprensa.
O
primeiro-ministro também prometeu esforços para fortalecer a
construção do governo, transformando ainda mais as funções do
governo e melhorando sua eficiência e conduta.
Ele
encorajou as autoridades de todos os níveis a se envolverem mais com
as comunidades locais para conhecer o que o povo precisa e buscar
suas opiniões sobre o trabalho do governo.
"Eles
precisam aprender com o povo e ajudar o povo na base a resolver
problemas", disse ele.
PORTA
MAIS ABERTA
Este
ano marca o 45º aniversário da reforma e abertura da China, que não
apenas desenvolveu a China, mas também influenciou o mundo, observou
Li.
Ele
disse que a China expandirá ainda mais a abertura este ano em
alinhamento com as regras de comércio internacional de alto padrão,
abrindo suas portas de forma mais ampla para o mundo com melhor
ambiente de negócios e serviços.
"A
abertura é uma política básica de Estado da China, e não importa
como a situação externa evolua, a China seguirá essa política com
firmeza", disse Li à imprensa, dizendo que a China recebe
investidores de todo o mundo.
A
China continua sendo um destino favorito para o investimento global,
disse Li, citando estatísticas de que o investimento estrangeiro
direto na parte continental da China, em uso real, atingiu um recorde
de mais de US$189 bilhões em 2022.
Comentando
sobre relações China-EUA, o primeiro-ministro refutou a mentira nos
Estados Unidos sobre a "dissociação" com a China, dizendo
que os dois países podem e devem cooperar e alcançarão muito
trabalhando juntos.
"Cerco
e supressão não são do interesse de ninguém", apontou ele,
observando que os dois países estão intimamente interligados
economicamente e ambos se beneficiaram do desenvolvimento do outro
lado.
PROMOVER
INTERCÂMBIOS ATRAVÉS DO ESTREITO, APOIAR HK E MACAU
Sobre
a cooperação e comunicação através do Estreito, Li disse que a
restauração antecipada dos intercâmbios normais e da cooperação
regular entre os dois lados do Estreito de Taiwan é uma aspiração
compartilhada e requer esforços conjuntos de ambos os lados.
A
parte continental da China continuará promovendo intercâmbios e
cooperação econômica e cultural através do Estreito com base no
princípio de Uma Só China e no Consenso de 1992, observou Li,
expressando a esperança de que mais compatriotas e empresas de
Taiwan venham para a parte continental.
"Esperamos
que eles não apenas estejam dispostos a virem para a parte
continental, mas também sejam capazes de se integrarem às
comunidades locais e alcançarem um melhor desenvolvimento",
indicou Li.
O
primeiro-ministro também expressou confiança nas perspectivas de
Hong Kong e Macau, dizendo que as duas regiões desfrutarão de um
futuro ainda mais brilhante, com o apoio total pelo governo central,
na integração ao desenvolvimento geral do país, no crescimento de
sua economia, na melhoria da subsistência das pessoas e na
construção de sua competitividade global."
* Ney Nunes, autor do livro "Guerra de Classes", https://clubedeautores.com.br/livro/guerra-de-classes
Fonte: https://portugu Aese.news.cn/20230314/19ef63815384450d96b9b03f7ce7fcd2/c.html
Edição: Página 1917