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segunda-feira, 14 de março de 2022

Sobre as Guerras

 Mao Tsé-Tung

"A História só registrou duas espécies de guerras: as guerras justas e as guerras injustas. Nós somos pelas guerras justas e contra as guerras injustas. Todas as guerras contra-revolucionárias são injustas, todas as guerras revolucionárias são justas."


Mao em 1967.


     A guerra, esse monstro que faz com que os homens se matem, acabará por ser eliminada pelo próprio desenvolvimento da sociedade humana, e há-de sê-lo ainda num futuro que já não está longe. Todavia, para suprimir a guerra só há um meio: opor a guerra à guerra, opor a guerra revolucionária à guerra contra-revolucionária, opor a guerra nacional revolucionária à guerra nacional contra-revolucionária, opor a guerra revolucionária de classe à guerra contra-revolucionária de classe. A História só registrou duas espécies de guerras: as guerras justas e as guerras injustas. Nós somos pelas guerras justas e contra as guerras injustas. Todas as guerras contra-revolucionárias são injustas, todas as guerras revolucionárias são justas. Seremos nós quem porá fim, com as nossas próprias mãos, à época das guerras na história da humanidade. Sem dúvida alguma, a guerra que estamos fazendo é uma parte da última das guerras. Sem dúvida alguma também, a guerra a que teremos de fazer face será uma parte da maior e mais cruel de todas as guerras. Ameaça-nos a maior e a mais cruel das guerras injustas contra-revolucionárias, e, se não brandirmos o estandarte da guerra justa, a maior parte da humanidade experimentará os piores sofrimentos. O estandarte da guerra justa da humanidade é o estandarte da salvação da humanidade; o estandarte da guerra justa na China é o estandarte da salvação da China. Uma guerra realizada pela imensa maioria da humanidade e a imensa maioria do povo chinês é, incontestavelmente, uma guerra justa, é a empresa mais nobre e a mais gloriosa, uma empresa que salvará a humanidade e a China, uma ponte que conduzirá a uma era nova na história do mundo. Quando a sociedade humana chegar à supressão das classes, à supressão do Estado, não haverá mais guerras — nem contra-revolucionárias nem revolucionárias, nem injustas nem justas. Será a era da paz perpétua para a humanidade. Ao estudarmos as leis da guerra revolucionária, nós partimos da aspiração de suprimir todas as guerras. Nisso reside a diferença entre nós, os comunistas, e os representantes de todas as classes exploradoras.¹

     A História mostra que as guerras se dividem em duas categorias: justas e injustas. Todas as guerras progressistas são justas, e todas as guerras que impedem o progresso são injustas. Nós, os comunistas, opomo-nos a todas as guerras injustas que impedem o progresso, mas não nos opomos as guerras progressistas, as guerras justas. E não só não nos opomos as guerras justas, como ainda tomamos ativamente parte nelas. Como exemplo de guerra injusta temos a Primeira Guerra Mundial, onde as duas partes lutaram por interesses imperialistas, razão por que os comunistas do mundo inteiro se opuseram firmemente a ela. O modo de opor-se a uma guerra desse tipo é fazer todo o possível por impedir que estale, mas se chega a estalar, o modo de opor-se a ela é combater a guerra com a guerra, contrapor a guerra justa a injusta, tanto quanto possível. A guerra que o Japão faz é uma guerra injusta, impede o progresso, razão por que os povos de todo o mundo, incluindo o próprio povo japonês, devem opor-se a ela, e estão a opor-se-lhe na prática. No nosso país, o povo e o governo, o Partido Comunista e o Kuomintang, todos desfraldaram a bandeira da justiça e fazem a guerra nacional revolucionária contra a agressão. A nossa guerra é sagrada e justa, é uma guerra progressista e tem a paz como objetivo. O seu objetivo é a paz não apenas no nosso país mas em todo o mundo, e não apenas uma paz temporária mas sim uma paz perpétua. Para atingirmos esse objetivo, nós devemos travar uma luta de vida ou morte, estar preparados para todos os sacrifícios, perseverar até ao fim, e não parar enquanto o objetivo não tiver sido alcançado. Seja qual for o sacrifício e o tempo necessário para atingi-lo, já se desenha claramente diante dos nossos olhos a imagem dum novo mundo de luz e paz perpétuas. A nossa fé ao fazermos essa guerra baseia-se na convicção de que dos nossos esforços vai nascer uma China nova e um mundo novo de luz e paz perpétuas. O fascismo e o imperialismo querem perpetuar a guerra, enquanto que nós queremos acabar com ela num futuro não muito distante. A grande maioria da humanidade deve despender os seus maiores esforços nesse sentido.²

Em todos os países do mundo, as pessoas discutem hoje sobre a eventualidade do desencadeamento de uma III Guerra Mundial. Nós devemos estar psicologicamente preparados para essa eventualidade e devemos abordar as coisas de um ponto de vista analítico. Nós somos resolutamente pela paz e contra a guerra. Não obstante, se os imperialistas insistem em desencadear a guerra, nós não a devemos temer. A nossa atitude perante esta questão é a mesma a adotar perante qualquer “desordem”: em primeiro lugar, nós somos contra; em segundo lugar, não a tememos. A I Guerra Mundial foi seguida pelo nascimento da União Soviética, com 200 milhões de habitantes; a II Guerra Mundial foi seguida pela formação do campo socialista, que abarca uma população de 900 milhões. Se os imperialistas insistirem, apesar de tudo, em desencadear uma terceira guerra mundial, é certo que outras centenas de milhões de homens passarão para o lado do socialismo; restará assim pouco terreno para os imperialistas, e a ruína total do sistema imperialista será igualmente possível.³

Notas:

1 - Problemas estratégicos da guerra revolucionária na China; 1936.

2 - Sobre a guerra prolongada; 1938.

3 - Sobre a justa solução das contradições so seio do povo;1957. 

Edição: Página 

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