Em 09/03/2022.
1. O KKE, desde o primeiro momento, condenou a invasão russa na Ucrânia e manifestou a sua solidariedade com o povo da Ucrânia.
O povo ucraniano paga há pelo menos uma década pelos antagonismos e intervenções sobre a partilha de mercados e esferas de influência entre os EUA, a OTAN e a UE, e a estratégia de "alargamento euro-atlântico", por um lado, e por outro, a estratégia da Federação Russa capitalista para seus próprios planos de exploração contra os povos, a fim de fortalecer suas próprias coalizões imperialistas (União Econômica Eurasiática, Organização do Tratado de Segurança Coletiva) na região da ex-URSS.
A intervenção militar da Rússia, de fato, marca o início formal de uma guerra preparada pelo material combustível acumulado ao longo do tempo. No seu cerne está a distribuição de riqueza mineral, energia, terra e trabalho, oleodutos e redes de transporte de mercadorias, pilares geopolíticos, quotas de mercado.
Durante anos, os EUA, a OTAN e a UE vêm tramando e promovendo o cerco econômico, político e militar da Rússia, intervindo, transferindo forças militares poderosas e estabelecendo bases de morte, atirando lenha na fogueira.
Desde a dissolução do
Pacto de Varsóvia, a OTAN não apenas não foi desmantelada ou reduzida, mas
também se expandiu, incorporando outros países do Leste Europeu e ex-repúblicas
soviéticas em suas fileiras. Está montando forças militares modernas, bases e
armas em vários pontos no entorno da Rússia. Durante anos, houve planos de
guerra e exercícios militares no Mar do Norte, Europa Oriental, Mar Negro e Mar
Báltico visando a Rússia.
Esses últimos eventos
são o episódio mais recente de um longo impasse sobre a Ucrânia. Também implica
fortes rivalidades dentro da burguesia ucraniana, formada após a derrubada do
socialismo, sobre se o país deve aderir a uma aliança imperialista ou outra. No
contexto deste confronto, por um lado, os EUA, a OTAN e a UE apoiaram e
organizaram juntamente com parte da burguesia ucraniana a "Revolução
Laranja" de 2004 e o golpe sangrento de 2014, utilizando e apoiando as
forças de extrema direita com o objetivo de estabelecer um regime que lhes
fosse favorável. Por outro lado, a Rússia passou a tomar da Ucrânia partes de
seu território, anexando a Crimeia e fortalecendo os separatistas de língua
russa nas regiões de Donbas para seus próprios interesses.
2. Esses
acontecimentos, 30 anos após a derrubada do socialismo e a dissolução da URSS,
são a prova viva e trágica do retrocesso histórico ocorrido no início dos anos
1990. Esse retrocesso histórico mundial para os povos de lá, mas também para a
classe trabalhadora e forças populares em todo o mundo, abriu a caixa de
Pandora.
O KKE avaliou e
confirmou tragicamente que o domínio do capitalismo, entre outras coisas,
traria consigo o desmembramento de povos e estados, como aconteceu na
Iugoslávia, na Tchecoslováquia, devido à competição das classes burguesas pelo
controle dos mercados, matérias-primas, posições geoestratégicas, rotas de
transporte.
Através desse processo
de contrarrevolução, as classes burguesas foram formadas, a burguesia que
surgiu no curso da restauração capitalista, roubando os resultados de décadas
de trabalho do povo soviético. Esses capitalistas se expressam nos governos de
Putin na Rússia e Zelensky na Ucrânia. É por isso que, além disso, apesar de
suas diferenças e rivalidades, eles se unem no anticomunismo, na falsificação
da história e na difamação da União Soviética, no reforço do nacionalismo
(russo e ucraniano) e escondem os interesses comuns dos trabalhadores e dos
povos. A invocação do antifascismo pela Rússia capitalista de hoje, para
promover seus planos geopolíticos na região, é um pretexto, explorando o forte
sentimento antifascista dos russos e de todos os povos, que pagou com milhões
de vidas a luta contra a ocupação e a atrocidade fascista-nazista alemã. Não
esqueçamos que a própria Rússia capitalista, que hoje lidera o anticomunismo,
mantém relações amistosas com formações de extrema direita em muitos países, e
a liderança russa exalta publicamente os ideólogos do fascismo russo. Mas, ao
mesmo tempo, não esquecemos que em 2014, na Ucrânia, com o apoio da OTAN e da
UE, atuaram forças fascistas - da extrema direita, organizando pogroms de
violência e terrorismo, assassinatos, massacres como o de Odessa onde atacaram
a sede de sindicatos resultando em mais de 100 sindicalistas mortos. Estas são
forças que agora estão integradas no aparelho estatal ucraniano e estão
envolvidas em crimes nas regiões de língua russa e contra expatriados gregos.
Os povos da Ucrânia e
da Rússia, como os outros povos da região, viveram e lutaram juntos por 70
anos, venceram, estabeleceram seu próprio poder, lutaram contra as intervenções
imperialistas, avançaram nas relações de propriedade social para cultivar a
terra, desenvolver as fábricas, a riqueza do seu subsolo e das suas águas. Eles
enfrentaram o ódio e a guerra dos antigos exploradores que sabotaram os passos
do poder soviético, progrediram juntos no quadro do socialismo, lutaram juntos
contra o nazismo-fascismo, o imperialismo alemão. A histeria nacionalista dos
gritos de guerra não deve obscurecer a memória coletiva dos dois povos, que
viveram por décadas em fraternidade.
Decorridos 30 anos da
derrubada do socialismo e a dissolução da União Soviética, todos aqueles que o
celebraram prometendo um mundo de paz, segurança, liberdade e justiça foram
retumbantes desmentidos. O mundo deles, o famoso "mundo dos valores ocidentais"
é o mundo da barbárie, da exploração, da guerra e dos refugiados, das crises
econômicas, das centenas de milhares de vítimas de pandemias ou de intervenções
militares, é o mundo dos monstros, do capitalismo. A este mundo pertencem
Biden, Solts, Putin e Zelensky e tantos outros, "autoritários" e
"democratas", todos eles defensores da liberdade de poucos para
determinar o destino de muitos, representantes de diferentes aspectos da
ditadura do capital.
3. A guerra
imperialista que hoje se trava na Ucrânia é apenas mais um elo dessa sangrenta
cadeia de guerras e rivalidades, que se intensificou especialmente a partir de
1991, perdendo seu manto ideológico anterior como uma suposta defesa do
"mundo livre ocidental" contra o "totalitarismo comunista".
A novidade é que agora estão se expandindo novamente em solo europeu, já que
não há escudo socialista.
Não esquecemos as
guerras na Iugoslávia desde o início dos anos 1990, que começaram com o selo de
aprovação da União Europeia e levaram à intervenção da OTAN em 1999 com a
dissolução e fragmentação final do país. Os pretextos, então, usados pela
OTAN e pela UE, são os mesmos usados pela Rússia para sua própria intervenção
militar, "proteção contra limpeza étnica" e "direito à autodeterminação".
As feridas nos Balcãs permanecem abertas e o risco de novos surtos e confrontos
continua alto.
Não esquecemos as
intervenções e guerras imperialistas em nossa vizinhança, no Oriente Médio e
Norte da África, no Iraque, Síria, Líbia e Afeganistão, a contínua ocupação
israelense da Palestina. Os Estados Unidos, a OTAN e seus aliados arrastaram
povos para guerras civis, desencadearam conflitos étnicos e religiosos,
intervieram militarmente, estabeleceram exércitos de ocupação sempre em nome da
"democracia" e da "liberdade", levaram países ao caos,
alimentaram e fortaleceram as forças reacionárias, os jihadistas e outros.
Não podemos esquecer a
invasão e ocupação turca de Chipre desde 1974, que foi levada a cabo com o
apoio dos EUA e da OTAN, o contínuo crime contra o povo cipriota e os vários
esquemas inspirados na OTAN, que todos estes anos têm estado a "empurrar"
em direção à divisão.
O
"revisionismo", o questionamento dos direitos soberanos, o redesenho
das fronteiras, a dissolução dos estados não é prerrogativa de um ou outro
centro imperialista. Todos eles revisam tratados internacionais, desafiam
fronteiras e intervêm militarmente sob vários pretextos quando seus próprios
interesses o exigem. A competição entre os centros imperialistas é a base do
"revisionismo". Eles até violam certas disposições formais do direito
internacional, resultado da influência dos estados socialistas após a Segunda
Guerra Mundial. Tem sido amplamente demonstrado que o verdadeiro Direito
Internacional é o "Direito dos poderosos", o Direito de quem detém o
poder econômico, político e militar de impor seus interesses. Até seus
representantes admitem, obrigados a apoiar um lado ou outro, apontando
ambiguidades e imprecisões. As percepções que sustentam que no mundo
capitalista contemporâneo pode haver um mundo pacífico com outra
"arquitetura internacional", uma "OTAN sem armas
agressivas", uma "UE pacífica" ou um "mundo multipolar
criativo" são irreais, são vendas nos olhos dos povos.
4. A UE não está
"silenciosa" e "fora" dos acontecimentos, mas há anos
participa ativamente das intervenções imperialistas e, neste caso, do plano de
cercar a Rússia. É cúmplice do drama atual dos povos da Ucrânia. As
contradições dentro do país durante os últimos anos em relação à sua atitude em
relação à Rússia refletem os diferentes objetivos e prioridades da burguesia de
cada país, no que diz respeito aos fortes laços econômicos com a Rússia,
especialmente em setores como o energético. A formação de uma posição unida
contra a Rússia após o início da guerra, pela qual o ND, SYRIZA, KINAL e outros
partidos burgueses celebram em nosso país, por um lado, não significa que essas
contradições tenham sido resolvidas e, por outro lado, é uma "unidade"
que se dirige contra os povos.
Ninguém consegue dormir
tranquilo depois das declarações de guerra que lançam diariamente os dirigentes
e funcionários da UE. Trinta anos após o Tratado de Maastricht, as máscaras
caíram ainda mais claramente, são ocultados os ptretextos, “superam-se” os tabus,
como admitem cinicamente, e se demonstra claramente o que a UE na realidade.
Uma aliança imperialista reacionária entre "lobos" que lutam entre si
e todos juntos contra os povos.
Nesse processo, mais
uma vez na história, os governos socialdemocratas estão na liderança,
derrubando o “mito” dos “governos progressistas” que podem ser uma alternativa
para o povo.
Os socialdemocratas
alemães, que anunciaram um programa maciço de armas pela primeira vez desde a
Segunda Guerra Mundial, os socialistas da Espanha e de Portugal, o governo de
centro-esquerda da Itália, os socialdemocratas da Dinamarca e da Finlândia,
todos promovem o confronto militar com a Rússia. Suas decisões de aumentar os
gastos militares em todos os estados membros da UE e da OTAN, até mesmo relaxar
as estritas condições financeiras dos orçamentos europeus para esse propósito,
evidentemente não surgiram apenas como resultado dos eventos na Ucrânia.
Revelam uma preparação mais geral, sinalizando que estamos entrando em um
período de conflito mais violento quanto aos enfrentamentos e rivalidades.
A guerra na Ucrânia
está provocando desdobramentos perigosos para os povos da Europa e para todo o
mundo após a invasão russa, já que a competição imperialista entra em uma nova
fase. O perigo de uma confrontação militar mais generalizada é agora mais
evidente do que nunca. As declarações de guerra dos líderes políticos dos
países da UE, OTAN e Rússia, as ameaças de ataques nucleares, não devem ser
consideradas como meros excessos verbais.
A OTAN está implantando
uma Força de Reação Rápida na Europa Oriental pela primeira vez e está
concentrando ainda mais forças militares e planejando associar-se com países
como Moldávia, Geórgia, Bósnia-Herzegovina, Finlândia e Suécia. Na Moldávia e
na Geórgia existem territórios, que foram separados com o apoio da Rússia, onde
existem fortes forças militares russas. Finlândia e Suécia estão incluídas nas
"linhas vermelhas" da Rússia no que diz respeito ao ampliação da
OTAN. Na Rússia, as "forças de prevenção nuclear" do país foram colocadas
em estado de preparação para a guerra. A Bielorrússia aprovou em referendo a
possibilidade de instalar armas nucleares no seu território, caso a OTAN
instale armas semelhantes na Polónia ou na Lituânia.
5. Sob a
responsabilidade do governo da Nova Democracia (ND), juntamente com o consenso
essencial de SYRIZA, KINAL e outros partidos burgueses, intensifica-se o
envolvimento da Grécia nesses perigosos conflitos imperialistas. Todos os
governos anteriores já haviam apoiado as decisões e planos da OTAN em relação à
expansão dessa organização assassina e ao cerco da Rússia. Além da base de
Suda, já haviam promovido a instalação de novas bases dos EUA e da OTAN no
país, como Alexandroupolis, Larisa e Stefanovikio, já usadas como centro de
transporte e envio de forças militares para o Leste Europeu. Eles já haviam
contribuído para transformar a Grécia em um "agressor" de povos de
outros países e, ao mesmo tempo, o povo grego em uma "vítima", já que
o país automaticamente se torna alvo de uma possível retaliação. O povo já está
pagando pesados impostos para os armamentos, relacionados às necessidades da
OTAN, e estão enfrentando escassez, aumento dos preços dos combustíveis e
pobreza energética.
O governo grego, com o
delírio bélico do primeiro-ministro, não só anunciou a decisão de transportar
equipamento militar para a Ucrânia, mas também declarou explicitamente a sua
intenção de arrastar o país e o povo para a tormenta de confrontações militares
do lado da OTAN e da UE, prestando todo o tipo de assistência solicitada. O
envolvimento da Grécia no conflito militar é direto e, caso se generalize, o
risco para o povo grego é mais do que real.
Os argumentos e
pretextos do governo, em relação a essa opção, são perigosos, enganosos e devem
ser rechaçados.
É uma mentira que
"vamos lutar pela liberdade". Na verdade, vamos lutar ao lado de um
dos dois campos de saqueadores, contra o outro campo, sobre quem vai ficar com
a maior parte do saque do povo da Ucrânia e dos demais povos da região.
É uma mentira que esse
envolvimento significa que "nós apoiamos o povo ucraniano". Com o
envolvimento apoiamos aqueles que, por seus próprios interesses, durante anos,
levaram ao caos e à destruição, aqueles que transformaram o povo ucraniano em
um "saco de pancadas" no confronto com a Rússia.
É uma mentira que
"lutamos contra o revisionismo", porque nossos aliados da OTAN e da
UE são os maiores "revisionistas", que não hesitam em intervir
militarmente para destruir países, para mudar fronteiras, assim como a Rússia
está fazendo na Ucrânia.
É mentira que
"estamos protegidos ante a ameaça turca", porque a OTAN incentiva disputas
e o revisionismo da Turquia, uma vez que não reconhecem direitos soberanos e
fronteiras, mas apenas "território da OTAN" e promovem acordos perigosos
no Mar Egeu e outras regiões; sua prioridade é manter a todo custo a Turquia no
campo da OTAN, especialmente agora, em condições de agravamento dos conflitos.
É mentira que o
envolvimento constitua “uma nova oportunidade” para o povo, da mesma forma que
as promessas de oportunidades para o povo com o fim da crise ou com o fim da
pandemia também foram falsas. Os planos para "reforçar o papel" da
Grécia e torná-la um centro dos planos energéticos dos EUA significam ao país
aprofundar ainda mais os antagonismos, mas ao mesmo tempo, os beneficiários
serão os grandes grupos empresariais e não o povo. De todos os modos, hoje o
povo da Ucrânia está pagando com seu sangue por tais "objetivos" de
sua burguesia.
Uma vez mais, nosso
povo será chamado a pagar um alto preço. Enfrentará múltiplos riscos e ameaças
à sua vida e aos seus direitos soberanos devido à sua participação na guerra,
fará grandes "sacrifícios" em prol da preparação para a guerra,
enfrentará a forte subida dos já elevados preços de consumo público, a pobreza
energética ainda mais profunda, sofrerão novos golpes contra seus direitos e
necessidades, o aumento dos gastos para a OTAN, que acompanha a doutrina de que
"a prioridade absoluta é a defesa do país".
As exceções e
preocupações parciais levantadas pelo SYRIZA são apenas pretextos para manter a
fachada de uma posição alternativa e mais pacífica. Sua prática
excepcionalmente impopular no passado confirma que, se ele estivesse no
governo, ficaria no caminho de modelos "progressistas",
"social-democratas" – desde os Democratas dos EUA, aos socialistas
espanhóis - que estão no linha de frente da preparação militar em todo o mundo.
O SYRIZA tem grandes
responsabilidades perante o povo. Não só porque
quando no governo foi pioneiro no envolvimento do país no planejamento
da OTAN (estabeleceu novas bases, melhorou as antigas, promoveu a Cooperação
Estratégica com os EUA, desempenhou um papel de liderança no Acordo Prespa a
favor da OTAN etc.). Não só porque usa os pretextos e encobre as
responsabilidades da OTAN-UE em relação à guerra na Ucrânia. Mas também porque
hoje está essencialmente de acordo com todos os objetivos de envolvimento
fixados pelo governo do ND, levantando apenas algumas condições particulares.
Aprova o envolvimento militar com a condição de que tenha uma marca mais clara
da OTAN ou da UE. Aprova os planos de energia com a condição de que seu ritmo
de implementação seja mais lento. Aprova os armamentos da OTAN "desde que
sejam executados de maneira transparente". Ele aprova os novos sacrifícios
populares com a condição de que sejam feitos com base no consentimento.
Um século após a
catástrofe da Ásia Menor, nosso povo não deve esquecer as conclusões
históricas. O povo pagou o preço de todas as "Grandes Ideias" em
favor do capital, dos grandes grupos empresariais, pelo fato de que os aliados
imperialistas não os apoiaram no momento crítico. O povo pagou um alto preço
pelas catástrofes. Então, sua participação na primeira guerra imperialista e na
campanha na Ucrânia trouxe a catástrofe, o desenraizamento e milhares de
refugiados gregos da Ásia Menor.
Por esta razão, o povo
grego deve rechaçar: os apelos de propaganda que preparam para a guerra e maior
envolvimento; os porta-vozes da OTAN e da UE; as notícias falsas fabricadas que
inundam a mídia e a internet. Além disso, deve rejeitar: a "histeria anti-russa"
que chega a demonizar as criações culturais; a tentativa de silenciar todas as
vozes que não reproduzem as narrativas dos mecanismos euro-atlânticos.
6. A solidariedade
genuína com os povos da Ucrânia e da Rússia, bem como com os povos vizinhos, é
a luta em cada país contra a guerra imperialista; a luta contra o envolvimento
de cada país na guerra. É a condenação da intervenção militar da Rússia, mas
também a condenação dos EUA, da OTAN e da UE que desencadearam a guerra. É a
luta contra as alianças imperialistas, com as quais a burguesia de nosso país e
seus governos estão comprometidos. É uma solidariedade genuína, popular,
humana, que deve ser expressa por todos os meios. É a oposição e o isolamento
da atividade dos grupos fascistas e nacionalistas que fomentam o ódio.
É a luta pela
coordenação do combate dos povos para saírem dessa guerra, visando o seu
verdadeiro inimigo. Organizando sua luta contra a guerra imperialista e as
causas que a geram; contra as burguesias que a dirigem e seus governos, as
alianças imperialistas que nos arrastam para a guerra ou impõem a chamada
"paz" com uma arma na cabeça dos povos.
É solidariedade e apoio
aos milhares de refugiados que, neste momento, fogem da Ucrânia como vítimas da
guerra, e viajam para outros Estados da UE e para o nosso país, porque se sabe
que um destino cruel os espera, como no caso de outros povos-vítimas das
guerras imperialistas, apesar das "declarações humanitárias".
Os povos não viverão
melhor se escolherem um explorador nacional ou de outro tipo, mas apenas
derrotando e abolindo o regime de exploração.
Este é o caminho para
que os povos saiam vitoriosos.
Hoje, o KKE dirige-se
aos trabalhadores, aos jovens, aos autônomos, aos camponeses, às mulheres, a
todo o povo grego.
Ele os chama a estarem
vigilantes e alertas contra a guerra imperialista e o envolvimento grego.
A resposta em favor dos
interesses de nosso povo não é nos alinharmos como povo e país com um ou outro polo
imperialista.
Não vamos escolher um
acampamento de ladrões!
Hoje, a verdadeira
disjuntiva não é entre os EUA ou a Rússia, a UE ou a Rússia, a OTAN ou a
Rússia. A verdadeira disjuntiva é estar
do lado dos povos ou dos imperialistas.
A luta operária-popular
deve e pode traçar sua própria linha independente, afastada de todos os planos
burgueses e imperialistas.
Essa luta não tem nada
a ver com as ilusões e clichês das outras partidos, sobre uma “solução
pacífica” e “diplomacia” e outras coisas que soam bem e não apontam para as
causas da guerra.
O povo não deve aceitar
pagar o preço da guerra. Não é sua obrigação aceitar! O povo não deve se comprometer
com as novas restrições antipopulares e as medidas que estão preparando em nome
da emergência. A única solução é a organização operária e popular para o
contra-ataque.
A luta popular deve
obrigar imediatamente o governo, seja ele qual for, a aplicar medidas para
proteger os salários da classe trabalhadora e do povo diante da escassez de
energia e da pobreza.
Abolição dos impostos
sobre os combustíveis e outros tipos de produtos de consumo público.
Aumento de salários,
assinatura de Acordos Coletivos de Trabalho, proteção dos direitos
trabalhistas. Medidas de proteção para aposentados e desempregados.
Medidas contra as
consequências das sanções contra a Rússia, já que os primeiros afetados serão
os camponeses e os autônomos.
Devemos destacar a
possibilidade e a necessidade de utilizar todas as fontes energéticas nacionais
(linhite, hidrocarbonetos, geotérmica, FER) de forma a garantir, de forma
combinada, a satisfação de todas as necessidades populares (redução do nível de
dependência energética, abolição pobreza energética, proteção ambiental) no
âmbito da propriedade social e do planejamento central. Fortalecer a luta
total, para que a energia, os alimentos e a própria força de trabalho deixem de
ser “mercadoria”.
Em cada região e local
de trabalho devemos organizar a luta, para nos dissociarmos agora desta guerra,
que é uma guerra imperialista por todos os lados.
Cesse imediatamente a
participação e envolvimento da Grécia na guerra imperialista na Ucrânia ou em
qualquer outra região, de qualquer forma ou sob qualquer pretexto.
Que sejam desmanteladas
todas as bases militares da OTAN e dos EUA em nosso país que são usadas como
cabeças de ponte para a guerra.
Que nenhuma tropa
militar grega seja enviada para a Ucrânia, para países que se aproximam desta
ou de outras missões imperialistas. Nenhum soldado, oficial e suboficial fora
do país. Que o envio de material e meios militares da Grécia seja interrompido.
Nosso dever patriótico
e internacionalista é não deixar o território, a infraestrutura e os meios da
Grécia se tornarem uma para qualquer
partido cabeça de ponte bélica de nenhuma parte.
As Forças Armadas do
país não têm nada a fazer fora do país em nome das chamadas "obrigações para
com nossos aliados". Sua tarefa é defender as fronteiras, a integridade
territorial da pátria, nossos direitos soberanos.
Esta é uma questão
política, é necessária uma mudança na consciência das forças operárias
populares, para fortalecer a luta pela retirada das várias organizações
imperialistas, OTAN e UE, com o povo realmente no controle do poder.
A guerra, levada a cabo
pelo imperialismo e provocada pelos antagonismos entre centros e alianças
imperialistas pela repartição de mercados, territórios e recursos naturais,
pela supremacia no sistema imperialista, é injusta e bárbara, tornando vítimas
os povos, sejam eles do bando "vitorioso" ou do bando
"derrotado".
A luta multifacetada
dos povos contra o cerco e invasão imperialista, contra a participação dos
filhos do povo na guerra imperialista, éjusta.
A luta dos povos pela
defesa da integridade territorial, contra a ocupação estrangeira, é justa.
A luta multifacetada
pelas necessidades e direitos dos povos, no caminho da derrubada do poder burguês,
pela nova sociedade socialista, é justa.
Este é o caminho, para
acabar com as guerras imperialistas, a exploração capitalista e a barbárie,
para a fraternidade dos povos.
Este é o caminho que
ilumina a verdadeira perspectiva para que os povos vivam em paz, segurança,
fraternidade e relações mutuamente benéficas. Da mesma forma que os povos da
Rússia e da Ucrânia viveram por décadas, quando eles mesmos estavam no comando
do poder, eles tiveram em suas próprias mãos a riqueza que produziam e construíam
uma nova sociedade socialista.
Este é o lado certo da
história para o povo grego e povos de todo o mundo!
Nesta luta, o KKE empenha
todas suas forças para que povo grego e os demais povos lutem contra o
nacionalismo e as alianças imperialistas das burguesias, pelo reforço da luta
comum dos trabalhadores e para livrarem-se do sistema que gera pobreza,
exploração e guerras.
Edição e tradução do espanhol: Página 1917
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