As atrocidades cometidas pelo nazi-fascismo, que se imaginavam banidas da história da humanidade, voltam a acontecer diante dos olhos do mundo. A barbárie, como método para alcançar objetivos imperialistas de dominação dos povos e territórios, é novamente colocada em ação. Desta vez, pelos sionistas israelenses na Palestina. O martírio do povo palestino também será gravado na história como genocídio e crime contra a humanidade. Os recortes abaixo, retirados do livro de Robert Gerwarth, "O carrasco de Hitler", demonstram o quanto de similaridade existe entre o massacre dos judeus na Segunda Guerra e o martírio dos palestinos na atualidade.
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Judeus deportados pela Alemanha nazista. |
[...] A palestina, explicitamente designada como um "lar nacional para o povo judeu" na Declaração Balfour, feita na Grã-Bretanha em 1917, uma declaração política formal divulgada pelo ministro do Exterior britânico, James Balfour, sobre o futuro da Palestina, continuava sendo o único território no mundo para uma imigração em grande escala de judeus e ela de fato aceitou mais imigrantes judeus alemães entre 1933 e 1936 que qualquer outro país.
[...] Nesse outono, o SD pôs em prática sua própria iniciativa, um tanto bizarra, de acelerar a emigração sionista. Usando o dr. Franz Reichert, chefe do Serviço Alemão de Notícias em Jerusalém e informante do SD, como intermediário, os peritos em judaísmo de Heydrich fizeram contato com um certo Feivel Polkes, um judeu polonês que emigrara em 1920 para a Palestina, onde se tornara membro da organização clandestina sionista Haganá. Entre 26 de fevereiro e 2 de março de 1937, foi arranjada uma visita de Polkes a Berlim, à custa do SD, para discutir a possibilidade de a Haganá dar apoio à emigração judaica da Alemanha nazista.
[...] O homem que Heydrich encarregou das negociaçõs foi Adolf Eichmann, que posteriormente se tornaria famoso por seu papel no extermínio dos judeus da Europa no período da guerra, como assessor especial de Heydrich para assuntos judaicos.
[...] O relatório de Eichmann sobre a visita de Polkes foi apresentado a Heydrich, que decidiu que Eichmann devia continuar o diálogo com Polkes e viajar para o Oriente Médio.
[...] Em 26 de setembro de 1937, Heichmann e Herbert Hagen deram início à jornada e chegaram a Haifa em 2 de outubro. [...] No que dizia respeito à emigração para a Palestina, chamou os emigrantes alemães recém-chegados de "preguiçosos" e afirmou que estavam continuamente planejando mudar novamente de país. Não obstante, sustentou que os sionistas "estavam satisfeitos com as políticas judaicas radicais da Alemanha...porque elas asseguravam a tal ponto o crescimento da população judaica na Palestina que era praticamente certo que num futuro próximo, os judeus seriam mais numerosos que os árabes na Palestina."
[...] A euforia da vitória em 1940 proporcionava o momento perfeito para uma renovada tentativa de implementar planos radicais para a remoção completa de todos os judeus e poloneses do Terceiro Reich, então maciçamente expandido. Em seguida a derrota da França, antigos planos de empurrar os judeus para uma reserva na Polônia foram substituídos por outro projeto para a solução territorial do problema judaico: o plano Madagáscar.
[...] Juntamente com Madagáscar, os territórios do Equador, da Colômbia e da Palestina foram defendidos como possíveis áreas para futuro assentamento os judeus.
[...] Ainda no verão de 1941, Heydrich continuava a imaginar a solução final em termos de reassentamento forçado na extremidade mais distante da esfera de influência alemã. No contexto desses assentamentos forçados, incontáveis banidos morreriam de sede, fome e exaustão, um efeito colateral ao qual Heydrich estava basicamente indiferente. Sua tarefa, como ele a compreendia, era remover os judeus para a parte mais distante da esfera de influência alemã. Não para assassiná-los, mas se alguns morressem no curso dessas expulsões, isso não lhe dizia respeito.
Nota:
¹ Reinhard Heydrich foi um oficial superior alemão durante a Segunda Guerra Mundial, e um dos principais arquitetos do Holocausto.
² Serviço de Segurança das SS (Schutzstaffel, abreviada como SS, foi uma organização paramilitar ligada ao Partido Nazista e a Adolf Hitler na Alemanha Nazista e mais tarde na Europa ocupada pelos alemães durante a Segunda Guerra Mundial.
Fonte: O Carrasco de Hitler, autor Robert Gerwarth, Cultrix, 2013.
Edição: Página 1917
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