Ney Nunes
22/09/2025
Em 2013, durante o que se convencionou chamar de "jornadas de junho", muita gente foi surpreendida quando no seio dos protestos multitudinários, que aconteciam nas grandes cidades, surgiu uma repulsa aos partidos institucionais de todo o espectro político, especialmente aos ditos de esquerda (PCB, PCO, PSTU, PSOL) que lá estavam presentes com suas pequenas colunas de militantes, faixas e bandeiras. Ocorreram inclusive choques entre manifestantes, insuflados ou não pela extrema direita, e a militância desses partidos, que se viu obrigada em algumas cidades até mesmo a recolher suas bandeiras, visto que não estavam preparados, nem em número suficiente para enfrentar tal situação.
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Junho de 2013, quando milhões foram às ruas. |
Esses episódios serviram para demonstrar a enorme falta de inserção daqueles partidos, ditos "esquerdistas", no movimento de massas. Os resultados eleitorais, à época e nos anos seguintes, viriam confirmar o que já se sabia, partidos pretensamente "revolucionários" com registro eleitoral estavam cada vez mais adaptados a podridão da democracia burguesa, limitados ao calendário eleitoral e ao círculo estreito dos setores médios da população. Seus resultados eleitorais, recheados de zero vírgula alguma coisa, apesar de todas as distorções típicas de qualquer democracia burguesa, onde sempre prevalece o poderio econômico das classes dominantes, escancaram a tremenda falta de inserção desses partidos junto ao proletariado brasileiro.