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sábado, 9 de agosto de 2025

Sobre o ataque imperialista ao Brasil.

 Uma posição comunista.

Coletivo Cem Flores  - 25/07/25


Alckmin e lideranças burguesas buscam negociar o tarifaço de Trump.



Em 9 de julho, o presidente fascista Donald Trump anunciou a imposição de tarifas de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para os EUA. Essa medida representa um verdadeiro ataque do imperialismo norte-americano ao Brasil. Previsto para entrar em vigor em 1º de agosto, o tarifaço reforçou a crise diplomática e comercial entre os dois países, iniciada meses antes com a escalada tarifária sobre o aço e o alumínio.

Trump alegou como justificativas a suposta perseguição judicial a Bolsonaro e ao seu movimento, após a tentativa fracassada de golpe de estado; a defesa dos grandes monopólios de tecnologia e de redes sociais dos EUA, também impactados pelas investigações contra o bolsonarismo; e a atuação dos BRICS (articulação encabeçada pelo seu rival imperialista central, a China), cuja cúpula ocorreu dias antes no Brasil. Alegou ainda, de forma mentirosa, um suposto déficit dos EUA nas transações comerciais com o Brasil. Dias depois, os EUA revogaram os vistos de membros do STF e da PGR, além de prosseguirem com novas ameaças. O ataque foi intensificado com a abertura de uma investigação comercial contra o Brasil, que pode resultar em ainda mais sanções por parte dos EUA.

O tarifaço de Trump ampliará os impactos econômicos já sentidos no setor metalúrgico brasileiro nos últimos meses. Outros setores industriais, a Petrobrás e o agronegócio também serão diretamente atingidos, considerando a atual pauta exportadora do Brasil para os EUA. Projeções já começam a indicar, a longo prazo, perdas bilionárias no PIB brasileiro e fechamento de mais de um milhão de vagas de emprego. Além disso, a inflação também tende a aumentar, caso as tarifas sejam efetivas.

quinta-feira, 7 de agosto de 2025

80 anos do crime imperialista em Hiroshima - Nagasaki

Partido Comunista da Grécia (KKE)

Em 6 de agosto de 2025, marcando o 80º aniversário dos bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki, milhares de pessoas se manifestaram em toda a Grécia para protestar contra os crimes imperialistas em Gaza e em outros lugares.


Uma manifestação organizada pelo Comitê Grego para a Distensão Internacional e a Paz (EEDYE) foi realizada na Acrópole de Atenas, seguida de uma marcha de protesto até os escritórios da UE na capital grega. Uma delegação do EEDYE entregou a resolução da mobilização anti-imperialista aos escritórios da UE, que afirma, entre outras coisas: “O EEDYE denuncia o maior crime do imperialismo, o lançamento de bombas atômicas pelos EUA sobre Hiroshima e Nagasaki em 6 e 9 de agosto de 1945, e honra a memória das centenas de milhares de vítimas (...) Hoje, 80 anos depois, a ameaça nuclear está crescendo. A competição interimperialista entre o campo euro-atlântico (EUA-OTAN-UE) e o bloco eurasiano em formação (Rússia-China) está aumentando o risco de um holocausto nuclear”.

Manifestações semelhantes foram realizadas em Tessalônica, Larissa e outras cidades da Grécia.

Os manifestantes exigiram que a Grécia se retirasse das guerras entre EUA, OTAN e UE, o fechamento das bases dos EUA e da OTAN e o fim de toda cooperação com o Estado de Israel. Expressaram também sua solidariedade incondicional ao povo palestino. 

Edição: Página 1917

Fonte: https://inter.kke.gr/en/articles/80-years-since-the-imperialist-crime-in-Hiroshima-Nagasaki/



domingo, 3 de agosto de 2025

A quinta-coluna no dia da vergonha nacional

Editorial do Página 1917


Hoje Calabar deve estar comemorando na hospedaria do inferno. No momento em que o Brasil sofre um violento ataque dos EUA com a imposição de tarifas absurdas sobre suas exportações, a quinta-coluna bolsonarista colocou a cabeça para fora nas manifestações ocorridas em Brasília e diversas cidades para exaltar os EUA e Donald Trump pelos ataques desferidos contra a soberania e os interesses do Brasil.


Bolsonaristas: vendilhões da pátria em ação.


É verdade que não reuniram o número esperado de manifestantes, mas foi o suficiente para aparecer com destaque na mídia, demonstrando que representam uma força política com peso no panorama nacional. Uma força política burguesa de extrema-direita que consegue arrastar consigo setores consideráveis da pequena-burguesia e dos trabalhadores.

sábado, 2 de agosto de 2025

Em memória de Miguel Urbano Rodrigues, por ocasião do centenário do seu nascimento

Pável Blanco CabreraPrimeiro Secretário do CC do PCM

Em 2 de agosto de 1925 — há um século — nasceu Miguel Urbano Rodrigues, um comunista português com quem nós, comunistas mexicanos, tínhamos fortes laços e com quem aprendemos muito.

Miguel Urbano Rodrigues

Miguel Urbano Rodrigues foi um intelectual revolucionário, enciclopedicamente conhecedor e profundamente versado em história e cultura. Foi também jornalista de combate, jornalista militante. Foi editor de O Diario , jornal publicado em Portugal durante a intensa luta política iniciada com a Revolução dos Cravos . Foi também correspondente do Avante , jornal dos comunistas portugueses, no Afeganistão durante a guerra, e também em Havana. Com o advento dos meios digitais, foi colaborador frequente da Rebelión e da Lahaine , bem como do odiario.info, que fundou. O seu trabalho como intelectual e jornalista não foi obstáculo ao seu trabalho militante; foi intelectual comunista, e foi jornalista comunista. Foi um verdadeiro comunista, simples, fraterno, inflexível nos seus princípios, mas sempre com argumentos e aberto ao diálogo e ao debate.

quinta-feira, 31 de julho de 2025

Governo grego reprime mobilizações populares contra os crimes de Israel

Partido Comunista da Grécia (KKE)




O governo grego, capitaneado pela Nova Democracia, está intensificando seus ataques e a repressão aos protestos populares que denunciam os crimes israelenses em Gaza e na Cisjordânia. Esses protestos expressam solidariedade ao povo palestino e exigem o fim de todo o apoio do governo grego ao Estado assassino de Israel, bem como o fim de todas as relações com ele (militares, políticas e econômicas).

Chegou até mesmo a ativar a lei antirracismo, que confirma as advertências do KKE de que, uma vez votada no Parlamento, acabaria se voltando contra o povo e suas mobilizações. A tentativa vergonhosa do governo e de outras autoridades de rotular qualquer pessoa que se manifeste em apoio à Palestina e denuncie os planos criminosos de Israel e seus aliados como antissemita continua em andamento.

O Ministro da Justiça, G. Floridis, sentiu a necessidade de defender os assassinos do povo palestino e a "aliança estratégica" da burguesia grega com Israel ao discursar no Parlamento. Ele chegou ao ponto de acusar aqueles que reagiram ao massacre de palestinos e participaram de manifestações de solidariedade ao sofrido povo palestino de "minar a aliança estratégica" com Israel e de trabalhar "em favor da Turquia"!

segunda-feira, 21 de julho de 2025

“O Imperialismo é Crise, Exploração, Destruição e Guerra!”.

Seus coveiros serão as classes trabalhadoras e os povos oprimidos de todos os países!

Cem Flores

11/07/2025

sob o capitalismo não se concebe outro fundamento para a partilha das esferas de influência, dos interesses, das colônias, etc., além da força de quem participa na divisão, a força econômica geral, financeira, militar, etc.

Lênin. O Imperialismo, Fase Superior do Capitalismo (1916).

Irã respondeu com seus misseis aos ataques israelenses. 

(1ª  parte)

  1. As agressões imperialistas dos EUA, potência imperialista hegemônica, porém em declínio relativo.

Neste primeiro quarto do século 21, o mundo vive permanentemente sob guerras imperialistas e sob constantes ameaças de guerras imperialistas. O principal agressor, de longe, é o imperialismo dos EUA – principal potência imperialista mundial sob todos os aspectos (econômico, financeiro, tecnológico, militar, ideológico etc.), mas em declínio relativo, especialmente diante da ascensão do imperialismo chinês.

Apenas neste século, os EUA participaram da guerra do Afeganistão (2001-21), encerrada com a vitória do Talibã; guerra do Iraque (2003-11), que resultou na derrubada do governo e destruição do país, seguida de intervenção militar (2014-21); guerra da Líbia (2011), igualmente destruindo o país e derrubando o governo, com nova intervenção (2015-19); e guerra civil da Síria (2014 até hoje), com o mesmo objetivo de derrubar o governo ao custo de destruir o país. Uma operação militar dos EUA, iniciada em 2007, afetou de uma só vez Argélia, Chade, Mali, Mauritânia, Níger, Senegal, Nigéria e Marrocos. Também ocorreram intervenções militares nas Filipinas (2002-17) e no Paquistão (2004-18); em Uganda, Congo, Sudão do Sul e República Centro-Africana (2011-17); na Nigéria (2013-24), nos Camarões (2015), na Somália (2007 até hoje) e no Iêmen (2002 até hoje).

Os EUA são o principal país fornecedor de armas e financiador da Ucrânia na guerra interimperialista com a Rússia (2022 até hoje). Muito embora Trump minta dizendo que esses gastos chegariam a quase R$2 trilhões (US$350 bilhões), o número oficial do departamento de defesa dos EUA é algo como metade disso (R$ 1 trilhão, ou US$ 183 bilhões). Institutos independentes reduziram esse valor para menos de R$ 700 bilhões (US$ 120 bilhões), enquanto estudo que considera o real valor presente das armas fornecidas (muitas já fora de uso pelas forças armadas dos EUA) e a destinação direta para a Ucrânia reduziram ainda mais esse valor para R$ 280 bilhões (US$ 51 bilhões).

terça-feira, 15 de julho de 2025

Carga letal destinada a continuar o massacre em Gaza foi bloqueada no Pireu

Partido Comunista da Grécia (KKE)


Manifestação liderada pelos estivadores de solidariedade ativa aos palestinos.


Em 14 de julho, membros do sindicato dos estivadores do Pireu, juntamente com sindicatos e organizações de massa do Pireu, realizaram uma grande manifestação, começando cedo pela manhã nos píeres 2 e 3 do porto do Pireu, para bloquear o transporte de carga militar para Israel.

Falando no comício, Markos Bekris , presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Movimentação de Contêineres nos Píeres do Pireu (ENEDEP) e do Centro Trabalhista do Pireu, deixou claro que o porto do Pireu não se tornaria um palco para o massacre do povo palestino ou para o envolvimento em guerras imperialistas.

Nos últimos dias, surgiram informações de que o navio Ever Golden estava pronto para zarpar com cinco contêineres com destino a Haifa. É provável que a carga tenha sido transferida e agora esteja no Cosco Shipping Pisces, que deve chegar na quarta-feira à noite. Faremos novas verificações como União ENEDEP”, afirmou. “Nossas mãos serão manchadas apenas pelo nosso trabalho árduo, não pelo sangue dos palestinos. Da última vez, quando paramos o navio que transportava balas, deixamos claro que o porto não se tornará um centro de transporte de material bélico, uma questão que diz respeito a todos nós, a toda a população da região”, acrescentou, anunciando que os manifestantes convocam uma nova manifestação na quarta-feira, às 22h. “Temos a responsabilidade de não nos tornarmos vítimas da guerra. Uma delegação irá confirmar que esta carga não está no Ever Golden. Faremos o mesmo com o outro navio. É importante que todos estejam presentes. Sem envolvimento, sem participação na guerra! Liberdade para a Palestina!”, concluiu M. Bekris.


Edição: Página 1917

Vivendo o inimaginável: um testemunho sobre Gaza

Dr. Yasser Abu Jamei *

"Não é aceitável que os líderes da comunidade internacional estejam apenas a observar e a falar. Eles não fazem nada além de anúncios ou declarações ou enviar relatórios e não tomam nenhuma atitude séria."  

   

Crianças palestinas nas ruas de Deir al Balah. Foto: UNICEF.


Como você oferece cuidados de saúde mental a pessoas que estão sendo aniquiladas? É uma pergunta que me fazem constantemente como psiquiatra em Gaza, e que assombra todas as interações que eu e outros clínicos temos com as crianças e famílias que atendemos. A resposta, aprendi após 20 meses de genocídio, é ao mesmo tempo mais simples e mais complexa do que qualquer um imagina.

Nos meus 20 anos como profissional de saúde mental em Gaza, pensei que entendia o trauma. Então, chegou outubro de 2023, e tudo o que eu sabia sobre cura, resiliência e esperança foi testado contra uma máquina de aniquilação que opera 24 horas por dia, 365 dias por ano.

sexta-feira, 11 de julho de 2025

Uma verificação da realidade sobre Trump e o fascismo

Stansfield Smith*

11.07.25

Milícia fascista na Itália de Mussolini, os Camisas Negras.


Com o segundo mandato de Trump, muita gente que exibe credenciais de esquerda proclama novamente que o fascismo está de volta, depois de termos  votado contra  o fascismo (!) em 2020. A cada quatro anos, ouvimos a história repetir-se: "esta eleição é a mais importante da nossa vida". Os republicanos são o novo fascismo, os democratas são o mal menor. Não importa que interesses monopolistas financiem ambos os partidos e ditem as suas políticas. Não importa que o democrata Biden tenha dado sinal verde para o massacre em curso em Gaza. Não importa que  Biden tenha deportado mais  do que Trump. Não importa que todos os anos a polícia tenha matado mais sob Biden  do que sob Trump. Trump é a figura de Hitler, não Biden.  

Então, mais uma vez , é hora de uma verificação da realidade do fascismo efetivamente existente.  

O fascismo realmente existente na Alemanha de Hitler  

O governo de Hitler começou em 30 de janeiro de 1933 mas, mesmo antes disso, o clima político da Alemanha não se assemelhava ao nosso. No verão de 1932, a Alemanha, então com 66 milhões de habitantes, tinha 30% de desemprego, acima dos 8,5% de 1929; a produção industrial tinha caído 42% e 40% dos trabalhadores estava desempregado ou a trabalhar com jornada reduzida.  

Os três partidos concorrentes às eleições de julho de 1932 eram o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães [nazis], os sociais-democratas e os comunistas – cada um conquistando milhões de votos. O Partido Comunista Alemão, o maior da Europa, contava com 360 000 membros e possuía as suas próprias organizações paramilitares. O Partido Social-Democrata  tinha um milhão de membros,  muitos no seu próprio grupo paramilitar. Os nazis somavam 1,5 milhão de membros, com 445 000 paramilitares, os camisas-castanhas.  

Claramente, essa realidade não tem relação com os EUA de hoje: não temos desemprego em massa, muito menos partidos fascistas, comunistas e social-democratas como principais candidatos ao poder. Na Alemanha, socialismo ou fascismo – ou três versões de "socialismo" – apresentaram-se como alternativas nas eleições. Aqui, podemos escolher um partido tradicional dos monopólios comandado pelo 1% e escolher outro "do outro lado do corredor".

quinta-feira, 10 de julho de 2025

Ofensiva imperialista e burguesia subalterna

Ney Nunes


Ofensiva imperialista e burguesia subalterna

A mais recente ameaça, enviada através de uma carta do Presidente dos EUA, Donald Trump, ao governo Lula, comunicando a imposição da tarifa de 50% aos produtos brasileiros, agitou os meios políticos, empresariais e midiáticos em todo o país. Ela se insere no contexto da persistente crise da economia capitalista que se arrasta desde 2008 com o estouro da bolha imobiliária norte-americana e das suas consequências, entre as quais, a mais determinante é a crescente e acirrada disputa interimperialista entre as principais potências mundiais.

A imposição de sanções econômicas e o protecionismo desenfreado fazem parte do arsenal da disputa pela hegemonia no sistema imperialista. A União Europeia e os EUA vêm fazendo uso desse arsenal com cada vez mais intensidade, configurando a antessala do conflito bélico mundial que se desenha no horizonte geopolítico. Não por acaso, os gastos militares das grandes potências apresentaram vertiginosa subida nos últimos anos e os planos são de continuarem aumentando, num claro preparativo para a próxima etapa da disputa interimperialista.

quarta-feira, 9 de julho de 2025

A posição do KKE em relação aos governos burgueses

Uma ferramenta valiosa para as nossas lutas atuais

Aleka Papariga, membro do Comitê Central do KKE (Secretária-Geral do Comitê Central do KKE de 1991 a 2013)


Aleka Papariga


Em todos os sistemas sociais que se sucederam — o comunal primitivo, o escravista, o feudal, o capitalista e o socialista que vivenciamos no século XX — o fator decisivo foi e continua sendo o processo produtivo, as relações entre as pessoas nele presentes, a divisão do trabalho e a propriedade dos meios de produção. Os sistemas de poder estatal e político são fundamentalmente determinados pela economia. Portanto, sob o capitalismo, a participação do Partido Comunista nos governos é incompatível com sua postura de que a luta do povo e da juventude, baseada na experiência adquirida, deve ser direcionada para a derrubada do poder político da burguesia, a destruição de seu Estado e a abolição da propriedade capitalista em favor do poder dos trabalhadores e da exploração do homem pelo homem.

sexta-feira, 4 de julho de 2025

O cinismo do governo burguês de Lula-Alckmin e seus aliados

Coletivo Cem Flores

Boletim Que Fazer – Julho de 2025

Lula e seus parceiros do Congresso: Hugo Motta e Davi Alcolumbre

O atual conflito entre governo e congresso

Em 25 de junho, o congresso derrubou, por ampla maioria de 383 deputados (75%), o aumento no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) decretado pelo governo. Esse fato desfez semanas de acordões e conchavos entre os dois poderes, que buscam mais medidas para cumprir a meta fiscal deste ano, e revelou a fragilidade da base de apoio do governo.

Desde então, os atritos entre governo e congresso se intensificaram. De um lado, o governo recorre ao STF, na tentativa de reverter o veto do congresso e, juntamente com seus aliados de “esquerda”, lança-se em uma cínica campanha de crítica ao parlamento por defender o interesse dos mais ricos. De outro, os presidentes do legislativo e outros líderes parlamentares reagem publicamente e ameaçam mais retaliações caso o governo siga nessa linha.

Essa disputa já antecipa a briga eleitoreira que veremos no ano que vem, com cada partido e facção burguesa buscando manter ou ampliar sua influência na máquina estatal capitalista. O governo e o PT usam o episódio para tentar diminuir a queda de popularidade e tentar mobilizar sua base militante e eleitoral. Já o congresso, liderado pelos partidos de direita, busca reforçar seu poder, visando mais grana de emendas parlamentares e resultados eleitorais positivos como nas eleições municipais de 2024.

sexta-feira, 27 de junho de 2025

Sem o Apoio da Classe não Somos Nada

Francisco Martins Rodrigues

1982



A polêmica interminável em torno da necessidade de resposta flexível às conjunturas, que tem servido de bandeira sucessivamente a todos os camaradas arrastados para posições de direita, esconde uma posição de classe que é preciso pôr a claro. Transcrevo duas passagens da carta que enviei ao CC em Abril:

Alternativas - Para Quem?

Para a massa proletária e semiproletária intervir na política por sua conta, ou para abrir espaço entre as massas pequeno-burguesas? "Inserir-se vivamente na conjuntura" é adoptar procedimentos que impulsionem a intervenção política independente das massas operárias e semiproletárias, ou é procurar crédito junto da intelectualidade, do funcionalismo e quadros, dos partidos e forças da pequena burguesia? "Fazer política de grande partido" é forjar um grande partido operário revolucionário que arraste atrás de si as camadas médias ou é ceder no vigor revolucionário da luta, na esperança de ganhar maior amplitude?

O que está em discussão no Partido, de há vários anos para cá, não é a aceitação ou a recusa das flexões táticas mas o ângulo de classe em que as encaramos. E isto nem a direita nem o centro no CC o podem admitir, porque seria confessar que se desviam do alinhamento proletário revolucionário. A verdade, já vinte vezes verificada, é que os direitistas no Partido rejeitam soberanamente as flexões, alternativas e manobras táticas que não lhes parecem capazes de suscitar o interesse e a confiança da pequena burguesia, acusam-nas de conter "verdades gerais", "rigidez", "agitativismo" — porque tudo aquilo que é dirigido às necessidades revolucionárias do proletariado e das massas pobres lhes parece "demagógico", "irrealista", "sem poder mobilizador", etc. Os direitistas sentem sempre dolorosamente a falta de uma alternativa “ajustada e imediata” para qualquer conflito secundário entre partidos burgueses, mas não querem saber da falta de dezenas de alternativas ajustadas às interrogações que se colocam diariamente às massas proletárias. Esta é a verdade singela que se esconde por detrás da vozearia sobre os “desdobramentos conjunturais”.

segunda-feira, 23 de junho de 2025

A Burguesia e a Paz

Decorridos 112 anos desde a publicação desse artigo certeiro de Lenin, a hipocrisia das burguesias imperialistas com relação a guerra, aos massacres, ao genocídio, continua a mesma. A conclusão do artigo guarda enorme atualidade.   


Lenin

Maio/1913



A conferência dos parlamentares franceses e alemães realizada no domingo passado, 11 de Maio (28 de Abril pelo antigo calendário), em Berna recorda-nos uma vez mais a atitude da burguesia europeia em relação à guerra e à paz.

A iniciativa da convocação da conferência pertenceu aos representantes da Alsácia-Lorena e suíços. Os deputados socialistas da França e da Alemanha compareceram em grande número. De entre os deputados burgueses compareceram bastantes radicais e "radicais-socialistas" franceses (democratas pequeno-burgueses, de fato perfeitamente estranhos e em grande parte hostis ao socialismo). Da Alemanha compareceu um número insignificante de deputados burgueses. Os nacionais-liberais (força intermediária entre democratas-constitucionalistas e outubristas, qualquer coisa como os nossos "progressistas") limitaram-se ao envio de uma saudação. Do partido do "centro" (partido católico pequeno-burguês da Alemanha, que gosta de brincar de democracia) dois membros prometeram participar... mas... preferiram não aparecer!

De entre os socialistas conhecidos, discursaram na conferência Greulich, veterano da socialdemocracia suíça, e August Bebel.

Foi aprovada por unanimidade uma resolução condenando o chauvinismo e declarando que ambos os povos, o francês e o alemão, desejam na sua esmagadora maioria a paz e exigem a solução dos conflitos internacionais através de tribunais de arbitragem.

Não há dúvida de que a conferência foi uma imponente manifestação a favor da paz. Mas seria um enorme erro confiar nos belos discursos do pequeno número de deputados burgueses que estiveram presentes na conferência e votaram a favor da resolução. Se desejassem seriamente a paz, esses deputados burgueses deveriam condenar abertamente o aumento dos armamentos na Alemanha (o exército da Alemanha está a ser aumentado em 140 000 homens; esta nova proposta do governo será sem dúvida aprovada pelos partidos burgueses da Alemanha a despeito do decidido protesto dos socialistas), e condenar igualmente a proposta do governo francês de prolongar o serviço militar para três anos.

Os senhores deputados burgueses não se decidiram a fazê-lo. Eles eram ainda menos capazes de exigir resolutamente a formação de uma milícia, isto é, a substituição do exército permanente pelo armamento geral do povo. Esta medida, que não sai do quadro da sociedade burguesa, é a única capaz de democratizar o exército e de fazer avançar com um mínimo de seriedade, nem que seja um só passo, a questão da paz.

Não. A burguesia europeia agarra-se convulsivamente à camarilha militar e à reação com medo do movimento operário. O insignificante número de democratas pequeno-burgueses é incapaz de querer firmemente a paz, e mais incapaz ainda de a garantir. O poder está nas mãos dos bancos, dos cartéis e do grande capital em geral. A única garantia da paz é o movimento organizado e consciente da classe operária.


Edição: Página 1917

domingo, 22 de junho de 2025

O Ataque dos EUA ao IRÃ

Um passo na escalada da guerra imperialista em todo o mundo.

Gabinete de Imprensa do CC do Partido Comunista da Grécia-KKE
22.06.2025
Protesto em Los Angeles contra a intervenção dos EUA no Irã . Foto: DW / Deutsche Welle

O envolvimento direto dos EUA em ataques ao Irã, envolvendo o uso de bombas de alta potência, é um passo em direção à escalada da guerra imperialista não apenas no Oriente Médio, mas em todo o mundo. Após suas ações no Iraque, Afeganistão, Síria e Palestina, entre outros, os EUA e seus aliados estão derramando o sangue de mais um país do Oriente Médio para impor seus planos e obter vantagem na batalha pela supremacia no sistema imperialista mundial. Este também é o objetivo do governo Trump, ao contrário do que vários porta-vozes nacionais têm afirmado, de que ele supostamente seria um "fator de paz".

Tentar justificar o ataque em nome da "segurança" e do "programa nuclear do Irã" não tem nada a ver com os objetivos reais. Esses pretextos desgastados têm sido usados ​​há décadas para justificar ataques como este, como as supostas armas de destruição em massa no Iraque, que nunca foram encontradas.

quinta-feira, 19 de junho de 2025

Israel como um Estado Fascista

Um estudo aprofundado

Por Domenico Cortese



Especialmente nos últimos meses, este jornal tem coberto extensivamente as relações do Estado de Israel e da ideologia sionista com o governo italiano, com o equilíbrio de poder no Oriente Médio e com a propaganda midiática. Isso deu origem a uma visão deste país como um aliado indispensável, naquela área, para as forças do bloco UE-OTAN, um aliado que não pode ser sacrificado no altar dos direitos humanos. O apoio às práticas colonialistas, genocidas e de limpeza étnica de Tel Aviv por governos ao redor do mundo deve ser lido sob essa luz. Aqui, para complementar nossas discussões anteriores, trataremos especificamente da natureza do aparato estatal israelense e do modelo de sociedade a que se refere. Portanto, demonstraremos como o sionismo e as políticas criminosas, racistas e de extermínio que ele pratica e justifica em um nível ideológico com um suposto "direito à autodefesa" são uma forma particular de fascismo .

Para isso, apoiar-nos-emos numa definição científica do fascismo, segundo a qual o que diferencia o fascismo das democracias burguesas em substância não são apenas superficialmente os métodos “terroristas”, mas a ocupação total de todos os espaços políticos; a supressão dos direitos democráticos; a espionagem dos cidadãos pelo Estado; a organização corporativa da economia e da sociedade a serviço do capital financeiro; a organização paramilitar da pequena burguesia e do lumpemproletariado, que realizam trabalhos ilegais e violentos em nome do Estado e constituem a espinha dorsal do consenso do regime.

Israel pode ser considerado um Estado fascista porque, embora nem todos esses elementos estejam ainda perfeitamente desenvolvidos no Estado judeu, eles estão assumindo uma extensão cada vez mais proeminente. Além disso, o poder em Israel conseguiu, de fato, arregimentar a maioria da pequena burguesia na defesa armada, e não apenas, dos objetivos econômico-políticos que almeja (por meio, por exemplo, do movimento de colonos). A tudo isso, adicionaremos, como característicos de um regime fascista, os elementos de discriminação religiosa e supremacismo.

Com base nessas linhas, mostraremos em detalhes como funciona o regime fascista de Israel, observando como cada um dos fenômenos listados acima está presente na sociedade israelense.

sábado, 14 de junho de 2025

Resposta aos caluniadores

Aos Partidos Comunistas e Operários

Assunto: Resposta ao ataque difamatório da “Declaração"



Caros camaradas,

Em 11 de junho, uma "Declaração" chegou à SOLIDNET, tentando outro ataque calunioso do Partido Comunista da Federação Russa (PCRF) e do Partido Comunista dos Trabalhadores Russos (RCWP) ao artigo da Seção de Relações Internacionais do Comitê Central do KKE intitulado "Sobre o Fórum Internacional Antifascista em Moscou". Este artigo foi publicado no jornal diário "Rizospastis" - o órgão do Comitê Central do KKE, e depois traduzido e publicado em sites do KKE em línguas estrangeiras, bem como no site da SOLIDNET ( http://www.solidnet.org/article/CP-of-Greece-On-the-International-Anti-Fascist-Forum-in-Moscow/ ).

Na “Declaração” publicada na SOLIDNET, a difamação do CPRF e do PCOR é reiterada, alegando que o KKE acusa “os organizadores e participantes do Segundo Fórum Internacional Antifascista” de “... se alinharem aos objetivos imperialistas da burguesia russa”.

Esta é uma acusação infundada, como demonstraremos mais adiante, porque o KKE nunca identificou os participantes deste Fórum com seus organizadores. Isso porque compreendemos perfeitamente que vários partidos podem ter respondido ao convite do CPRF para entender melhor as posições apresentadas por este e outros partidos, para expressar sua opinião sobre os acontecimentos ou por outros motivos.

Além disso, neste ponto específico do artigo do KKE, faz-se referência à saudação dirigida pelo presidente russo, Vladimir Putin, ao Fórum, o que, a nosso ver, demonstra o completo alinhamento dos organizadores do Fórum com o regime burguês na Rússia e seus objetivos imperialistas, sob a capa antifascista. O parágrafo específico do artigo do KKE é o seguinte:

“O presidente russo V. Putin, que nestes dias vem trocando gentilezas e dividindo a Ucrânia com o governo dos EUA, que a considerava “fascista”, acolheu calorosamente o trabalho deste Fórum, apontando o alinhamento dos organizadores da FIA com os objetivos imperialistas da burguesia russa, dissipando quaisquer dúvidas remanescentes sobre os verdadeiros objetivos da FIA em nome da luta antifascista.”

A Declaração afirma que “a posição dos camaradas gregos é dirigida contra a nossa luta comum contra o fascismo e, em essência, é uma tentativa de subestimar a importância da luta contra a ameaça do ressurgimento do fascismo”.

É ir longe demais dirigir esta acusação contra o KKE e, na verdade, vindas de partidos como o CPRF que não organizou uma única manifestação de massas em Moscou contra a decisão do governo russo de criar uma Escola Política Superior com o nome do filósofo fascista Ivan Ilin na Universidade Estatal de Moscou para as Humanidades, ou o PCOR, que chegou ao ponto de realizar uma reunião conjunta em seus escritórios com o partido “Outra Rússia”, que é uma força nacionalista e de tendência fascista, anteriormente chamado de “Partido Nacional Bolchevique” (segundo o “Nacional Socialista”) e cujo lema é “A Rússia é tudo, todo o resto é nada!”

Esses partidos têm a audácia de acusar o KKE de subestimar a luta contra o fascismo para esconder o fato de que se tornaram apologistas do poder burguês e, sob o pretexto do antifascismo, apoiam uma guerra travada pelas classes burguesas e alianças imperialistas por interesses antipopulares. Uma guerra que está sangrando dois povos, o povo russo e o povo ucraniano, que prosperaram juntos durante os anos do socialismo e agora, sob as condições capitalistas, estão se matando mutuamente por causa de quais monopólios se apoderarão de terras raras, recursos naturais, energia e rotas de transporte, e por causa de como os capitalistas distribuirão a participação de mercado e o apoio geopolítico.

Ficamos surpresos ao ver que a "Declaração" foi assinada por partidos que renunciaram a toda atividade política e aceitaram a decisão do tribunal civil de dissolvê-los, como o Partido Comunista do Cazaquistão, que não tem nenhuma atividade pública desde 2015. Agora vemos que ele foi "arrastado" pelos autores da "Declaração" para assinar este texto sujo e calunioso contra o KKE.

A "Declaração" contra o KKE também é assinada pelo Partido Comunista da Ucrânia, esquecendo que o KKE foi o partido comunista que o apoiou como poucos outros partidos quando enfrentou perseguição política. O KKE foi o partido que enviou seus deputados ao tribunal onde o Partido Comunista da Ucrânia estava sendo julgado, que enviou seus representantes a Kiev no Dia do Trabalhador de 2015 em resposta a um apelo do Partido Comunista da Ucrânia para impedir que a manifestação do Dia do Trabalhador fosse cancelada e atacada pelas autoridades e grupos fascistas armados. Esqueceu que o KKE foi o partido que levantou a questão da perseguição aos comunistas ucranianos nos parlamentos nacional e europeu, bem como os agradecimentos públicos que este partido expressou ao KKE em diversas ocasiões. Esta é uma posição de total ingratidão e uma atitude pouco camarada.

A "Declaração" levanta novamente a questão da não publicação na SOLIDNET de um artigo desprezível do PCOR contendo calúnias e insultos contra o KKE. Dessa forma, a "Declaração" tenta lançar dúvidas sobre o site comum, criado como resultado dos Encontros Internacionais de Partidos Comunistas e Operários (IGMWP), que, recorde-se, começaram por iniciativa do KKE e foram posteriormente acolhidos por dezenas de partidos comunistas. Isso acontece apesar de a SOLIDNET já ter relatado que, em seus muitos anos de operação, apenas um partido em sua lista (especificamente, o PCOR) recorreu à prática inaceitável de enviar artigos abusivos à SOLIDNET. Em 2025, apenas este artigo do PCOR não foi publicado, contendo uma série de acusações caluniosas contra um partido da SOLIDNET. No total, de 1º de janeiro de 2025 a 31 de maio de 2025, a SOLIDNET publicou um total de 587 artigos partidários. Destes, 9 eram do PCOR. Consideramos inaceitável que os signatários da "Declaração" ataquem e questionem a SOLIDNET como fonte confiável de informações sobre as posições dos Partidos Comunistas e Operários participantes da EIPCO e como um centro que facilita a expressão da solidariedade internacionalista.

Além disso, o ataque sujo a quem, em última análise, representa o KKE, que também está incluído na Declaração, bem como outras calúnias contra o KKE, alegando que ele supostamente subestima a luta antifascista, expõe os caluniadores e provoca a classe trabalhadora e o povo gregos, mas também qualquer pessoa razoável, visto que a trajetória histórica do KKE é conhecida, as duras batalhas que travou, os sacrifícios que fez na luta contra os fascistas, os cães de guarda do capitalismo. O KKE é um partido de princípios, baseado em seu Programa revolucionário e nas respectivas resoluções de seus congressos, que, além do grego, podem ser encontradas traduzidas nos sites em línguas estrangeiras, para que se possa conhecer o comunicado do Comitê Central do KKE sobre a guerra imperialista na Ucrânia, sobre as lutas do nosso partido contra a guerra e a participação da Grécia nela, contra a escolha entre imperialistas. Pode-se aprender sobre as lutas contra os EUA, a OTAN e a UE, sobre os julgamentos de comunistas gregos que obstruíram o transporte de material bélico para a frente ucraniana. E, claro, pode-se aprender sobre as lutas do KKE e da KNE contra os fascistas do "Aurora Dourada", do Azov e de outros grupos fascistas. O KKE luta diariamente contra os fascistas que o sistema capitalista cria e utiliza.

Finalmente, a “elaboração de um Regulamento” pelo Grupo de Trabalho que garantiria a livre discussão e a preservação de relações amistosas, conforme consta na “Declaração”, não corresponde às mentiras e calúnias conscientes contra o KKE, que diariamente trava grandes lutas em todas as frentes e expressa total solidariedade com povos, como o povo palestino, com mobilizações contínuas e lados com partidos comunistas que estão vivenciando o anticomunismo.


Com saudações camaradas,


A Seção de Relações Internacionais do CC do KKE


Fonte: https://inter.kke.gr/en/firstpage/

Edição: Página 1917




segunda-feira, 9 de junho de 2025

Síria: A Rendição Programada, o Fantoche Jolani e o Rosto Cru do Imperialismo Capitalista

Isabel Lourenço 

09.06.25


Enquanto os meios de comunicação ocidentais noticiam com entusiasmo a “normalização” da Síria e a suspensão das sanções econômicas americanas como uma vitória diplomática, o que de fato ocorre é a consagração de um regime fantoche, a desintegração final da soberania síria e a celebração do triunfo absoluto do imperialismo financeiro global.

EUA e seu terrorista vassalo.


Abu Mohammad al-Jolani, antigo chefe da Frente Al-Nusra, grupo oficialmente ligado à Al-Qaeda, é hoje recebido como estadista, respeitado como interlocutor e, acima de tudo, moldado para desempenhar um papel histórico: o de ser o primeiro jihadista de luxo a legalizar, em nome do Islã, a rendição de Jerusalém, a entrega do Golã, e o fim oficial da luta contra Israel.

quinta-feira, 5 de junho de 2025

As armas estão novamente disparando na Líbia

Vijay Prashad
01/06/2025

Protestos na Líbia contra a barbárie semeada pela intervenção imperialista.


Em 12 de maio de 2025, Abdul Ghani al-Kikli, conhecido por todos na Líbia como Ghnewa al-Kikli, foi morto durante uma reunião dentro de uma instalação da milícia administrada pela 444ª Brigada de Combate em Trípoli. Ghnewa, como era chamado, liderava o Aparelho de Apoio à Estabilidade (ASA), que governava partes de Trípoli e, de fato, partes do norte da Líbia, com punho de ferro. O líder da 444ª Brigada, Major-General Mahmoud Hamza, celebrou suas tropas por "derrubar o Império Ghnewa". Hamza, embora enraizado em sua milícia, é o diretor da inteligência militar de um dos vários governos que afirmam ser o governo oficial da Líbia. A morte de Ghnewa deu início a uma nova onda de violência em Trípoli, com os combatentes da ASA saindo às ruas em sofrimento pela morte de seu líder. Com a dissolução da ASA em desespero, a 444ª Brigada invadiu seus postos e propriedades desocupados para reivindicá-los. Nesse ponto, como se a Líbia precisasse de mais problemas, as Forças Especiais de Dissuasão da RADA, lideradas pelo líder islâmico Abdul Raouf Kara, atacaram a Brigada 444. As forças al-Radaa ou RADA de Kara estão enraizadas na tradição salafista Madkhali , que é favorecida por setores da Irmandade Muçulmana da Líbia, e embora o nome de sua força pareça governamental, é apenas mais uma milícia glorificada que passa seu tempo perseguindo forças políticas não islâmicas na Líbia.

sábado, 31 de maio de 2025

China: Neutralidade pró-palestina ou imperialismo mascarado?

Domenico Cortese

23/05/2025




Com a nova ofensiva terrestre do exército israelense em Gaza, chamada de “Carruagens de Gideão”, o alarme pela sobrevivência da comunidade palestina voltou, em pouco tempo, aos seus níveis mais altos. A opinião pública forçou até mesmo os governos de países que não questionam seu apoio ao genocídio a levantarem suas vozes depois que Israel tornou público seu plano de ocupar Gaza permanentemente e deportar palestinos para a Faixa de Gaza do Sul com a aprovação de Washington. A França e a China rejeitaram o plano e até o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, elevou o nível de alarme [1]. Neste contexto humanitário desesperador, muitos apoiadores da causa palestina, e da causa anti-imperialista em geral, são levados a buscar apoio político nas potências mundiais que, aparentemente, continuam a apoiar a causa palestina em maior medida. Entre elas, a República Popular da China assume a liderança, principalmente após vídeos que circulam pela internet e que supostamente mostram recentes "lançamentos aéreos" da China em Gaza, desafiando a vontade israelense, para apoiar a população palestina com alimentos e recursos. Embora estes vídeos pareçam infundados, uma vez que nenhum deles mostra claramente que se trata de ajuda chinesa, ao mesmo tempo que são retirados de relatos que não fazem qualquer referência à China [2] .

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