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segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

O Cazaquistão seguiu o caminho dos Estados Bálticos e da Ucrânia na reabilitação dos colaboradores nazis!

Conselho Político do Movimento Socialista do Cazaquistão

08/01/24

Em 2022 tropas russas reprimiram protestos no Cazaquistão.*

O Movimento Socialista do Cazaquistão condena a decisão final da Comissão Estatal para a Reabilitação Final das Vítimas da Repressão Política de absolver 311 mil pessoas, muitas das quais são  criminosos ou  terroristas  armados , Basmachi1, membros da Legião do Turquestão e unidades das SS muçulmanas orientais que lutaram contra o Exército Vermelho e o governo soviético.

Todos estão agora a ser apresentados como "vítimas do regime estalinista dos anos 20-50 do século XX", embora entre eles houvesse muita gente condenada por banditismo, sabotagem, roubo de património público, ataques a comboios e veículos motorizados com o objetivo de roubar, crimes que, nos anos 20 e início dos anos 30, eram equiparados a crimes políticos.

Entre os absolvidos, como esperávamos, estavam membros de organizações terroristas, espiões, combatentes de gangues Basmach, orquestradores de levantamentos antissoviéticos do período da coletivização, bem como colaboradores que se juntaram ao serviço da Alemanha nazi e estavam na Legião do Turquestão da Wehrmacht e unidades muçulmanas das SS. Muitos deles têm nas mãos  o sangue de cidadãos soviéticos, militantes do partido e do Komsomol.

Deve-se notar que o próprio decreto sobre a formação da Comissão de Reabilitação do Estado é, na verdade, uma cópia do projeto de lei sobre a reabilitação final no vizinho Quirguistão, preparado pela Fundação Soros-Quirguistão local e pelo Governo Aberto financiado pela USAID.

Por outras palavras, isto sugere que tal reabilitação, bem como o lançamento de "livros de memórias" financiados por fundações americanas, é um esquema geral para reescrever a história no Cazaquistão e na Ásia Central, a fim de condenar o período soviético e apresentá-lo como um "genocídio" permanente dos povos locais pelos bolcheviques.

Antes de a Comissão Estatal anunciar, em 27 de dezembro, que tinha absolvido 311 mil condenados que não tinham sido anteriormente submetidos à reabilitação, uma edição de sete volumes de A História do Cazaquistão foi publicada no Cazaquistão, em outubro deste ano, na qual a URSS é representada como um Estado que realizou o genocídio do povo cazaque  durante 70 anos.

Com esta decisão de reabilitação, a disposição sobre o papel criminoso da União Soviética e do Partido Comunista foi oficialmente consagrada na ideologia, o que logicamente levará em breve à proibição dos símbolos comunistas e do marxismo-leninismo no país.

Além disso, desde 2018, está em vigor no Cazaquistão o decreto do presidente Nursultan Nazarbayev sobre a mudança de "nomes ideologicamente desatualizados de ruas e povoados", segundo o qual dezenas de monumentos a Lenin e figuras soviéticas já foram demolidos e dezenas de milhares de nomes de praças, avenidas e povoações foram rebatizadas.

A próxima etapa será o reconhecimento definitivo do Holodomor2, uma vez que tal projeto de lei está pronto há muito tempo no parlamento, e haverá também a glorificação dos reabilitados, através da construção de monumentos a eles dedicados, o lançamento de filmes e livros. No Cazaquistão, 15 ruas já foram rebatizadas em homenagem ao fundador da Legião do Turquestão da Wehrmacht e unidades muçulmanas da SS Mustafa Shokai e vários monumentos lhes foram erguidos .

Certamente depois disso, seguindo o exemplo da Polônia, dos Estados Bálticos e da Ucrânia, serão destruídos monumentos aos heróis do Exército Vermelho. E as primeiras tentativas já estão a ser feitas, o que aconteceu durante a mudança dos nomes de ruas em várias regiões do país, e há pedidos constantes para desmantelar o monumento aos 28 Guardas Panfilov em Almaty e remover o nome do general Ivan Panfilov do nome do distrito da região de Almaty.

O Movimento Socialista do Cazaquistão opõe-se inequivocamente a esta reabilitação daqueles que lutaram contra o governo soviético,  e que reprimiram as forças populares de resistência e a restante população local na Bielorrússia, Ucrânia, Polónia, Grécia, Itália, França e Bélgica ocupadas pelos fascistas alemães!

Opomo-nos à glorificação dos Basmachi, dos membros da Legião do Turquestão da Wehrmacht e das unidades muçulmanas das SS e às tentativas de apresentá-los como "combatentes pela libertação da ditadura bolchevique"!

 

Basmachi, a Revolta Basmachi,  foi uma revolta contra o controle do Império Russo e posteriormente contra a Rússia soviética na Ásia CentralO movimento começou em 1916 durante a Primeira Guerra Mundial como uma reação contra os russos, então sob o regime czarista, por causa do recrutamento de muçulmanos para a guerra,  e levou depois a uma guerra civil contra o regime soviético. Com a influência soviética e a coletivização, a luta cessou e os Basmachi perderam o apoio popular. Como na atualidade, as questões étnicas, culturais e nacionais na Ásia central no início do século XX eram então extremamente complexas e estavam sujeitas também a influências chinesas e turcas.

Holodomor: mito anticomunista criado pela propaganda burguesa segundo o qual, nos anos 30-32 do século passado, Estaline seria responsável  pela organização de um genocídio de milhões de ucranianos pela fome. Para cabal esclarecimento, consultar: Golodomor-Acortinadefumodoregime.pdf (hist-socialismo.com)

*http://www.solidnet.org/article/SM-of-Kazakhstan-Statement-of-the-Socialist-Movement-of-Kazakhstan-on-the-situation-in-the-country/

Fonte: https://pelosocialismo.blogs.sapo.pt/o-cazaquistao-seguiu-o-caminho-dos-284914

Edição: Página 1917

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