Sergio Moebus
Janeiro/2024
A crise estrutural do capital como a crise da produção, da absorção dos excedentes e a realização do valor.
O excesso de capitais acumulados, a economia ultraliberal para manter a mais valia e a taxa de lucro, gerando uma concorrência predatória entre os capitalistas e resultando em arrocho salarial, desemprego e privatização de empresas estratégicas.
Um grande exemplo de excedente de capitais são os investimentos bilionários feitos pela China em mais de 130 países, gerando uma incapacidade de pagamento das dividas por parte da maioria dos países e, uma dependência política desses países com relação a China.
Não existe solução para a crise global do capitalismo, nem solução keinesiana, não havendo portanto solução nacional para a crise.
Para Keynes, nas crises, o Estado deve intervir para garantir o emprego, seja em empresas estatais ou em obras públicas. Para isso seria necessária uma classe trabalhadora organizada em seus sindicatos e, uma burguesia com interesses minimamente nacionalistas, o que está longe de ser o nosso caso.
Os grandes capitalistas sempre repassam as consequências da crise para os trabalhadores e para o pequeno capital, modificando as relações capital-trabalho, como por exemplo a contrarreforma trabalhista no Brasil.
A crise se agravou em 2008 quando o governo Obama impôs uma política de administração da crise atacando seus efeitos segundo o interesse do grande capital em relação ao trabalho, do centro em relação à periferia e do grande capital em relação ao médio e pequeno capital.
Obama apostou na globalização e no multilateralismo.
Com a globalização e através de políticas ultraliberais e suas consequências para os trabalhadores, especialmente nos países periféricos, o capital recupera as margens de lucratividade e, as corporações acumulam imensa massa capital/dinheiro, que impulsionam a financeirização da riqueza capitalista.
Num cenário de superprodução, sobreacumulação e subconsumo, a dinâmica capitalista não consegue operar a produção de valor, tendo a valorização uma forma fictícia.
As crises cíclicas do capitalismo passam a uma crise pandêmica, crônica e permanente.
Ao contrário das crises cíclicas, na crise estrutural o Estado perde sua capacidade de deslocar os efeitos negativos da crise, agravando o poder destrutivo do capital e, podo fim às ilusões socialdemocratas da "humanização do capitalismo".
A crise estrutural do sistema capitalista é a mais grave crise social da história da humanidade.
Desafios da classe operária:
- Resgate da crítica radical do sistema capitalista.
- Necessidade da organização de um partido Revolucionário.
- Necessidade de uma práxis revolucionária.
A bandeira histórica dos trabalhadores se impõe como condição de existência da própria humanidade.
Referências:
* Sobre a Crise Atual do Capital - Plínio de Arruda Sampaio Junior - Entrevista concedida a TV A Comuna.
* A crise Estrutural do Capitalismo - István Mészáros, por Cesar Henrique Maranhão - Universidade Federal da Paraíba.
* A crise estrutural do capital e sua fenomenologia histórica - Giovanni Alves - Blog da Boitempo.
Edição: Página 1917
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