A defesa dos princípios da construção socialista, do poder dos trabalhadores, da socialização dos meios de produção e do planejamento central é uma questão crucial.
(...) No transcurso do tempo
foram experimentadas todas as formas de gestão capitalista, política restritiva
ou expansionista e diversas fórmulas de gestão. Os governos burgueses liberais,
socialdemocratas ou de aliados se alternam, mas o denominador comum é o apoio
multifacetado ao grande capital, seu financiamento com bilhões de euros, a
legislação que intensifica a exploração da classe trabalhadora, o esmagamento
dos setores médios nas pedras do moinho dos monopólios.
Na prática, foi demonstrado
que nunca houve e nunca haverá desenvolvimento capitalista para todos, os exploradores
e os explorados; não existe capitalismo justo.
Em todos os lugares se
confirma a seguinte conclusão indiscutível que enfatiza a culpabilidade do
capitalismo: enquanto o desenvolvimento da ciência e da tecnologia permite que
o povo trabalhador viva melhor, cresce o fosso entre a riqueza e a pobreza, o
fosso entre o capital e o trabalho. As gerações mais jovens são forçadas a
viver pior do que seus pais.
O capitalismo é um obstáculo
ao desenvolvimento social, é o responsável pelos problemas dos trabalhadores e
populares, pelas guerras imperialistas, e esta grande verdade vai mostrar o
rumo da luta pela derrubada, pela abolição da exploração, pelo Socialismo que é
a resposta para o século XXI.
O socialismo se identifica
com o progresso social porque, em vez de ter como critério os ganhos de poucos,
promove a satisfação das necessidades da maioria. O poder passa para as mãos da
classe trabalhadora e é exercido com a participação do povo na tomada e
implementação das decisões e no controle de todos os escalões de poder.
A grande vantagem do
socialismo, o que é realmente novo, é a propriedade social sobre os meios de
produção, sobre a riqueza produzida pelos trabalhadores. Com base nisso, o
planejamento central pode definir e alcançar objetivos sociais determinados
cientificamente na produção agrícola, industrial e nos serviços sociais.
Esta é a força motriz que
permite garantir o direito ao trabalho para todos, reforçando todos os direitos,
tendo como critério as exigências do século XXI, lançando as bases para a
construção de relações mutuamente benéficas, para que os povos vivam em paz.
Defendemos as conquistas do
socialismo na União Soviética, na República Democrática Alemã e nos demais Estados
do socialismo. Não nos deixamos intimidar pelo exame crítico da construção
socialista no século XX, dos erros e omissões, dos desvios oportunistas que
impulsionaram a contra-revolução e a derrubada do socialismo.
Nos ensinamos! O estudo das
causas da contra-revolução fortaleceu o KKE, ajudou-o a enriquecer suas
posições sobre o socialismo que serão construídas com base nas novas
possibilidades da ciência e da tecnologia.
Essas questões dizem
respeito ao movimento comunista e são temas de debate. No entanto, a discussão
deve ser ampliada ainda mais para que o movimento comunista enfrente os
problemas político-ideológicos, se reagrupe em bases revolucionárias e se
choque decisivamente com a burguesia, os governos, seus partidos, a
social-democracia, o oportunismo e as alianças imperialistas.
Uma questão crítica é a
defesa dos princípios da construção socialista, do poder dos trabalhadores, da
socialização dos meios de produção e do planejamento central. Sem eles, o
socialismo não pode ser construído, mas apenas uma caricatura dele, o
capitalismo é mantido, a finalidade do lucro é mantida e a força de trabalho
continua a ser uma mercadoria.
O movimento comunista é chamado a superar muitas armadilhas que confundem o socialismo científico e seus princípios.
Apontamos isso levando em
consideração a discussão em curso sobre a China e as expectativas sobre o
chamado socialismo com “características chinesas”. Assinalamos os verdadeiros
acontecimentos.
Na China, as relações de
produção capitalistas predominaram faz muitos anos, monopólios foram criados,
mais de 60% do PIB é gerado por grandes empresas, são exportados capitais para
outros estados e a penetração é acelerada através da "nova Rota da Seda “,
se reforça a exploração da força de trabalho no país e nos países onde o
capital é investido. Na China existem cerca de 1.000 bilionários que podem ser
membros do Partido, da direção e da assembleia nacional.
Consequentemente, não há
base para comparar a NEP na Rússia pós-revolucionária, no início dos anos 1920,
que deu os primeiros passos para a criação das bases socialistas e foi forçada
a dar retrocessos temporários para a sobrevivência do poder dos trabalhadores, para
ganhar tempo no confronto com a burguesia e a contra-revolução, para o
contra-ataque.
O Partido Comunista da China
fala de "prosperidade universal", porém quem prospera são os
monopólios e seus lucros.
A classe trabalhadora como classe
explorada vive com baixos salários e pensões, sem serviços de saúde e educação,
direitos sociais reduzidos e com desemprego.
O critério de que houve redução
da pobreza absoluta na China que se estima em uns poucos dólares por dia, não é
uma prova de que o socialismo está sendo construído. A questão principal é por
que existe uma enorme pobreza para o povo e uma enorme riqueza para o grande
capital.
A China tem Produto Interno
Bruto (PIB) em torno de 14,4 trilhões de dólares de acordo com dados de 2019,
ela reivindica a primazia no sistema capitalista frente aos EUA, tendo a
burguesia e seus lucros como força motriz, tem um alto nível de forças
produtivas, assim não é válida a sua caracterização como um "país em
desenvolvimento".
Não houve, não existe e
nunca haverá socialismo com monopólios, capitalistas e exploração. As relações
de exploração serão reproduzidas e as posições sobre a construção de um país
contemporâneo e forte no segundo centenário, como sustenta o Partido Comunista
da China, serão desmentidas.
A propriedade social sobre
os meios de produção e a economia de mercado são conceitos contrários e não
podem ser aproximados através da chamada “economia socialista de mercado”, uma
construção ideológica que gera confusão e ilusões.
Se o movimento comunista
aceitar o capitalismo como se fosse socialismo, a crise se aprofundará e o
caminho para o reagrupamento será ainda mais difícil.
A classe operária não deve
estar sob a bandeira de nenhum centro capitalista, nem escolhe entre monopólios
com base em sua origem. Ele enfrenta sua natureza exploradora em seu conjunto.
Na Grécia, há poucos dias,
os trabalhadores do monopólio chinês da COSCO no porto do Pireu sofreram a
morte de um colega de trabalho devido à intensificação do trabalho e à falta de
medidas de proteção e segurança para a sua vida. Eles imediatamente organizaram
uma greve de sete dias e colocaram suas reivindicações.
Os patrões usaram um
mecanismo de interrupção da greve e recorreram aos tribunais burgueses para
declarar a greve ilegal. Mesmo assim, os trabalhadores continuaram, eles
venceram e o monopólio foi forçado a atender às suas demandas básicas, e a luta
continua.
(...)A história mostra que
só o povo pode salvar o povo, quando se move de forma decisiva no caminho da
derrubada para assumir o comando do poder.
Edição: Página 1917.
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