Ney Nunes
Examinando o perfil pessoal de José Sarney,
Fernando Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique, Lula, Dilma Russef e Temer,
encontraremos traços distintos, variando entre a simpatia e a arrogância, a
prudência e o açodamento, a lealdade e o cinismo. Além desses, muitos outros
ainda poderiam ser atribuídos. As origens sociais também são as mais diversas,
nelas encontraremos desde o funcionário público, o intelectual, o operário e
até um playboy. No aspecto político, as trajetórias também guardam distância,
temos aqueles que serviram a ditadura e outros que fizeram oposição, uns eram
considerados de direita, alguns de centro e outros de esquerda.
Quando voltamos nossa atenção para o atual
presidente, verificamos que o seu perfil pessoal, social e político difere em
muitos aspectos dos antecessores. Temos hoje um presidente de personalidade
transtornada, adorador de torturadores e assassinos, obcecado por servir aos
EUA, despejando diariamente nas mídias verdadeiras diarreias verbais. Trata-se
de um ex-militar, quase expulso das fileiras do exército, que virou político
profissional e líder de um clã familiar de extrema direita. Mas apesar dessas
terríveis peculiaridades, ele também cumpre uma tarefa em comum com os
anteriores.
A miséria permanece e se expande. |
Quanto a tarefa em comum, esta é designada
pelos verdadeiros donos do poder, o grande empresariado e seus sócios
imperialistas. Ela consiste no
gerenciamento do sistema político, promovendo o essencial, ou seja, a
continuidade do capitalismo e sua máxima rentabilidade. Nisso reside a
diferença fundamental entre o patrão e o gerente, o primeiro determina o
objetivo, ao segundo cabe encontrar os meios de alcançá-lo. Não cultivemos
ilusões, para os verdadeiros donos do poder, desde que o objetivo seja
alcançado, pouco importam quais sejam os gerentes e os meios utilizados.
Às favas os patrões e os gerentes!
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