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quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Marxismo e Reformismo*

     Há  107 anos  Lenin  apontava  nesse  artigo o  quanto   é   nefasta  a  influência  do reformismo sobre  a classe  trabalhadora  e sua  ajuda na extensão da dominação burguesa. Mas,  ainda  hoje,   depois  de  um  século  da   mais  completa  integração das correntes reformistas ao capitalismo, vemos ardilosos politiqueiros, autointitulados procuradores de Lenin na Terra, pregando e praticando a mais abjeta subordinação à velha socialdemocracia e suas versões pósmodernas.

   

Lenin

12 Setembro de 1913

     Os marxistas, diferentemente dos anarquistas, reconhecem a luta por reformas, isto é, por melhorias na situação dos trabalhadores que deixam como antes o poder nas mãos da classe dominante. Mas, ao mesmo tempo, os marxistas travam a luta mais enérgica contra os reformistas, que direta ou indiretamente limitam as aspirações e a atividade da classe operária às reformas. O reformismo é um logro burguês dos operários, que permanecerão sempre escravos assalariados, apesar de determinadas melhorias, enquanto existir a dominação do capital. 



     A burguesia liberal, dando reformas com uma das mãos, retira-as sempre com a outra, redu-las a nada, utiliza-as para subjugar os operários, para os dividir em diversos grupos, para perpetuar a escravidão assalariada dos trabalhadores. Por isso o reformismo, mesmo quando é inteiramente sincero, transforma-se de fato num instrumento de corrupção burguesa e enfraquecimento dos operários.¹ A experiência de todos os países mostra que, confiando nos reformistas, os operários foram sempre enganados. 

   Pelo contrário, se os operários assimilaram a doutrina de Marx, isto é, tomaram consciência da inevitabilidade da escravidão assalariada enquanto se conservar a dominação do capital, então não se deixarão enganar por nenhumas reformas burguesas. Compreendendo que, conservando-se o capitalismo, as reformas não podem ser nem sólidas nem sérias, os operários lutam por melhorias e utilizam as melhorias para continuarem uma luta mais tenaz contra a escravidão assalariada. Os reformistas procuram dividir e enganar os operários com esmolas, afastá-los da sua luta de classe. Os operários, conscientes da falsidade do reformismo, utilizam as reformas para desenvolver e alargar a sua luta de classe. 

     Quanto mais forte é a influência dos reformistas sobre os operários tanto mais fracos são os operários, tanto mais dependentes da burguesia, tanto mais fácil é para a burguesia reduzir as reformas a nada por meio de diversos subterfúgios. Quanto mais independente e profundo, quanto mais amplo pelos seus objetivos for o movimento operário, quanto mais livre ele for da estreiteza do reformismo, tanto melhor os operários conseguirão consolidar e utilizar as melhorias isoladas.

*Trecho do artigo "Marxismo e Reformismo"

Edição: Página 1917.


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