No primeiro evento desse dramático dia 31
de julho, o U-199 que já havia desfechado alguns ataques contra navios
mercantes entre o litoral do Rio de Janeiro e de São Paulo, tendo inclusive
afundado o cargueiro inglês Henzada, se encontrava à espreita dos comboios que
sairiam do porto do Rio. O Capitão-Tenente Hans Werner Kraus, comandante do
U-199, na época um dos mais modernos e possantes submarinos da marinha nazista,
ordenou o ataque contra um desses comboios, o que possibilitou a sua
localização pelas patrulhas aéreas.
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Primeiro Tenente-Aviador Alberto Martins Torres |
O hidro-avião Catalina,
modelo PBY-5, armado com metralhadoras e cargas de profundidade, pilotado pelo
aspirante-aviador Alberto Martins Torres (1919-2001), chegou na posição
indicada e visualizou o submarino na superfície. Enfrentando as metralhadoras antiaéreas
dos alemães, o Catalina mergulhou para o ataque, conforme relatou o aspirante Torres no seu livro de memórias:
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O U-199 disparando conta o Catalina |
O segundo evento nesse mesmo dia, não poderia ser descrito
como um combate naval, porque o alvo do ataque não era militar, tratava-se do
Bagé, que navegava de Recife para Salvador junto da costa, com 107 tripulantes
e 27 passageiros, além de uma carga de borracha, castanhas, couro e algodão,
uma embarcação mista (carga e passageiros), como era muito comum nessa época.
Por volta das 21 horas, o navio brasileiro foi atingido por um torpedo
disparado pelo submarino alemão U-185 sob comando do Capitão-Tenente August
Maus. Em poucos minutos o Bagé afundava, resultando na morte de vinte dos seus
tripulantes, entre eles, o comandante Arthur Monteiro, além de oito
passageiros. O Bagé foi o maior navio mercante do Brasil afundado durante a
Segunda Guerra Mundial.
Durante a guerra 34 embarcações brasileiras foram atacadas, destas, apenas uma era militar. No total, 1.081 pessoas perderam a vida nesses ataques, 270 em um deles apenas, o afundamento do navio de passageiros Baependi, no dia 15 de agosto de 1942.
Os acontecimentos de 31 de julho de 1943 nos deixaram ensinamentos importantes sobre a natureza covarde e predadora do nazifascismo, a ideologia mentora desses ataques contra a nação brasileira. Ideologia que na atualidade volta à tona entre nós, pelas vozes de elementos travestidos de “patriotas”, mas que, na verdade, pretendem entregar a soberania e riquezas do nosso país para as potências imperialistas. Formam uma escória que não tem vergonha de defender publicamente os métodos covardes da perseguição, prisão, tortura e morte dos seus opositores. São os mensageiros da barbárie que volta a ameaçar o povo brasileiro e a humanidade.
Que o exemplo desses brasileiros, ao não se
curvarem diante da besta nazifascista, frutifique entre nós.
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