As informações divulgadas pelo IBGE na semana
passada sobre os 27 milhões de desempregados e subempregados, assim como, dados
sobre o crescimento da inadimplência e o aumento do número de imóveis (residenciais
e comerciais) desocupados, apenas confirmam a gravidade da situação em que vive
a maioria do povo trabalhador.
As saídas individualistas da
crise, como o apregoado e incentivado “empreendedorismo”, esbarram na atual derrocada
econômica onde até mesmo empresas, antes solidamente estabelecidas, reduzem drasticamente
suas atividades ou simplesmente fecham as portas, o que faz dos novos pequenos
e micros empresários sérios candidatos à falência.
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É difícil esconder a decadência econômica. |
Os cortes nos gastos sociais fazem com que os serviços públicos sofram uma contínua deterioração, além do que, são sobrecarregados pela proletarização crescente de segmentos da chamada classe média, antes usuários dos serviços privados, como educação e saúde.
As grandes cidades, já inchadas pelo avanço do agronegócio e da mecanização nas lavouras que expulsaram as populações rurais, tornam-se reféns da violência, acossadas pelo banditismo que há muito tempo deixou de ser algo residual para se transformar, com o aumento da crise social, num fenômeno de massa.
Some-se a isso tudo a degeneração do
Estado Burguês, do seu aparato de governo, jurídico, parlamentar e chegamos ao
atual estado de coisas, verdadeira antessala da barbárie. Situação típica dos
países entregues a sanha do imperialismo, onde a classe dominante há muito
tempo abriu mão de qualquer projeto de soberania nacional.
O governo Temer é o resumo dessa
decadência burguesa, mas essa crise vai muito além da podridão de um
governante, dos seus ministros e da sua base parlamentar. A crise é do sistema
de dominação e exploração capitalista, ela não terá, portanto, solução fora das
transformações estruturais, a partir da constituição de um bloco de forças do
proletariado, dos assalariados da classe média, dos pequenos proprietários do
campo e da cidade e da intelectualidade progressista, em oposição ao atual
bloco dominante da burguesia e do imperialismo.
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