O significado fundamental dessas reformas,
inseridas na crise estrutural capitalista, é não ser mais possível ao capital retomar
um efetivo crescimento da taxa de lucro exclusivamente através dos seus
mecanismos tradicionais, como, por exemplo: inflação, desemprego, rotatividade
da mão de obra, transferência de empresas para regiões ou países com custos menores,
etc. Para retomar a acumulação de capital se fez necessário romper o pacto
social, o qual, mesmo com grandes diferenciações, foi estabelecido em
praticamente todo o mundo capitalista. Pacto este, que de forma geral, garantia
direitos sociais mínimos à classe trabalhadora.
Os partidos e sindicatos que, ao longo da
vigência desse pacto social capturavam a representação dos trabalhadores, estão
aturdidos com a virulência dos ataques. Todo o seu discurso e programa no sentido
de pequenos ajustes no sistema para manter funcionando o pacto, ou seja, manter
a massa trabalhadora subalterna, sendo explorada em troca de garantias mínimas,
perdeu credibilidade. O pacto, defendido e muitas vezes gerenciado pelos
reformistas, agora foi rasgado pela burguesia em nome da retomada dos seus lucros.
Esse quadro indica uma virada histórica, ou
seja, que a época favorável para as forças políticas fundamentadas na
conciliação de classes está terminando. A burguesia, essa “ingrata”, se inclina
a dispensar o serviço desses velhos conciliadores, seus lacaios, especialistas
em manter o proletariado com esperanças na obtenção de progresso, justiça e paz
na vigência do capitalismo. A alternativa burguesa diante da crise estrutural é
impor as medidas que entendem como necessárias, de forma rápida e profunda, mesmo
que para isso sejam obrigados a se despir da capa democrática e assumir a sua
verdadeira face: uma ditadura dos ricos e exploradores contra o povo trabalhador.
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