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sábado, 8 de julho de 2017

Uma Crise e Duas Armadilhas

           Diante da crise do seu regime político, acossado pela exposição das suas entranhas, as facções burguesas articulam uma saída que permita a continuidade da sua dominação sobre as demais classes sociais. Enquanto um setor defende a saída do combalido Michel Temer e sua substituição pelo inexpressivo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, um segundo bloco burguês finca o pé na manutenção do presidente até o final do seu mandato. As duas saídas da crise política, são, na verdade, duas armadilhas armadas pela burguesia para aprisionar a maioria do povo sob seu domínio.



      A divisão se expressa até mesmo no interior do oligopólio midiático, com a Globo e a Veja liderando o bloco do “Fora Temer”, enquanto o Estadão, SBT, Record e Band estão na vanguarda do “Fica Temer”. Os dois blocos têm algo em comum, estão empenhados em garantir a aprovação das reformas trabalhista e da previdência para reforçar os ganhos do grande empresariado e do sistema financeiro. É irrelevante se os seus representantes estão imersos em crimes de corrupção, formação de quadrilha, enriquecimento ilícito, etc., no momento, a prioridade é se assenhorar do governo e garantir as medidas que vão prejudicar a imensa maioria do povo trabalhador.



          Pouco importa também para os dois blocos dominantes a situação de crise social em que o país está mergulhado. O desemprego de milhões de trabalhadores, a falência dos serviços públicos e a desmedida violência urbana são consequências que não incomodam nem um pouco a essa camada privilegiada de exploradores burgueses. Sua preocupação é bem outra, pretendem resolver a crise política antes que a insatisfação popular se traduza em efetiva organização e mobilização contra o seu domínio de classe.

     Já para o povo trabalhador que sustenta todo esse conjunto de parasitas sociais, ricaços, altos burocratas e políticos de aluguel, a alternativa passa pela superação da desorientação política instalada após o fracasso de mais de uma década e meia dos governos de conciliação de classes da dupla PT - PC do B. Sabemos que não são tarefas fáceis de superar, tanto o desencanto com essa falsa esquerda, assim como, escapar das armadilhas políticas preparadas pela classe dominante. O certo é que as duas tarefas são urgentes e necessárias.


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