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quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Intervenção e conflito imperialista na Síria

Aleppo, cidade devastada pela guerra.


O Gabinete de Imprensa do Comitê Central do Partido Comunista da Grécia (KKE), na sua declaração sobre os acontecimentos na Síria, destaca o seguinte:

“A intervenção na Síria e a predominância dos jihadistas é outro “elo da cadeia” de acontecimentos perigosos para os povos lançados pelas potências imperialistas dos EUA, da UE, da OTAN da Turquia e de Israel na região a partir do Oriente Médio. Surgem como continuação do massacre em curso contra o povo da Palestina, dos ataques contra o povo do Líbano, dos ataques contra o Irã.

O KKE tem-se posicionado de forma consistente e firme sobre os acontecimentos na Síria desde o início de 2011, expondo as mudanças perigosas contra o povo que ocorreram após a chamada Primavera Árabe. Hoje, as mesmas forças reacionárias, “reformadas” pela Turquia, membro da OTAN, autodenominam-se “rebeldes” e são apresentadas pelos meios de comunicação burgueses supostamente como “libertadores” do povo sírio. Repete-se a mesma propaganda “sobre a restauração da democracia” que foi o pretexto usado pelos imperialistas para as guerras no Iraque, no Afeganistão, na Líbia, etc., fazendo hoje do Oriente Médio uma região em chamas.

O KKE deixou claro que apesar das diferenças ideológicas e políticas com o regime burguês sírio, apesar das críticas que exerce às suas políticas, denuncia os planos dos EUA, Israel e Turquia que envolvem interferência nos assuntos internos de um país soberano.

O povo da Síria está agora a pagar as consequências da via de desenvolvimento capitalista, da luta das potências imperialistas por matérias-primas, oleodutos e rotas de transporte, bases militares, apoio geopolítico, quotas de mercado.

A situação que atualmente se delineia na Síria não só não conseguirá pôr fim ao sofrimento dos povos da região, mas também representa o risco de novas guerras imperialistas e possíveis mudanças de fronteiras, novos conflitos sangrentos e novas vagas de refugiados.

O governo da ND saudou a queda de Assad, ou seja, o predomínio dos jihadistas no país com o apoio da Turquia, de Israel e dos Estados Unidos, assumindo grande responsabilidade. Para não perturbar a linha da OTAN e a política de “águas calmas” com a Turquia, acolhem favoravelmente a intervenção destas forças num país estrangeiro, com tudo o que isso implica. A hipocrisia do governo e dos outros partidos que defendem a OTAN ultrapassa todos os limites porque por um lado supostamente denunciam o “revisionismo” e por outro lado o legitimam. Esta atitude faz parte da política temerária do governo e dos outros partidos pró-OTAN que arrastam o país para aventuras bélicas na Ucrânia, no Oriente Médio e noutras regiões do mundo onde os interesses dos capitalistas do eixo euro-atlântico estão em jogo contra os interesses antagônicos do eixo eurasiano que está em processo de formação.

O KKE está ao lado do povo e dos comunistas da Síria e destaca que a luta contra os impasses sociais da pobreza, a miséria do povo, as intervenções imperialistas e as guerras, para ser mais eficaz, deve visar o sistema de exploração capitalista e os monopólios que os geram e reproduzem.

09-12-2024

Fonte: https://inter.kke.gr/en/articles/Statement-on-the-developments-in-Syria/

Edição: Página 1917

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