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segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Ausência de Posições Comunistas, Revolucionárias, com Força de Massas

Hegemonia do reformismo e oportunismo burguês do PT (1980 até hoje)

Coletivo Cem Flores



    Desde o fracasso das tentativas de reorganização no começo da década de 1980, o Brasil não tem um Partido Comunista, com forte penetração na classe operária e nas demais classes dominadas e com força de massas, com uma posição revolucionária, e guiado pela teoria científica do proletariado, o marxismo-leninismo. Além dos nossos próprios erros e limites, contribuem para isso a longa crise do marxismo e do movimento comunista internacional, a violenta repressão durante a ditadura militar que praticamente dizimou as organizações revolucionárias, e a hegemonia na “esquerda” de posições burguesas, lideradas por partidos burgueses como o PT e reformistas e oportunistas, como PCdoB e PSol; o peleguismo hegemônico no movimento sindical (CUT, Força, UGT, CTB etc.); e o predomínio do reformismo no movimento popular (MST, MTST, Frente Brasil Sem Medo, Frente Brasil Popular).

    Ainda assim, numa quadra adversa para a organização e a luta independentes da classe operária e das massas trabalhadoras e para a reorganização do seu Partido Comunista, novas tentativas de reorganização comunista têm surgido desde meados dos anos 1990. Atualmente, pequenos grupos comunistas e operários buscam se organizar e se fortalecer, com as tarefas centrais de se enraizar na classe operária e nas massas trabalhadoras e participar de suas lutas, buscando fortalecer a independência de classe; combater o reformismo e o oportunismo, criticando radicalmente essas posições e esses desvios; apropriar-se do marxismo-leninismo para analisar a conjuntura em que lutamos e buscar formular o caminho da Revolução no país. Em vários casos, esses grupos e organizações estabeleceram contatos entre si, divulgaram manifestos e/ou realizaram ações conjuntas, e avançaram no debate entre camaradas sobre nossas divergências e nossos pontos em comum. Cabe a todos/as nós, comunistas, trabalhar para a construção desse processo visando a reorganização do Partido Comunista em nosso país, instrumento indispensável para a nossa Revolução e a libertação das massas trabalhadoras da escravidão capitalista.

[…] O fortalecimento da posição comunista é fundamental no Brasil de hoje!

    Nessas duas primeiras décadas do século 21, surgiram novas organizações comunistas, buscando retomar o marxismo-leninismo, as posições revolucionárias e a atuação junto à classe operária e às massas trabalhadoras, trabalhando pela reconstrução teórica, política e organizativa do movimento comunista no Brasil. No processo atual, perdeu peso a posição estratégica que hegemonizou o movimento comunista no Brasil por muitas décadas – a visão etapista da revolução brasileira, de uma etapa democrática, nacional e burguesa ou popular, prévia à “etapa” socialista; de alianças com a burguesia, em seu pretenso caráter nacional e anti-imperialista. Atualmente, a maioria dos grupos e organizações comunistas afirmam o caráter principal da contradição entre burguesia e proletariado e o caráter Socialista da Revolução. Se essa concepção constitui um importante avanço teórico e estratégico, ainda é necessário definir suas táticas justas (de nada adianta autoproclamar-se a favor da Revolução Socialista e apoiar partidos burgueses como o PT nas eleições), construir o Partido Comunista para concretizar essa posição e tirar dessa definição todas as suas consequências teóricas, práticas e organizacionais para a luta revolucionária do proletariado e das massas trabalhadoras.

    Essas organizações, em geral, permanecem pequenas e isoladas, com muito pouca influência de massas. O Cem Flores faz parte desse processo, de uma nova tentativa de reorganização do movimento comunista no país, desde sua constituição, em 2002, marcada pela divulgação do documento Convocatória para a Reconstrução do Partido Revolucionário do Proletariado.

Fonte: Documento Base, Coletivo Cem Flores, p. 99 e 109, 2023.

Edição: Página 1917

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