1915
Lênin. O feriado dos trabalhadores – Primeiro de maio.
A Marcha dos Tecelões em Berlim – Käthe Kollwitz, 1897.
Cem Flores
01.05.2025
Há mais de um século, os trabalhadores e as trabalhadoras em todo o mundo celebram sua própria força e resistência no Dia Internacional dos Trabalhadores. Viva o 1º de maio! Somos uma só classe em todo o mundo!
Para celebrar essa data tão importante e resgatar nossa longa história de luta contra a exploração daqueles que vivem do suor de nosso trabalho, traduzimos e divulgamos um panfleto de 1896 escrito por Lênin, liderança histórica do proletariado russo que neste ano completa 155 anos de nascimento. Nesse texto, destinado aos operários de São Petersburgo, Lênin, então militante da União de Luta pela Emancipação da Classe Operária, lembra que o proletariado e as demais classes exploradas só possuem sua própria união, organização e espírito de sacrifício na luta contra seus inimigos de classe. “Nossa força está na união; nossa salvação está na resistência unida, obstinada e enérgica aos nossos exploradores”. Não há lição mais valiosa para se reforçar, enquanto perdurar essa sociedade baseada na exploração.
Neste primeiro de maio, celebramos e honramos todos os heróis e todas as lutas do passado que garantiram as conquistas que temos hoje. Relembramos, com nossos irmãos trabalhadores de todos os países, de nossa força que faz mover o mundo – e pode também, se quisermos, fazê-lo parar! Levantamos a bandeira vermelha de nossa libertação contra a escravidão, contra toda a canalha que se diz em nosso nome e ousa manchar esse dia nos conchavos com os patrões e seus governos!
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O feriado dos trabalhadores – Primeiro de maio
V. I. Lênin
Camaradas! Examinemos cuidadosamente nossas condições de vida; observemos o ambiente em que passamos nossos dias. O que nós vemos? Nós trabalhamos duro; nós criamos riquezas ilimitadas, ouro e tecidos caros, brocados e veludo; nós extraímos ferro e carvão das entranhas da terra; nós construímos máquinas, navios, castelos e ferrovias. Toda a riqueza do mundo é criada por nossas mãos, é obtida com nosso suor e sangue. E que recompensa nós recebemos por nosso trabalho árduo? Por justiça, nós deveríamos morar em belas casas, usar boas roupas e, de qualquer forma, não nos faltar o pão de cada dia. Mas todos nós sabemos muito bem que nossos salários mal são suficientes para sobreviver. Nossos chefes reduzem os salários, nos forçam a trabalhar mais horas, nos multam injustamente. Em suma, eles nos oprimem de todas as formas e, em caso de insatisfação de nossa parte, eles nos dispensam prontamente. Nós sempre descobrimos que aqueles a quem recorremos em busca de proteção são amigos e lacaios de nossos chefes. Nós, os trabalhadores, somos mantidos na ignorância, a educação nos é negada, para que não aprendamos a lutar para melhorar nossas condições. Eles nos mantêm em cativeiro, nos demitem sob o menor pretexto, prendem e exilam qualquer um que ofereça resistência à opressão, nos proíbem de lutar. Ignorância e escravidão – esses são os meios pelos quais os capitalistas e o governo, sempre a seu serviço, nos mantêm submissos.