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quinta-feira, 10 de abril de 2025

União Europeia: manipulação informativa para ocultar a crescente agitação social com as despesas militares


Ángeles Maestro*

09/Abril/2025



Nos países de uma UE que se precipita no abismo, as classes dominantes e os seus governos estão conscientes de estarem sentados sobre um barril de pólvora. Para tentar evitar a explosão, dedicam-se com zelo inusitado à tentativa de ocultar a realidade.

O barril de pólvora

A classe trabalhadora, ou seja, os que não são proprietários dos meios de produção, veem as suas condições de vida piorar progressivamente[1]. Segundo os dados oficiais, mais de um quarto da população e mais de um terço das crianças com menos de 18 anos vivem em agregados familiares que não podem “manter a temperatura da casa”, “comprar ovos, carne ou peixe duas vezes por semana” ou acessar à Internet. Esta situação afeta mais gravemente as mulheres, a maioria das quais com filhos para cuidar. Além disso, muitos jovens trabalhadores (muitos dos quais emigraram), com salários de cerca de 1000 euros por mês, não conseguem pagar uma habitação.

Tudo isto, numa situação em que o capitalismo europeu caminha sem freios para o colapso, com a Alemanha – a principal a “locomotiva europeia” – a liderar o processo. Como é sabido, o desmantelamento da indústria, da agricultura e da pecuária é o resultado sinistro de uma crise profunda, exacerbada por decisões políticas:   fechamento da economia com o pretexto da covid, explosão do Nord Stream, sanções bumerangue contra a Rússia, taxas de juros elevadas, “transição ecológica”, etc.

terça-feira, 8 de abril de 2025

O Oportunismo e a Falência da II Internacional

Lenin
Janeiro de 1916

"O conteúdo político do oportunismo e do social-chauvinismo é o mesmo: a colaboração das classes, a renúncia à ditadura do proletariado, a renúncia às ações revolucionárias, o reconhecimento sem reservas da legalidade burguesa, a falta de confiança no proletariado, a confiança na burguesia."




    A II Internacional deixou realmente de existir? Os seus representantes mais autorizados, como Kautsky e Vandervelde, negam-no obstinadamente. Nada aconteceu além de uma ruptura das relações; tudo está bem; tal é o seu ponto de vista.

A fim de esclarecer a verdade, vejamos o manifesto do congresso de Basileia de 1912, que se refere precisamente à atual guerra mundial imperialista e foi adotado por todos os partidos socialistas do mundo. Deve-se assinalar que nenhum socialista ousará, em teoria, negar a necessidade de uma avaliação histórica concreta de cada guerra.

Agora que a guerra eclodiu, nem os oportunistas declarados nem os kautskistas se resolvem nem a negar o manifesto de Basileia nem a confrontar com as suas exigências o comportamento dos partidos socialistas durante a guerra. Por que? Pois porque o manifesto os desmascara inteiramente a uns e a outros.

domingo, 6 de abril de 2025

CONSIDERAÇÕES À NOTA DO PCBR SOBRE MINHA CARTA DE AFASTAMENTO

Ivan Pinheiro



Camaradas,

Tomei conhecimento da nota “Sobre as críticas do camarada Ivan Pinheiro”, que se encontra no portal Em Defesa do Comunismo, cujo saldo é construtivo e respeitoso, apesar de algumas deturpações e ironias de mau gosto que me obrigam a comentá-las. 

Não pretendo aqui me alongar nestas linhas porque lhes enviarei em seguida um resumo da minha segunda Tribuna de Debates ao Congresso que fundou o PCBR (“Sobre os fundamentos de um Partido Revolucionário”), de 17 de maio de 2024, onde opino com mais desenvoltura sobre polêmicas suscitadas em minha carta de afastamento do partido e na nota que aqui comento.

Começo lamentando a insinuação de que defendi naquele Congresso a criação de um “partido movimento”, expressão que coloquei entre aspas em minha carta exatamente para argumentar no sentido contrário. Recomendo a leitura do capítulo “Sobre o nome, a sigla do partido e a numeração do Congresso”, da minha citada tribuna, na qual, desde o título, proponho a criação de um partido denominado Partido Comunista Brasileiro (Reconstrução Revolucionária), com a sigla PCB-RR, opinião que defendi inclusive oralmente no então chamado XVII Congresso, realizado em 2023, valorizando a necessidade e as possibilidades de ampliação do partido com os comunistas que se entusiasmavam com nossas propostas e sugerindo um novo Congresso dois anos depois, em cujo balanço poderíamos concluir pela mudança do nome.

Outra tentativa de falsear minhas opiniões é a insinuação de que fui contra o registro do partido e sua participação em eleições, desmentida em outro capítulo da referida tribuna (”Sobre o registro do partido no TSE”), em que defendo a possibilidade do registro eleitoral, mas pondero as dificuldades jurídicas, orgânicas e políticas de iniciar essa complexa empreitada no curto prazo.

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