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sexta-feira, 2 de agosto de 2024

Venezuela, reboquismo ou revolução?

Editorial

A recente eleição presidencial na Venezuela se constitui em mais uma página vergonhosa da história de traições do reformismo e do oportunismo na América Latina. Com pequenas nuances, vemos a repetição da velha tática reboquista de submissão aos interesses burgueses, buscando dividendos eleitorais e migalhas no aparelho de Estado.


Venezuela reboquismo ou revolução
Foto: YURI CORTEZ / AFP


Temos de um lado os apoiadores do governo burguês de Maduro, aliado da China e da Rússia, um governo que ataca sistematicamente as lutas dos trabalhadores e a organização sindical, perseguindo e prendendo ativistas. De outro, uma oposição umbilicalmente ligada aos EUA, reacionária e patronal até a medula. Os dois blocos  disputam a gestão do capitalismo, disputam quem vai tirar mais vantagens da gestão estatal, disputam quais interesses dos oligopólios empresariais vão predominar.

Na Venezuela vigora um sistema político em que os partidos identificados com o socialismo e as lutas operárias foram colocados na ilegalidade, impedidos de disputar a eleição. Diversas lideranças desses partidos foram perseguidas e presas. O brutal arrocho salarial favorece os patrões, sejam eles governistas ou opositores. A crise obrigou milhões de venezuelanos a saírem do país para não morrer de fome. É diante desse quadro terrível que o rebotalho reformista escolhe apoiar um ou outro bloco burguês. 

Ao proletariado venezuelano não interessa nenhuma dessas duas alternativas burguesas e imperialistas. Tanto uma, como outra, vão prosseguir no caminho de saquear os imensos recursos naturais do país e de super-explorar os trabalhadores. O caminho da revolução venezuelana passa longe dessa armadilha montada pelo oportunismo político e reformista. A crise entre as facções burguesas deve servir para fortalecer a organização independente da classe trabalhadora e das massas populares, para fazer avançar a revolução socialista.

Na Venezuela não se trata de defender uma democracia que, como vimos, não existe. O etapismo é a estratégia típica da pequena-burguesia, sempre subalterna aos interesses do patronato. Não semeemos ilusões, a crise só poderá ter um desfecho favorável para as grandes massas exploradas caso os dois blocos políticos da burguesia e do imperialismo sejam derrotados.

Na atual situação de crise imperialista mundial, conquistaremos uma verdadeira democracia quando for vitoriosa a luta pelo poder proletário e o socialismo.

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