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domingo, 12 de fevereiro de 2023

Olga Benário, Militante Comunista, Revolucionária, Internacionalista

Ney Nunes

12/02/2023

Olga Benário, heroína do proletariado.


   Uma bela figura de mulher, esguia, atlética, assim era a jovem alemã Olga Benário*, para além da beleza física, preponderava a personalidade forte, voluntariosa e destemida. Ainda adolescente, ela ingressa, em 1923, num grupo de jovens comunistas de Munique. Sua vida militante a leva para Berlim, onde se destacou e seria conduzida à direção da Juventude Comunista. 

   Em 1926, a crescente repressão contra os comunistas na Alemanha atinge em cheio Olga e seu então companheiro Otto Braun, os dois são detidos pela polícia em Berlim. Olga é solta dois meses após a prisão, mas Otto, acusado de "alta traição a pátria" continuou preso aguardando julgamento. Prevendo condenação a uma pena longa, o Partido Comunista Alemão encarrega Olga de liderar uma operação para tentar libertar Otto da prisão. A tentativa tem sucesso, mas a perseguição policial desencadeada após a libertação obrigou o casal a deixar a Alemanha e se refugiar na União Soviética. Em Moscou  Olga se integra na Juventude da Internacional Comunista, recebe formação política e militar, cumpre tarefas na França e na Inglaterra, depois retorna a Moscou, onde no V Congresso da Juventude Comunista Internacional é eleita para para compor sua direção.

   Em 1934, já separada de Otto Braun, Olga recebe a missão de acompanhar e fazer a segurança de Luís Carlos Prestes que retornava ao Brasil para liderar o levante armado de 1935. Desta vez, o fracasso da tentativa de tomada do poder pelos comunistas brasileiros resultaria na prisão de Olga e Prestes no Rio de Janeiro no dia cinco de março de 1936. Em setembro desse mesmo ano Olga é deportada para a Alemanha apesar de estar grávida. O STF aprovou o pedido de extradição feito pelo governo alemão e o presidente Getúlio Vargas assinou o decreto da sua expulsão, o que na prática se revelaria uma verdadeira sentença de morte, já que estavam entregando Olga Benário nas mãos dos nazistas.



   Chegando a Alemanha, Olga Benário foi levada para Barnimstrasse, prisão de mulheres da Gestapo, onde nasceu sua filha com Prestes, Anita Leocádia. Separada da bebê, que amamentou por poucos meses, foi transferida para campos de concentração e acabaria por ser executada na câmara de gás no campo de extermínio de Bernburg em 23 de abril de 1942.

   A saga vivida pela comunista alemã Olga Benário representa o desprendimento de uma geração de revolucionários internacionalistas que não mediram esforços para combater os principais inimigos do proletariado, a burguesia e o imperialismo, independente das fronteiras nacionais, das distâncias geográficas e dos riscos as suas próprias vidas. O legado de Olga, que celebramos hoje neste 115º aniversário do seu nascimento, nos fortalece e nos indica que o internacionalismo revolucionário como teoria e prática militante é mais atual e necessário do que nunca nestes tempos da barbárie capitalista.

* Olga Benário (Munique, 12 de fevereiro de 1908 — Bernburg, 23 de abril de 1942)



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