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quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Massacre em Paraisópolis

O avanço da barbárie

Ney Nunes
   A morte brutal de nove jovens, com idades entre 14 e 23 anos, que se divertiam num baile funk na favela de Paraisópolis, em São Paulo no último domingo, não pode ser considerada um fato isolado. Estamos vivendo um crescendo de ações truculentas e covardes das forças policiais em quase todas as grandes cidades do país, resultando, com frequência, em mortes de pessoas inocentes. 


Os nove jovens mortos, da esq. para dir: Denys Henrique Quirino da Silva, 16; Gustavo Cruz Xavier, 14; Gabriel Rogério de Moraes, 20; Mateus dos Santos Costa, 23; Da esq. para dir. em baixo: Bruno Gabriel dos Santos, 22; Dennys Guilherme, 16; Marcos Paulo, 16; Luara Victoria de Oliveira, 18 e Eduardo Silva, 21.
   
     O cerco e espancamento dos participantes do baile em Paraisópolis que resultaram em nove mortos e dezenas de feridos são mais uma evidência de que a democracia burguesa, diante da crise estrutural capitalista, envereda pelos métodos repressivos típicos do fascismo. Governantes eleitos pelo voto popular, prometendo paz e prosperidade, fazem do massacre nas áreas pobres sua política de segurança pública.

    Quando as forças de segurança do Estado incorporam os métodos dos milicianos e traficantes, com aval de governadores, do presidente da república e do seu ministro da justiça, os dois últimos empenhados em aprovar o “excludente de ilicitude”, ou seja, carta branca para assassinos com distintivo policial, é sinal de que a barbárie não é mais apenas uma ameaça no horizonte da decadência capitalista em que vivemos, muito além disso, ela já começa a entrar na rotina da sociedade.

    Exigir a completa apuração desse massacre e a punição dos seus executores e mandantes é correto e necessário, mas não basta. Se quisermos evitar a repetição infindável desses fatos, extirpando a barbárie, temos que empreender uma luta decisiva contra a burguesia, suas instituições apodrecidas e seu sistema econômico que promove a exploração e a miséria: o capitalismo.


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