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sábado, 14 de outubro de 2017

Bukhárin

     "Na madrugada de 14 para 15 de março (1938), Nikolai Ivanovich Bukhárin, que Lenin justamente definira como "o predileto de todo o Partido", foi morto juntamente com seus companheiros de desventura.
     Como se sabe, os funcionários mais destacados do Partido, que Stálin conhecia pessoalmente, eram liquidados gradativamente, fuzilados ou mortos com um simples golpe na nuca. E quase sempre Stálin ouvia com prazer sádico, do cekista que havia dirigido a execução, uma narrativa sobre os últimos minutos das pessoas que ele odiava em segredo ou abertamente.
Bukhárin, 09/10/1888 - 15/03/1938, vítima dos processos de Moscou.
      Não contaremos aqui como se comportaram antes do fuzilamento os outros velhos companheiros de Lenin, mas Bukhárin teve um comportamento digno. Pediu papel e caneta para escrever a Stálin pela última vez. O seu desejo foi cumprido. A curta carta começava assim: "Koba, para que lhe servia a minha morte?". Stálin conservou durante toda a sua vida essas últimas linhas de Bukharin numa gaveta de sua escrivaninha, juntamente com o violento bilhete de Lenin sobre sua vil atitude em relação a Nadeja Krupskaia e outros documentos semelhantes.
     A morte de Bukhárin, Rykov, Krestinski e os outros foi apenas um dos espantosos crimes de Stalin contra o Partido, contra o povo soviético, contra o movimento comunista internacional. Um crime que jamais poderá ser esquecido."

Roy Medvedev: "Os Últimos Anos de Bukharin" (Civilização Brasileira, 1980, p. 164)

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