August Thalheimer
2 de Dezembro de 1928
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Um leitor desta revista solicitou, em carta enviada à Redação, uma resposta à pergunta. A Redação achou proveitoso que a resposta viesse a público.
Foram duas as questões colocadas: sobre a natureza do reformismo e sobre a essência do oportunismo. Seria melhor, em primeiro lugar, tratar cada uma por si e, depois, determinar as relações entre o reformismo e o oportunismo, até que ponto eles se equiparam e até que ponto não.
Certamente que quem fez a pergunta entende por reformismo a tão conhecida direção política dentro do movimento operário. Por isso, podemos abstrair de tratar o reformismo sob outros aspectos.
Reformismo é, literalmente, a luta por reformas. Reformas são, em relação ao Estado burguês e ao modo de produção capitalista, mudanças em favor das classes dominadas e exploradas que não alteram de modo fundamental as relações de troca entre as classes. Permanece, assim, o fato de que a sociedade se divide em duas classes principais — capitalistas e trabalhadores assalariados — e que os capitalistas exploram os trabalhadores assalariados. Permanece também o fato de que a classe economicamente dominante, simultaneamente, domina o Estado e, além disso, emprega os meios de poder do Estado para conservar e regular as relações de exploração e para oprimir as classes não capitalistas.