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quinta-feira, 10 de julho de 2025

Ofensiva imperialista e burguesia subalterna

Ney Nunes



A mais recente ameaça, enviada através de uma carta do Presidente dos EUA, Donald Trump, ao governo Lula, comunicando a imposição da tarifa de 50% aos produtos brasileiros, agitou os meios políticos, empresariais e midiáticos em todo o país. Ela se insere no contexto da persistente crise da economia capitalista que se arrasta desde 2008 com o estouro da bolha imobiliária norte-americana e das suas consequências, entre as quais, a mais determinante é a crescente e acirrada disputa interimperialista entre as principais potências mundiais.

A imposição de sanções econômicas e o protecionismo desenfreado fazem parte do arsenal da disputa pela hegemonia no sistema imperialista. A União Europeia e os EUA vêm fazendo uso desse arsenal com cada vez mais intensidade, configurando a antessala do conflito bélico mundial que se desenha no horizonte geopolítico. Não por acaso, os gastos militares das grandes potências apresentaram vertiginosa subida nos últimos anos e os planos são de continuarem aumentando, num claro preparativo para a próxima etapa da disputa interimperialista.

quarta-feira, 9 de julho de 2025

A posição do KKE em relação aos governos burgueses

Uma ferramenta valiosa para as nossas lutas atuais

Aleka Papariga, membro do Comitê Central do KKE (Secretária-Geral do Comitê Central do KKE de 1991 a 2013)


Aleka Papariga


Em todos os sistemas sociais que se sucederam — o comunal primitivo, o escravista, o feudal, o capitalista e o socialista que vivenciamos no século XX — o fator decisivo foi e continua sendo o processo produtivo, as relações entre as pessoas nele presentes, a divisão do trabalho e a propriedade dos meios de produção. Os sistemas de poder estatal e político são fundamentalmente determinados pela economia. Portanto, sob o capitalismo, a participação do Partido Comunista nos governos é incompatível com sua postura de que a luta do povo e da juventude, baseada na experiência adquirida, deve ser direcionada para a derrubada do poder político da burguesia, a destruição de seu Estado e a abolição da propriedade capitalista em favor do poder dos trabalhadores e da exploração do homem pelo homem.

sexta-feira, 4 de julho de 2025

O cinismo do governo burguês de Lula-Alckmin e seus aliados

Coletivo Cem Flores

Boletim Que Fazer – Julho de 2025

Lula e seus parceiros do Congresso: Hugo Motta e Davi Alcolumbre

O atual conflito entre governo e congresso

Em 25 de junho, o congresso derrubou, por ampla maioria de 383 deputados (75%), o aumento no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) decretado pelo governo. Esse fato desfez semanas de acordões e conchavos entre os dois poderes, que buscam mais medidas para cumprir a meta fiscal deste ano, e revelou a fragilidade da base de apoio do governo.

Desde então, os atritos entre governo e congresso se intensificaram. De um lado, o governo recorre ao STF, na tentativa de reverter o veto do congresso e, juntamente com seus aliados de “esquerda”, lança-se em uma cínica campanha de crítica ao parlamento por defender o interesse dos mais ricos. De outro, os presidentes do legislativo e outros líderes parlamentares reagem publicamente e ameaçam mais retaliações caso o governo siga nessa linha.

Essa disputa já antecipa a briga eleitoreira que veremos no ano que vem, com cada partido e facção burguesa buscando manter ou ampliar sua influência na máquina estatal capitalista. O governo e o PT usam o episódio para tentar diminuir a queda de popularidade e tentar mobilizar sua base militante e eleitoral. Já o congresso, liderado pelos partidos de direita, busca reforçar seu poder, visando mais grana de emendas parlamentares e resultados eleitorais positivos como nas eleições municipais de 2024.

sexta-feira, 27 de junho de 2025

Sem o Apoio da Classe não Somos Nada

Francisco Martins Rodrigues

1982



A polêmica interminável em torno da necessidade de resposta flexível às conjunturas, que tem servido de bandeira sucessivamente a todos os camaradas arrastados para posições de direita, esconde uma posição de classe que é preciso pôr a claro. Transcrevo duas passagens da carta que enviei ao CC em Abril:

Alternativas - Para Quem?

Para a massa proletária e semiproletária intervir na política por sua conta, ou para abrir espaço entre as massas pequeno-burguesas? "Inserir-se vivamente na conjuntura" é adoptar procedimentos que impulsionem a intervenção política independente das massas operárias e semiproletárias, ou é procurar crédito junto da intelectualidade, do funcionalismo e quadros, dos partidos e forças da pequena burguesia? "Fazer política de grande partido" é forjar um grande partido operário revolucionário que arraste atrás de si as camadas médias ou é ceder no vigor revolucionário da luta, na esperança de ganhar maior amplitude?

O que está em discussão no Partido, de há vários anos para cá, não é a aceitação ou a recusa das flexões táticas mas o ângulo de classe em que as encaramos. E isto nem a direita nem o centro no CC o podem admitir, porque seria confessar que se desviam do alinhamento proletário revolucionário. A verdade, já vinte vezes verificada, é que os direitistas no Partido rejeitam soberanamente as flexões, alternativas e manobras táticas que não lhes parecem capazes de suscitar o interesse e a confiança da pequena burguesia, acusam-nas de conter "verdades gerais", "rigidez", "agitativismo" — porque tudo aquilo que é dirigido às necessidades revolucionárias do proletariado e das massas pobres lhes parece "demagógico", "irrealista", "sem poder mobilizador", etc. Os direitistas sentem sempre dolorosamente a falta de uma alternativa “ajustada e imediata” para qualquer conflito secundário entre partidos burgueses, mas não querem saber da falta de dezenas de alternativas ajustadas às interrogações que se colocam diariamente às massas proletárias. Esta é a verdade singela que se esconde por detrás da vozearia sobre os “desdobramentos conjunturais”.

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